sábado, 26 de outubro de 2013

Estudo sobre a segunda epistola de Pedro

Introdução

A segunda epistola de Pedro, é similar,em ordem e conteúdo, a epistola de Judas(2Pedro 2.1-3,3.3 cf Jd 3-18).Contudo Pedro emite um aviso a respeito dos falsos ensinadores que
Acabariam vindo, passo que Judas afirma que eles já estavam presentes.Esta segunda epistola foi escrita particularmente contra as filosofias gnósticas e antinomiana.Os gnósticos Gnosticismo de (gnosis): 'conhecimento', (gnostikos): aquele que tem o conhecimento) é um conjunto de correntes filosófico-religiosas sincréticas que chegaram a mimetizar-se com o cristianismo nos primeiros séculos de nossa era, vindo a ser declarado como um pensamento herético após uma etapa em que conheceu prestígio entre os intelectuais cristãos.1 De fato, pode falar-se em um gnosticismo pagão e em um gnosticismo cristão, ainda que o pensamento gnóstico mais significativo tenha sido alcançado como uma vertente heterodoxa do cristianismo primitivo.ensinavam que alem de crer em Cristo era preciso também receber o gnosis ou conhecimento esotérico porem Pedro refutou esta ideia enfatizando o fato de que eles já haviam recebido o verdadeiro conhecimento.
Os antinomianos crêem que, uma vez que a salvação se da somente pela graça os requisitos da lei moral são irrelevantes.Pedro escreve o segundo capitulo para atacar o modo de vida libertino que naturalmente resultava daqueles que criam dessa forma.No terceiro capitulo ele reprova ceticismo a respeito da volta de Cristo.Nesta discussão ele trata de forma muito clara dos eventos vindouros.Ele cita também os desastres do universo físico.
Em um âmbito teológico    Jerônimo, o tradutor da Vulgata, embora aceitasse II Pedro ao lado das outras seis epístolas "católicas" ou gerais (Epistle to Paulinius), reconhecia ao mesmo tempo que alguns mestres tinham duvidado de sua autenticidade por causa variação de estilo. Em outro ele explica esta diferença como o resultado natural do uso que Pedro fez de intérpretes diferentes para as duas epístolas.
No mesmo contexto ele menciona Tito como intérprete de Paulo e que Pedro tenha ditado a Marcos o material do Evangelho que leva o nome deste último. Para alguns que têm um conceito muito literalístico da inspiração, a idéia de tal função editorial de Silas (I Pe. 5:12) prejudica a inspiração e autoridade da carta, apesar de que seja notório que escribas estavam geralmente à disposição dos escritores inspirados (Jr. 36:2, 4; Rm. 16:22; e as observações tradicionais que se seguem a I e II Co., Ef., Fp., Cl. e Fm.). Outros acham que não há aqui nenhuma dificuldade; o Espírito Santo ajudou Silas a escrever como Ele ajudou Pedro a ditar. A grande maioria da igreja histórica assumiu esta última atitude.
Outra questão interna que tem sido premida contra a autoridade petrina desta epístola é a declarada familiaridade do seu escritor com as epístolas paulinas, a qual ao lado da referência à autoridade das cartas de Paulo (II Pe. 3:15,16), é considerada como indicação de que o cânon do N.T, já estava bastante estabelecido por ocasião da composição de II Pedro, parecendo assim aos que defendem este ponto de vista que esta epístola foi muito tardia para ter sido obra do apóstolo.
Tal linha de raciocínio parece realmente gratuito, pois se Pedro chegou a Roma exatamente dois ou três anos depois da chegada de Paulo como prisioneiro, certamente teria uma oportunidade natural de ficar conhecendo as epístolas de Paulo e poderia concebivelmente ter comungado com o próprio Paulo. De qualquer maneira, parece que as evidências de que as cartas de Paulo foram copiadas e circularam deu igreja em igreja imediatamente após serem recebidas, são razoáveis (veja Cl. 4:16).
Mais uma questão interna deveria ser considerada, isto é, a semelhança de certas declarações de lI Pedro com declarações de Judas. Três dos paralelos mais importantes são os que se seguem: 1) II Pedro 2:4 e Judas 6 referem-se ao castigo dos anjos decaídos, uma alusão à uma declaração feita no livro apócrifo de Enoque. 2) II Pedro 2:11 e Judas 9 falam da relutância dos anjos em fazer acusações contra Satanás, acrescentando a declaração de Judas, ao que parece, uma alusão à obra apócrifa Assunção de Moisés, onde Satanás é representado reclamando o corpo de Moisés. 3) II Pedro 3:3,4 e Judas 17, 18 fala da vinda de escarnecedores nos últimos tempos. II Pedro se refere a eles no futuro. Judas se lhes refere como uma realidade presente, já profetizada pelos apóstolos, de quem Pedro era um, é claro.
O Dr. Charles Bigg (St. Peter e St. Jude, págs. 216, 217), que aceita a autoria petrina desta epístola, argumenta convincentemente pela prioridade de II Pedro. É bom ter em mente também que há considerações plausíveis que apóiam uma data precoce da própria epístola de Judas. Confere-se-lhe uma data precoce tal como 65 AD., e aqueles que a colocam em 80 ou 90 A.D. devem contar com a narrativa de Hegesippus (contada por Eusébio) de que dois netos de Judas foram levados diante de Domiciano, que reinou entre 81 e 96 A.D., sendo descritos como homens adultos, lavradores de mãos calejadas, naquela ocasião. Lembre-se de que Judas foi irmão de nosso Senhor. As semelhanças entre li Pedro e Judas não parecem exigir uma data pós- petrina para a primeira.
Na bíblia de estudo de aplicação pessoal diz que o propósito da carta era advertir os cristãos quanto aos falsos ensinadores e exorta-los a crescer na Fé e no conhecimento d cristo.Nela também data no ano 67 D.C três anos após a primeira.

 Capitulo 1

Versos 1-2: Pedro começa a sua epistola de forma tradicional com uma breve saudação mostrando que antes de ser pastor,antes de ser apostolo ele era Servo.Simão (Symeon) Pedro, servo (escravo) e apóstolo de Jesus Cristo. Esta epístola apresenta claramente que foi escrita pelo apóstolo Pedro. O título, servo e apóstolo, ilustra bem a regra de Cristo: "O maior de entre vós será vosso servo " (Mt. 23:11) o verso dois nos mostra que o desejo dele era ver o conhecimento de Deus sendo multiplicados neles ou seja já ataca a questão dos falsos mestres que traziam falsos ensinos.

Versos 3-7:Interessante notarmos a palavra Piedade tão falada em nossos dias porem poucos sabem o que de fato significa Piedade no grego (eusebia)é substantivo de eusebes devoto piedoso no NT é dirigida somente a Deus indicando o sentimento espontâneo do coração.Pelas quais (através das quais, isto é, através da glória e virtude). A glória e excelência de Cristo, reproduzidas no caráter dos santos, e assim oferecidas Àquele de quem são, constituem o alvo todo inclusivo da vida cristã. Nosso alvo se refere ao caráter: "Seremos semelhantes a ele" (I Jo. 3:2). E neste alvo estão incluídas todas as coisas dignas (cons. Mt. 6:33). Nos têm sido doadas. Não a palavra costumeira para "dar", mas uma palavra mais rica e munificente, "dotar", "suprir com uma herança". Preciosas e mui grandes. Literalmente, as preciosas e maiores. Observe novamente a palavra "precioso", tão proeminente em I Pedro. Promessas. Não o termo usual indicando uma sossegada aquiescência particular, mas uma palavra heráldica implicando em uma proclamação enfática e pública - uma palavra muito confortadora para aqueles a quem se refere. Co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção, das paixões que há no mundo. Com base nestes publicamente declarados compromissos divinos, o crente se toma um participante do mais rico de todos os tesouros, a natureza e vida de Deus. "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm. 8:9). Esta nova vida do Espírito não é nada além de "Cristo em ti". Exige submissão, obediência, vida (Gl. 5:25). Esta nova vida liberta-nos da morte-vida da escravidão aos desejos carnais (Rm. 8:11-13).Em vossa fé adquiram um amplo suprimento de excelência (cristã) básica". Esta excelência é a qualidade de alguém que diligentemente pratica os rudimentos básicos e as implicações de sua chamada. Ele insiste com os cristãos a que
acrescentem conhecimento à virtude. Aqui está o crescimento em conhecimento através do estudo e da experiência. A seguir vem o domínio próprio (autocontrole). Esta é a disciplina do soldado cristão com a ajuda do Espírito. Então vem a perseverança, a capacidade de um veterano de ver através das pressões atuais à vista dos recursos conhecidos. À perseverança o cristão acrescenta piedade (gr., eusebeia), um espírito de reverência e deferência para com Deus em todos os assuntos. À reverência ele acrescenta a fraternidade (gr., philadelphia). Deferência para com Deus e revestimento do Seu amor é a única base para a genuína bondade altruísta com referência ao próximo. Após a fraternidade o amor (gr., agape, "amor divino", como em I Co. 13) é a busca do cristão. Seria incorreto colocar essas lindas graças em compartimentos que só pudessem ser atingidos nesta ordem. Não, sua apresentação aqui parece observar uma ordem do mais elementar para o mais avançado, mas todas elas são facetas da operação do Espírito na vida de um crente, aspectos da glória do Cristo que habita no crente, Seu caráter exibido no caráter do cristão.

Versos 8-9: A palavra traduzida para existindo significa "ficar debaixo como fundamento ou base". Isto está implícito na regeneração, na presença do Espírito no coração. Mas a questão do "abundar" implica em crescimento cristão e plenitude do Espírito ou controle completo conforme experimentado pelos crentes no Pentecostes e desde então.


Versos 10-11: Procurai (ocupem-se em) com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição. Eis aqui uma responsabilidade pessoal com referência à vocação e escolha que Deus fez deles. Procedendo assim (continuadamente), não tropeçareis em tempo algum. A obediência não é opcional sob qualquer aspecto ligado à segurança do cristão. Pois, desta maneira é que vos será amplamente (ricamente) suprida a entrada. Aqui está uma insinuação de que a sociedade celestial não será desprovida de classes. A boa mordomia das riquezas de Cristo produzirá juros eternos. O cristão, recebendo riquezas através da provisão de Cristo, investe e acumula riquezas futuras (cons. I Tm. 6:19).


Versos 12-15:  Sempre estarei pronto para trazer-vos lembrados... embora estejais certos da verdade ... e nela confirmados. O sentido no grego é o seguinte, "Eu tenciono relembrá-los sempre". Mesmo onde existem o conhecimento e a determinação, há necessidade de motivação e exortação.Enquanto estou neste tabernáculo. Cristo, na incumbência que deu a Pedro depois da ressurreição, deu a entender que o apóstolo morreria como mártir (Jo. 21:18). Provavelmente é a isto que Pedro se refere no versículo.Um senso da brevidade do seu mandato aumenta o peso do seu senso de responsabilidade diante de seus leitores. Depois da minha partida. As epístolas de Pedro serviriam para alongar seu cuidado e seus conselhos em benefício dos seus irmãos.


Versos 16-19: Veja como é importante ter experiências com Deus enquanto alguns falavam do que não viram nem ouviram nem se sentiu Pedro fala do que viu ouviu e sentiu temos que por essa passagem em paralelo com 1Ts2.19. Interessante notar que ele destaca a palavra dos profetas ou seja o antigo testamento. Este é o meu Filho amado. Esta referência à cena da Transfiguração pode muito bem significar uma reprimenda aos falsos mestres que, se Colossenses descreve uma situação paralela, inclinavam- se à adoração dos anjos, reduzindo assim a preeminência de Cristo. Uma vez que só Pedro, Tiago e João estavam presentes com Cristo no monte, isto também constitui um reforço da reivindicação à autoria petrina para a epístola.


Versos 20-21: É um espantoso tributo à validade das Escrituras Sagradas, que Pedro declare, que sejam mais dignas de crédito do que uma voz do céu ouvida com os ouvidos naturais. Por implicação, aqui está uma censura àqueles mestres que indo além das Escrituras criam artificialmente teorias místicas. Homens (santos) falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo, ou falaram da parte de Deus, sendo sustentados pelo Espírito Santo. Esta passagem lembra muito o comentário sobre inspiração profética registrado em I Pe. 1:10-12, outro laço entre as duas epístolas.



Capitulo 2

Versos 1-3:Um dos assuntos mais falados do novo testamento é sem duvida sobre os falsos profetas quem são e que querem essa deve ser nossas perguntas sobre esse assunto e Pedro vai nos responder essas perguntas de forma clara e objetiva.1-3a. Assim também haverá entre vós falsos mestres. Tendo acabado de mencionar os profetas que falaram da parte de Deus, Pedro se refere ao fato de que estes enfrentaram a oposição dos falsos profetas. Ele adverte os crentes (mais ou menos como em Atos 20:29, 10; I Tm4:1-6; II Tm. 3:1-5 – ainda que o erro aqui parece que era no setor da vida e não de doutrina – I Jo. 2:18-20; e Judas 3 e segs.) contra os falsos mestres que talvez o apóstolo já soubesse operando em certos setores da igreja. Estes negariam o soberano Senhor que os resgatou; alcançariam seguidores e lançariam uma sombra sobre o caminho da verdade. Seu propósito seria mercenário; seriam motivados por avareza.

Versos 4-8: Deus ama perdoar dizem alguns porem Rm 6:1-3,10-13.No comentário de R.C spurgeron ele diz:-Ainda outra ilustração da judicatura de Deus sobre a Sua criação. Esta referência à infelicidade de Ló com os acontecimentos relacionados com a sua escolha de Sodoma por residência, por causa de sua lealdade básica a Deus, quer seja considerada como um reflexo da tradição antiga, quer seja revelatória, é um interessante suplemento ao quadro que o V.T. dá desse patriarca.

Versos 9-13: Aqui Pedro garante que Deus vai livrar porem somente os que forem piedosos Enquanto nos exemplos usados, Pedro demonstra mais interesse pela condenação divina dos maus do que pela sua vindicação dos justos (isto por causa de sua preocupação com os falsos mestres), nesta recapitulação final ele acrescenta em primeiro lugar a misericórdia divina para com os seus, para conforto dos leitores. A epístola de Judas é um paralelo muito achegado à presente discussão dos falsos mestres e seu castigo. Pedra fala de suas atividades como coisa iminente ("haverá também falsos doutores", 2:1); Judas trata do assunto como coisa presente ("porque se introduziram alguns", Judas 4).
Aqueles que seguindo a carne, andam ... menosprezam qualquer governo. O quadro é de auto-indulgência e impudência carnais. Não temendo difamar autoridades superiores, ao passo que ... anjos ... não proferem contra elas juízo. Pedro adverte contra palavras precipitadas e autoconfiantes, mesmo quando relacionadas com os poderes do mal. Sua referência aos anjos é paralela a de Judas 9, que parece refletir uma luta entre Miguel e o diabo, narrada na Assunção de Moisés, uma obra apócrifa conhecida entre os judeus. A referência de Pedro é discreta, levando alguns mestres da crítica a pensarem que II Pedro seguiu-se à referência mais específica em Judas. Bigg acha o contrário, sentindo que a declaração de Pedro foi suficiente para o seu propósito, e que a de Judas veio um pouco depois, particularizando-a. Falando mal daquilo em que são ignorantes. Sua auto-suficiência emparelhava com a sua ignorância. Isto faz lembrar a referência de Cl. 2:18. A característica dos mestres da crítica liberal moderna, que mis espanto causa, é a confiança absoluta que têm em suas próprias conclusões, com base em evidências triviais e envolvendo desvios tremendamente importantes dos princípios mantidos durante séculos pela igreja histórica.Eles se regalam nas suas próprias mistificações. Pedro fala de um abuso da sociabilidade cristã. Sempre ávidos de um bom jantar, eles transformam essas ocasiões em oportunidade para uma alegria imprópria e persistentes ensinamentos falsos. A referência que Judas faz às refeições em comum que os cristãos realizavam nas "festas de amor" (lit., "vosso amor" ou "ocasiões de amor", Judas 12) apresenta um padrão completamente diferente.

Versos 14-19:Pedro continua o assunto com severidade os chamando de adúlteros alguém que traiu Deus por dinheiro agora pensando nisso (nos vem a mente um discípulo chamado Judas Iscariotes, veja que ele ficou   Indemoniado porem não manifestou uma força fora do comum, não saiu gritando ele simplesmente traiu o mestre por dinheiro) agora quantos não estão fazendo o mesmo nos nossos dias.
Balaão é um exemplo daqueles que fazem mal para ganhar dinheiro NM 22.4-35.  
 E mesmo nos círculos evangélicos, uma preocupação excessiva pelo lucro financeiro, ou falta de cuidado no uso dos fundos, tem invalidado a obra de alguns príncipes do púlpito cujas palavras eram irresistivelmente poderosas.
Um mudo animal de carga . . . refreou a insensatez. À luz dos resultados eternos, o triste desatino de tal perversão de propósito provoca o desprezo até dos mais simples. Lembre-se de que o jumento teve a permissão de ver aquilo que fugia à visão míope de Balaão, "o vidente" (Nm. 22:25).
17-19. Fonte sem água. A condenação básica da falsa doutrina é sua completa esterilidade espiritual. É este aspecto do movimento conhecido por "liberalismo religioso" que tem levado grande número de pessoas espiritualmente famintas a abandonarem igrejas friamente formais. Finalmente também deu lugar à deserção do "liberalismo" até pelos intelectuais e eruditos. Esta deserção, conhecida como a "neo-ortodoxia", é um movimento reacionário que, triste é dizer, continua negando a plena autoridade das Escrituras.

Versos 20-22: Pv 26:11.Este é um solene tributo da terrível responsabilidade da apostasia, e constitui uma advertência implícita aos crentes para permanecerem firmes.O cão e a porca simbolizam mudanças externas temporárias resultantes de uma falsa fé cristã como contraste a ovelha é designada como crente fiel.



Capitulo 3

Versos 1-4: Destaca-se do verso um a palavra ânimo muito usada no novo testamento porém o que poucos sabem é que no original muda todo o sentido, no português,é estado de espírito; humor,força moral; coragem; valor,vontade; intenção[pouco usado] espírito; alma.No grego é dianoia pensamento profundo,imaginação,mente ou entendimento.
Pedro declara uma continuidade e congruência com o testemunho das Escrituras do V.T., a principal autenticação para a genuína pregação cristã na era apostólica, e também com o testemunho de seus companheiros, os apóstolos. Esta declaração natural e incidental – como se o escritor já soubesse que é do conhecimento de todos os seus leitores – é uma forte confirmação da autoria petrina desta carta. A Segunda Vinda era um assunto grandemente apreciado pelo apóstolo. Ele sublinha a exortação e o encorajamento de sua primeira carta (por exemplo, I Pe. 1:5, 7, 10-13; 4:7, 13; 5:1, 4). Ele sabia que os seus leitores estavam familiarizados com esta verdade.


Versos 5-6: Pode-se debater sobre se esta é mais uma referência aos falsos mestres do capítulo 2, ou simplesmente uma declaração de que a demora da volta de Cristo levaria muitos a se afastarem e até mesmo a zombarem da gloriosa esperança da Igreja.
5,6. Deliberadamente esquecem. Literalmente, isto deixou de ser percebido deliberadamente. Um caso de cegueira judicial. Eles não queriam que a coisa fosse verdade. Pela palavra de Deus. Pedro retorna à segurança e estabilidade da palavra de Deus conforme comprovada na criação. Literalmente, ela consistia na (ou pela) palavra de Deus. Pelas quais (gr., coisas através das quais, isto é, através da palavra de Deus e do dilúvio) veio a perecer o mundo daquele tempo. A palavra do juízo divino, como a Sua palavra criativa, foi final.

Versos 7-9:O fogo de Deus se refere ao juízo que desde os profetas vem sendo pregado o próprio Joao batista disse que Jesus, batizaria com a água e fogo (
Agora Pedro chega ao ponto que tinha em mente, isto é, que a demora da volta de Cristo, mencionada pelos céticos, não é base adequada para se duvidar da Sua vinda. Isto já foi insinuado quando se referiu ao dilúvio do tempo de Noé. O dilúvio também levou muito tempo para chegar, e sua plausibilidade foi subestimada pelo povo daquele tempo; mas ele veio, exatamente como Deus disse que viria. Esta é a terceira referência que Pedro faz a Noé (I Pe. 3:20; II Pe. 2:5), outra indicação excelente da unidade entre I e II Pedro. Os comentários de Pedro sobre a equivalência de um dia e mil anos para Deus, é uma linda declaração da eternidade de Deus, Sua superioridade às limitações do tempo e espaço (cons. Sl. 90:4). E é excitante pensar em como esse conceito reduz o período da espera de Sua volta. Os anos de nossa peregrinação aqui passam rapidamente. Mas, então, quando "estamos com o Senhor" e livres das limitações de tempo e espaço, não passa de um ou dois dias - mesmo calculados a partir dos tempos apostólicos – até que o Seu reino venha com todas as suas alegrias. Que todos cheguem ao arrependimento. A delonga de Deus tem um propósito redentor; Sua vontade básica é que todos abandonem os seus pecados e se voltem para Ele.

Versos 10-12 Apesar de toda a aparente delonga, a palavra de Deus será novamente comprovada válida. Aquele dia há de vir. A visita súbita, jamais esperada do arrombador noturno é o símile favorito de Cristo, adotado pelos seus apóstolos. Os elementos se desfarão abrasados; também a terra, e as obras que nela existem serão atingidas. Aqui pode haver uma outra alusão ao Livro de Enoque, com sua descrição das "montanhas dos sete metais" e sua destruição. Parece que os judeus religiosos de um modo geral aguardavam que houvesse uma final e abrasadora purificação da terra. É claro que isto vai além das referências bíblicas ao Milênio.Deveis ser tais como. Exatamente como em sua primeira epístola (1:14-16), Pedro usa aqui o tema da esperança apocalíptica do cristão como poderoso incentivo à santidade. Esperando e apressando a vinda do dia de Deus. Que quadro para "todos quantos amam a sua vinda"! (cons. II Tm. 4:8). Não como aqueles que têm pavor desse dia, aqueles que, quando forem tomados de surpresa, pedirão às rochas e aos montes que os escondam (Ap. 6:15-17), o cristão o aguarda com ansiedade. As palavras apressando a vinda do dia de Deus também são passíveis desta tradução, apressando a vinda... Aqueles que ajudam a expandir a obra redentora de Deus podem com toda razão achar que são cooperadores em seu desfecho.

Versos 13-14: Este tem sido o tema dos profetas (por ex., Is. 2:4; 11:6-9; Mq. 4:1-5); isto é segundo a sua promessa. Foi uma esperança e uma visão partilhada por Abraão e os patriarcas (Hb. 11:10). É o que transforma os cristãos de todos os tempos em "peregrinos e estrangeiros". Compare com a menção que Paulo faz disto em Rm. 8:19, 25. Como Ló em Sodoma, o cristão só pode gemer diante do pecado que prevalece e os seus resultados. O nome concedido a Jeová pelo Israel milenial era Jeová-Tsidkenu "O Senhor, Justiça nossa".Por essa razão ... esperando estas coisas. Uma insistência repetida da esperança do cristão como motivação para uma vida cuidadosa e santa. Empenhai-vos pode ser traduzido para ocupem-se. Paz e santidade estão associados em Hb. 12:14.

Versos 15-16:Pode não parecer mais muitos vêem as cartas de Paulo como cartas comuns não inspiradas pelo Espírito Santo porem Pedro as defende com toda convicção de que o mesmo que operava nele era o mesmo que operou em Paulo.conceder a Sua graça. Como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu. Pedro conhecia as cartas paulinas, embora fossem contemporâneas das suas. Não há razão para se interpretar esta declaração como indicação de que o cânon do N.T. já estivesse começando a se formalizar quando isto foi escrito. A frase nosso amado irmão parece naturalmente se referir a um contemporâneo.Que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras. Pedro se refere àqueles que fazem cavilações sobre a autoridade das obras paulinas, considerando-as espiritualmente sem fundamento e indignas de crédito. O apóstolo concede às cartas deste homem que foi seu contemporâneo e que já o criticou, um lugar entre as demais obras sagradas. Compare com as declarações do próprio Paulo de que suas injunções quando foram escritas eram mandamentos divinos (I Co. 14:37; I Tm. 6:3).

Versos 17-18: Uma repetida e final advertência à fidelidade. Seu conhecimento antecipado deu-lhes uma vantagem. Saber de antemão é prevenir-se (cons. I Ts. 5:4). Mas havia perigo real em serem envolvidos e arrastados pelo erro desses insubordinados antes crescei na graça. A vida não é estática. Temos de avançar para não retroceder. Pedro termina com a mesma nota do começo desta epístola (1:5-11), isto é, um desafio à conquista espiritual através do conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Conhecê-lo é viver; crescer nessa. amizade é crescer no Espírito (cons. Fp. 3:10).