quinta-feira, 28 de abril de 2016

Justificação pela Fé

Justificação pela Fé

Introdução

A justificação é talvez a principal doutrina de salvação que igreja precisa saber nos dias de hoje,lembrando que não é algo novo e também não é criação humana, além de ser muito antigo este ensino é dado por Deus.
A justificação pela fé foi a base para a reforma protestante quando Lutero se levantou contra a Igreja Católica Apostólica Romana ele levantou esta tese com muita veemência.
Posteriormente Calvino explicou esta doutrina com muita sabedoria, mais a verdade é que a igreja contemporânea não sabe a riquezas dessa matéria, mais afinal o que é justificação pela fé.

Explicação

Em primeiro lugar o que é justificação,para colocar de forma simples, justificar significa declarar justo; fazer alguém justo diante de Deus. Justificação é quando Deus declara justo todo aquele que recebe a Cristo, baseado na justiça de Cristo sendo debitada às contas daqueles que O recebem. Apesar de que podemos achar justificação como um princípio por todas as Escrituras, a passagem principal que descreve justificação em relação aos crentes é Romanos 3:21-26:

"Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos {e sobre todos} os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus."

Somos justificados (declarados justos) no momento de nossa salvação. Justificação não nos faz justos, mas declara nossa justiça. Nossa justiça vem de colocarmos nossa fé no sacrifício  completo de Jesus Cristo. Seu sacrifício cobre o nosso pecado, permitindo com que Deus nos veja como perfeitos e sem qualquer mancha. Por causa do fato de que como crentes estamos em Cristo, Deus vê a justiça de Cristo quando Ele olha para nós. Isso alcança as exigências de Deus para perfeição; portanto, Ele nos declara justos – Ele nos justifica.

Romanos 5:18-19 resume esse conceito muito bem: "Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos." Por que esse pronunciamento de justiça é tão importante? "Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1). É por causa da justificação que a paz de Deus pode governar em nossas vidas. É por causa do FATO de justificação que crentes podem ter a garantia de salvação. É o FATO de justificação que deixa Deus começar o processo de santificação – o processo pelo qual Deus torna realidade em nossas vidas a posição que já ocupamos em Cristo.

Justificação pela Fé em Cristo. A justificação pela “Fé” esta ligada à importantíssima questão de saber “como o homem pode ser justo para com DEUS?” Por três vezes tal pergunta é feita no livro de Jó (4.17;9.2;25.4;cp.15.14).E a primeira vez que encontramos a resposta de como o homem pode alcançar sua justificação pela “FÉ” ou a primeira dica para o homem de como resolver esse problema encontra-se em (Gênesis 15:6) – E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça. Pois então se fala da “justiça” e da “crença”. Apalavra de DEUS veio a Abraão, porque foi grande a confiança deste, sendo a justiça a consequência. Essa passagem é, em alguns casos, a chave para diversas referencias encontrada em outros lugares da Bíblia com respeito à justiça e à Fé.

A mesma ideia da justificação pela confiança em DEUS se apresenta em(Salmos 32:1) – BEM-AVENTURADO aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.

(Salmos 32:2) – Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. E (Habacuque 2:4) – Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá; no entanto, a justificação pela “Fé” se exibe de um modo mais claro nas paginas do NT.

A justificação diz particularmente respeito à nossa verdadeira relação com DEUS, não tendo em vista a condição espiritual, a situação judicial. Essa verdadeira comunhão com DEUS foi comprometida pelo pecado, do que resultam a culpa, a condenação e a separação. Justificação o ressurgimento dessa comunhão, sendo removida a condenação pelo perdão, a culpa pela justiça, e a separação pela boa vontade de mudar de vida. Justificação significa realmente a reintegração do ser humano na sua verdadeira relação com DEUS.

É então considerado justo, aceito perante DEUS como reto respeito à lei divina, sendo, portanto, restaurado à sua posição original. Desse modo, a justificação é muito mais do que o perdão, embora o perdão seja necessariamente uma parte da justificação. As duas idéias aparecem distintas em (Atos 13:38) – Seja-vos, pois, notório, homens irmãos, que por este se vos anuncia a remissão dos pecados.

(Atos 13:39) – E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê.O perdão é apenas negativo, concedido apenas para ser removida a condenação, ao passo que justificação também é positiva, trazendo a remoção da culpa e a concessão das boas relações com DEUS. O perdão é apenas um ato de misericórdia divina, repetindo-se sucessivamente por toda nossa vida Cristã. A justificação é completa, nunca e repetida, e abrange o passado, o presente e o futuro da nossa vida.

‘Quem já se banhou (justificação) não necessita de lavar senão os pés (perdão) “João (13.10).

A justificação também deve ser distinguida da santificação, que geralmente é compreendida com o significado “de ser feito santo”. Ainda que a justificação e a santificação sejam estados inseparáveis na experiência da vida cristã, devem, contudo, distinguir-se claramente no pensamento. A justificação diz respeito à nossa situação espiritual; e a santificação, à nossa condição espiritual. Aquela esta relacionada ao nosso estado para com DEUS, e esta, ao “Amor” que lhe devemos. Uma trata da nossa aceitação; a outra, da nossa qualidade de aceitáveis. Uma é o fundamento da paz, Cristo por nós; a outra o fundamento da nossa pureza, Cristo em nós.

A base da nossa justificação é a obra redentora de nosso Senhor Jesus CRISTO, “Aquele que não conheceu o pecado, ele o fez pecado por nós, para nele fomos feito justiça de DEUS”(II Corintios 5:21) – Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. “Por meio dele, todo que crê é justificado” (Atos 13:39) –E de tudo o que, pela lei de Moisés, não pudestes ser justificados, por ele é justificado todo aquele que crê. Por consequência, é pela obra de CRISTO, e não pelas próprias obras ou méritos, que nós somos justificados. O ser humano procura continuamente estabelecer sua própria justiça, mas o mau êxito tem sido o resultado em todos os tempos, pois é manifesta sua incapacidade tanto para apagar o passado como para garantir o futuro. “Pela sois salvos […] e isto não vem […] de obras, para que ninguém se glorie”

(Efésios 2:8) – Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.

(Efésios 2:9) – Não vem das obras, para que ninguém se glorie;A justificação é alcançada pela “Fé”. “Todo o que crê é justificado” (Atos 13:39); justificados pois mediantes a “Fé” (Romanos 5:1) – TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. A confiança faz sempre supor que dependemos de alguém superior a nós; é o reconhecimento da nossa própria incapacidade e o poder de algum outro ser que é “Jesus CRISTO”. A Fé une-nos a CRISTO, e essa união é a única reposta que se pode dar à revelação de DEUS.

Hernandes Dias Lopes descreve o tema da seguinte maneira:
A justificação pela fé foi um dos pilares da Reforma do século dezesseis. O conceito de que a salvação é uma somatória do esforço humano e da disposição divina, uma parceria entre a fé e as obras está em total desacordo com o ensino das Escrituras. A salvação é pela graça mediante a fé e não o resultado das obras nem mesmo da adição de fé mais obras. A salvação não é uma conquista do homem, é um presente de Deus. Não é uma medalha de honra ao mérito, mas uma manifestação do favor imerecido de Deus.

O sinergismo, a ideia de que a salvação é uma conjugação de fé mais obras, não tem amparo nas Escrituras. A verdade meridianamente clara é que a salvação é recebida mediante a fé independentemente das obras. As obras não são a causa da salvação, mas seu resultado. Não somos salvos pelas obras, mas para as obras. A fé é a raiz, as obras são os frutos. A fé produz obras; as obras revelam a fé. Não estamos com isso desprezando as obras nem diminuindo seu valor. As obras são absolutamente importantes. Elas são a evidência da salvação. Não praticamos boas obras para sermos salvos, mas porque fomos salvos pela fé.

A fé, porém, não é a causa meritória da justificação. Não somos justificados com base naquilo que fazemos para Deus, mas no que Deus fez por nós. Não há mérito na fé. A fé é dom de Deus. Não fomos escolhidos por Deus porque cremos; cremos porque fomos escolhidos por Deus. A fé é resultado da escolha divina e não sua causa. Se a fé fosse a causa da escolha divina, ela seria meritória. Então, a causa da eleição para a salvação estaria em nós e não em Deus. A verdade inconteste, entretanto, é que Deus nos escolheu para a salvação em Cristo não por causa de qualquer mérito em nós, mas apesar dos nossos deméritos. A causa do amor de Deus por nós não está em nós, mas no próprio Deus. Ele nos amou quando éramos ímpios, fracos, pecadores e inimigos.

A justificação é um ato legal, forense e judicial de Deus. É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração. Realiza-se fora de nós e não em nós, no céu e não na terra. Por causa da morte substitutiva de Cristo, somos declarados inculpáveis diante de Deus. Estamos quites com sua santa lei. Todas as demandas da justiça divina foram satisfeitas mediante o sacrifício substitutivo de Cristo. Deus, assim, justifica não o justo, mas o injusto, que crê naquele que é Justo. Consequentemente, nossa justificação não está fundamentada em nossa justiça pessoal, mas na justiça de Cristo imputada a nós. Cristo morreu como nosso representante e fiador. Ele carregou em seu corpo, no madeiro, os nossos pecados. Nossas transgressões foram lançadas sobre ele. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele quitou nossa dívida. Não pesa mais sobre nós, que estamos em Cristo, nenhuma condenação, e isso, porque nossa dívida não foi colocada em nossa conta. Nossa dívida foi colocada na conta de Cristo e ele, na cruz, rasgou esse escrito de dívida que era contra nós e pagou toda essa dívida com o seu sangue, dando um brado de vitória: “Está consumado”. Mais, a justiça de Cristo foi depositada em nossa conta. Agora, estamos vestidos com vestes de justiça. Fomos justificados!





Conclusão

Concluímos, enfatizando que, quando afirmamos que somos justificados pela fé, não estamos dizendo que a fé é a base da justificação. A fé é apenas a causa instrumental. A causa meritória é o sacrifício de Cristo na cruz. Tomamos posse dos benefícios da morte de Cristo pela fé. A fé não é a causa, é o meio. A fé é a mão estendida de um mendigo que recebe o presente de um rei. Essa fé salvadora não é meritória nem mesmo procede do homem. O mesmo Deus que dá o fim, a salvação, também dá o meio, a fé salvadora. De tal forma que, a salvação é obra exclusiva de Deus de ponta a ponta, sem qualquer mérito do homem. Na verdade, tudo provém de Deus, tudo é feito por Deus e tudo é consumado por Deus para que ele mesmo receba toda a glória, agora e eternamente!
Vamos viver isto sempre lembrando que a Justificação  É a renuncia de nós próprios e a crença no salvador. Descansamos nosso coração em Jesus e aceitamos sua perfeita justiça.