terça-feira, 14 de janeiro de 2014

2 João

Estudo sobre 2 João.


Introdução

Nem a II nem a III epistola de João contêm qualquer indicação de tempo ou do lugar em que foram escritas. À vista deste silêncio e na falta de qualquer evidência ao contrário, parece provável que as circunstâncias foram as mesmas da Primeira Epístola. O destino da Segunda Epístola é enigmático. Alguns acham que a frase senhora eleita (v. 1) é uma maneira figurada de designar toda a igreja, ou pelo menos algum grupo em particular. Tal uso metafórico encontra o paralelo em Ef. 5:22-23 e em Ap. 21:9. Aceitando tal ponto de vista, a irmã eleita (v. 13) se referiria a congregação do próprio João. Entretanto, "a simplicidade da pequena carta impossibilita uma alegoria tão elaborada, enquanto a ternura do seu tom caracteriza-a como comunicação pessoal" (David Smith, EXpGT, IV, 162). Outros defendem que a carta foi dirigida a uma senhora individualmente e a sua família. Se o seu nome era Kyria é uma questão em aberto (cons, construções alternadas em III Jo. 1 e I Pe. 1:1), seja qual for o seu nome, evidentemente morava perto de Éfeso e era bem conhecida na comunidade (talvez o seu lar fosse local de reunião para a igreja local). Uma irmã sua, presumivelmente falecida, tinha família residente em Éfeso e estava ligada à congregação de João. Ao que parece diversos filhos da "senhora eleita" visitaram seus primos em Éfeso. Tendo feito amizade com eles, João escreveu uma carta à mãe deles.
Outro comentarista diz que O livro de 2 João não revela diretamente o nome de seu autor. A tradição desde os primeiros dias da igreja estabelece que o autor foi o apóstolo João. Tem havido várias conjeturas ao longo dos anos de que um outro discípulo de Cristo chamado João talvez tenha sido o responsável por esta carta. No entanto, todas as evidências apontam para o autor como sendo João, o discípulo amado, o qual também escreveu o Evangelho de João.




Data e lugar de redação

No entanto, no presente caso, o autor prefere omitir o seu próprio nome e identificar-se simplesmente como “o presbítero” (v. 1; cf. 3Jo 1). Do mesmo modo, sem indicar sinal algum de identidade, dirige a carta a uma certa “senhora eleita e aos seus filhos” (vs. 1,5), designação que, provavelmente, não corresponda a uma senhora e à sua família em particular, mas a toda uma comunidade cristã: talvez a algum dos pequenos núcleos surgidos não muito longe da grande cidade de Éfeso, na província romana da Ásia, durante a última década do primeiro século.
O título de “presbítero” (que, em grego, significa “mais velho” ou “ancião”), que o autor se dá em 2João, pode significar tanto que a sua idade era avançada no momento de redigi-la como que era um ministro ou dirigente da igreja. Tanto em um como no outro caso, o certo é que este “presbítero” tradicionalmente tem sido apontado como sendo o apóstolo João, a quem se atribui a autoria das três epístolas joaninas (ver as Introduções a 1 e 3João).


Propósito

O propósito da Segunda Epístola de João é prevenir um grupo de crentes sobre os ensinamentos de certos “enganadores”, falsos mestres que andavam pregando doutrinas contrárias à divindade de Jesus Cristo, negando a encarnação do Filho de Deus e fazendo-se merecedores da qualificação de “anticristo” (v. 7).
Diante da atuação de tais pessoas, João exorta aos cristãos que permaneçam firmes na verdade, pois a verdade permanece neles para sempre (vs. 1-2,4); e a que se mantenham unidos pelo vínculo do amor, que é o mandamento dado por Deus “desde o princípio” (vs. 4-6). É, pois, preciso perseverar na “doutrina de Cristo”, pois assim o crente “tem tanto o Pai como o Filho” (v. 9), isto é, está em comunhão com Deus.

Resumo: O livro de 2 João é dirigido "à senhora eleita, e a seus filhos". Esta talvez tenha sido uma senhora de importante posição na igreja ou um código que se refere à igreja local e sua congregação. Naqueles dias, quando os cristãos estavam sendo perseguidos, era comum usar saudações codificadas.

O livro de 2 João contém uma grande preocupação com uma advertência urgente acerca de enganadores que não estavam ensinando a exata doutrina de Cristo e que sustentavam que Jesus de fato não ressuscitara na carne, mas apenas espiritualmente. João estava muito ansioso para que os verdadeiros crentes estivessem conscientes desses falsos mestres e não tivessem nada a ver com eles.

Conexões: João descreve o amor não como uma emoção ou sentimento, mas como obediência aos mandamentos de Deus. Jesus reiterou a importância dos mandamentos, especialmente o "primeiro e maior mandamento", ou seja, amar a Deus (Deuteronômio 6:5) e o segundo – amar uns aos outros (Mateus 22:37-40; Levítico 19:18). Longe de abolir a lei do Antigo Testamento de Deus, Jesus veio para cumpri-la ao providenciar, em Si mesmo, os meios da sua realização.

Aplicação Prática: É extremamente importante que comparemos tudo o que vemos, ouvimos e lemos que afirma ser "cristão" com as Escrituras. Isso não pode ser suficientemente enfatizado porque uma das grandes armas de Satanás é o engano. É muito fácil ser levado por uma doutrina nova e emocionante que parece basear-se nas Escrituras, mas que, se examinada de perto, é de fato um afastamento da Palavra de Deus. Se a doutrina não se alinha com as Escrituras explicitamente, então é falsa e não provém do Espírito, por conseguinte, não devemos ter nada a ver com ela.









Capitulo 1-13

O ancião (E.R.C.). Veja introdução à I João. Talvez o uso informal e mais íntimo de ancião (E.R.C.) em lugar de "apóstolo" ajude a defender o ponto de vista de que a carta foi dirigida a uma pessoa em particular e não a uma igreja. Sobre a palavra ancião (E.R.C.) usada com referência à idade, veja I Tm. 5:1, 2; I Pe. 5:5; e com referência à posição, veja Atos 11:30; 14:23; 15:4, 6, 23; 16:4; 20:17; I Tm. 5:17, 19; Tt. 1:5; Tg. 5:14; I Pe. 5:1.
B. Destinatários.
Senhora eleita. A quem refere-se à mãe e filhos. A verdade. Antes, "em toda sinceridade cristã". Todos... Todos os cristãos amariam a família se tivessem com ela o mesmo relacionamento que João tinha.

C. Saudação. Por causa da verdade. Cons. 15:6; 16:6. A Verdade (ou Cristo) e o Espírito tomaram possível o amor pela senhora eleita e sua família. A Verdade é o fundamento do amor por todos os crentes. Em nós. Posição enfática na cláusula.
3. Traduzir: Haverá graça. . . conosco. Modo de saudar fora do comum, provavelmente sugerido pelo em nós no versículo precedente, É a confiante certeza da bênção. Graça. O favor de Deus para com os pecadores. A palavra ocorre em outro lugar de João apenas em Jo. 1:14, 16, 17; III Jo. 4; Ap. 1:4; 22:21. Misericórdia é a compaixão de Deus por nós em nossa miséria. João usa esta palavra apenas aqui. Paz é o estado resultante de integridade quando o pecado e a miséria são removidos. De Deus . . . e . . . de Jesus Cristo. A repetição do de (para) enfatiza a independência das pessoas do Pai e do Filho. O Filho do Pai. Uma expressão única aparentemente relacionada com a revelação do Pai junto com o Filho.
4. Alegre. Aoristo, talvez epistolar – "regozijo"; ou melhor, expressando o ato inicial de alegria. Ter encontrado. Tempo perfeito; o que João achou continuou sendo verdade. Andam. Peripateo, incluindo todas as atividades da vida (cons. I Jo. 1:7). Na verdade. Todo o caráter e conduta de suas vidas baseavam-se na verdade; isto conformava-se ao todo do Cristianismo. Alguns, certamente, não andara na verdade, e esta era a heresia.
5. E agora. Isto introduz uma exortação prática baseada no versículo 4. "Eu me alegro diante da vida cristã de alguns dos -seus filhos, e me preocupo com os outros, o que me leva a exortá-los" (Plummer, pág. 135). Peço-te. Erotao, um pedido pessoal, mais do que parakaleo, um pedido geral (palavra que nunca foi usada por João). Que nos amemos uns aos outros. Estas palavras provavelmente dependem de peço-te, sendo parentética a cláusula intermediária.
6. E o amor é este. O amor a que João se refere consiste nisto. No versículo 5 o mandamento é o amor; no versículo 6, amar é obedecer aos Seus mandamentos. "Este não é um círculo vicioso lógico, mas uma conexão moral sadia... O amor divorciado do dever toma-se desenfreado, e o dever divorciado do amor acaba morrendo de inanição" (Plummer, pág. 135, 136). O amor não é simplesmente uma questão de sentimentos; é a ação de se fazer a vontade de Deus. Esta palavra deveria ser particularmente necessária ao escrever-se para uma mulher, que por natureza é mais emocional. Nesse. No amor, o qual é Seu mandamento.

7-Alguns estavam espalhando heresias em vez de andarem na verdade. A heresia consistia na negação da verdade dos mandamentos do Cristo encarnado, e devia-se à negação da Encarnação. Se Cristo não foi verdadeiramente humano, então não existe nenhuma base para a ética cristã (cons. I Jo. 2:6). E certamente não há exemplo de amor auto- renunciante se for mero fantasma ou teofania".
Enganadores. Aqueles que levam por um caminho errado. Não confessam. Não afirmar é o mesmo que negar. Veio (E.R.C.). Literalmente, vindo, E.R.A. (um particípio). A ênfase não é simplesmente sobre o fato passado da vinda de Cristo na carne, mas também na continuação de Sua humanidade e até mesmo sobre a futura manifestação do Senhor. Nunca se disse que Cristo veio no interior da carne, mas em carne; o primeiro caso daria lugar a que se dissesse que a
divindade uniu-se a Jesus algum tempo depois do Seu nascimento. O anticristo. Aquele sobre quem já tinham ouvido. Veja observações em I Jo. 2:28.

As Conseqüências da Heresia. 8-11.
A presença de ensinamentos heréticos exige exame.
1) Exame do Ego. 8.
O perigo era pessoal além de externo; portanto, pede-se um auto- exame, além do exame dos heréticos.
Acautelai-vos. Cons. Mc. 13:9. Para que não percamos (E.R.C.). Melhor o para não perderdes da E.R.A. Aquilo que temos realizado; isto é, os apóstolos. Recebamos (E.R.C.). Melhor receberdes da E.R.A. Assim, a sentença ficaria: para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Os leitores são advertidos a tomarem cuidado para que os enganadores não desfizessem a obra que os apóstolos e evangelistas tinham realizado, a fim de que recebessem plena recompensa. Completo galardão. Nada faltando na recompensa do povo de Deus no futuro.
2) Exame dos Outros. 9-11.
9. Outros deviam ser examinados com base na sua permanência nos ensinamentos de Cristo. Ultrapassa. Melhor, prossegue, isto é, na profissão do Cristianismo sem a realidade da permanência na doutrina de Cristo. Doutrina de Cristo. O que Ele ensinou quando veio. Esse tem assim o Pai, como o Filho. A expressão mais completa da parte positiva do versículo prova que, na declaração negativa que a precede, não ter Deus é não ter Cristo também.
10. Se alguém vem. O se presume o caso, não expressa simplesmente a possibilidade. Em outras palavras, tais pessoas entravam nos lares cristãos sob um disfarce amistoso.Convosco. À senhora eleita e seus filhos. Não o recebais ... nem lhe deis as boas vindas. Imperativos presentes, proibindo a continuação do que era costumeiro. A injunção é recusar aos tais a hospitalidade cristã. Esta é uma medida severa, particularmente quando lembramos que a hospitalidade é de modo geral incentivada no N.T. Nem lhe deis as boas-vindas. Não lhes digam palavra de saudação e simpatia. Boas- vindas é uma boa tradução (Não, lhes desejem boas-vindas) da ampla idéia contida na palavra karein (cons. Atos 15:23; 23:26; Tg. 1:1).
11. Faz-se cúmplice. Alguém que comunga. Aquele que deseja boa sorte, na verdade comunga na obra do anticristo. Obras más. Literalmente, suas obras, suas más obras. A ênfase está sobre o caráter mau de suas obras.

A conclusão é muito parecida com a da Terceira Epístola e evidentemente indica que as duas cartas foram escritas ao mesmo tempo. João tratou do assunto principal da carta e reserva outros assuntos para uma entrevista pessoal.
12. Muitas. Talvez os mesmos assuntos discutidos na Primeira Epístola.
13. Irmã eleita. Veja Introdução a II João. O adjetivo eleita foi usado por João apenas aqui, no versículo 1 e em Ap. 17:14.

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