sábado, 15 de fevereiro de 2014

Apocalipse 1

Apocalipse capitulo 1

1:1-8. Embora a idéia exata de cartas às sete igrejas não se encontre realmente no capítulo 1, no versículo 4 temos a frase, João, às sete igrejas que se encontram na Ásia, e mais adiante (v. 11) João recebe a ordem de escrever o que ele vê e enviá-lo às sete igrejas.
O capítulo 1 contém uma revelação rica, quase ofuscante do próprio Jesus Cristo. Os versículos 4-8 apresentam três descrições básicas de Cristo. Parece que João descreve o Cristo que ele conhece, pois não há nenhuma indicação de que ele recebesse aqui alguma revelação especial. Este é o Cristo do passado, do presente e do futuro, conforme apresentado na frase, daquele que é, que era, e que há de vir (v. 4). No passado, Cristo foi a fiel testemunha e o primogênito dos mortos; no presente, Ele é àquele que nos ama e nos libertou dos nossos pecados (v. 5); no futuro, vem com as nuvens e todo olho o verá ... e todas as tubas da terra se lamentarão sobre ele (v. 7). A declaração de que Cristo nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus (v. 6) é a declaração básica de Êx. 19:6, séculos mais tarde citada por Pedro (I Pe. 2:5, 9). A passagem referindo-se ao futuro tem dupla referência no V.T.: em Dn. 7:13 o Filho do homem é descrito vindo com as nuvens, e o fato de que todos o verão está em Zc. 12:10, 12. A palavra aqui traduzida para traspassaram aparece em outra passagem do N.T. apenas em Jo. 19:37 (cons. Zc. 12:10).
Sempre achei que a frase, o soberano dos reis da terra (1:5), é o título-chave para Cristo no livro do Apocalipse. Muitos outros reis são mencionados neste livro: reis de nações que saíram para lutar contra o Cordeiro, o rei do abismo, etc. Não há nenhuma indicação até o final do livro de que os reis da terra reconheçam Cristo como o Rei dos reis. Na verdade, o livro do Apocalipse é quase um registro do cumprimento deste título de Cristo com a final preeminência para a qual o título aponta.
Algumas palavras nos chamam atenção como por exemplo a palavra Revelação do verso 1 essa palavra no grego é APOKALYPSIS que significa descoberta,aparição vinda,acender,manifestação,tirar o véu ou desvendar.
No verso 2 ele usa a expressão palavra que no grego é LOGOS que,quer dizer verbo João no evangelho começa usando essa frase no princípio era o LOGOS.
Outra palavra que me chama atenção está no verso 6 que é a palavra SACERDOTE,no grego é HIEREUS que quer dizer sagrado ou alguém separado para fazer ritos sagrados em geral eram descendentes de Arão.




Versos 9,20

1. Um homem que tem comunhão e intimidade com os crentes da Ásia
• Ele se autodenomina irmão e companheiro. João não se sente melhor do que os demais irmãos nem se enaltece por ter recebido uma alta revelação (2 Co 12:17).
• A condição de porta-voz de Deus não anula a condição de irmão, co-igual.
2. Um homem que participa das alegrias e provas com a igreja
a) Tribulação - A tribulação é o quinhão do povo de Deus nesta era (Jo 16:33; At 14:22). A igreja está no meio do conflito entre o Reino de Deus e o Reino das trevas.
A igreja sempre foi e será atribulada no mundo. Em Mateus 24 Jesus fala desse sofrimento de forma crescente: Os v. 4-8 descrevem o "princípio das dores", os v. 9-14 os "tormentos" na forma de perseguição aos discípulos, os v. 15-28 a "grande tribulação" como o auge, e os v. 29-31 os episódios "após a tribulação” que culminam
na segunda vinda de Cristo. As perseguições desencadeiam traição e apostasia na igreja (Mt 24:10-12). Essa perseguição já havia começado no banimento do apóstolo.
b) Reino - A igreja é o povo sobre o qual o Reino já veio e que herdarão o Reino
quando ele vier na sua plenitude; mas nesta posição a igreja é o objeto do ódio satânico, destinada a sofrer perseguição.
c) Perseverança em Jesus - Por causa desta perseguição e males nós precisamos ter
uma perseverança triunfadora. "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo" (Mt 24:13). Ainda não chegou o que havemos de ser. Ainda aguardamos o triunfo final. Nossos olhos estão fixados no Rei que vem. Somos a noiva que espera o
noivo. Vivemos em grande expectativa! Todas essas dificuldades, entretanto, nós experimentaremos em Jesus, em união espiritual com ele. Só existe um caminho entre tribulação e o Reino, entre aflição e a glória, e este caminho é a paciência ativa.
II. AS CIRCUNSTÂNCIAS SÃO DESCRITAS - V. 9-11
1. O local é identificado
• João foi banido para a ilha de Patmos, uma colônia penal romana, onde se exilavam
prisioneiros políticos. Ali esses prisioneiros perdiam todos os seus direitos civis e toda
possessão material. Os prisioneiros eram obrigados a trabalhar nas minas daquela ilha,vestindo-se de trapos. A ilha ficava no Mar Egeu e tinha 16 km de comprimento por 10 km de largura, uma ilha nua, vulcânica, com elevações de até 300 metros.
2. A razão do exílio é declarada
• João é preso na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo (v. 9). Possivelmente João foi acusado de subversão pelo governador da
Ásia por pregar o Evangelho e testemunhar do senhorio de Cristo, num tempo em que o imperador Domiciano arrogava para si o título de Senhor e Deus. João é condenado a sofrer humilhações, prisão, fome e trabalhos forçados por amor à Palavra de Deus.
3. A forma da revelação é descrita
• João achou-se em espírito. Apesar de João estar fisicamente em Patmos, naquele dia
do Senhor, achou-se também em espírito. A ilha do exílio transforma-se em porta do céu. Em Patmos ele enfrentou a dor do exílio, mas em espírito ele entrou na sala do trono. Em Patmos nós sofremos, mas em espírito, nós reinamos. Deus transforma nossas tragédias em triunfos gloriosos. Em Patmos João tocou o outro mundo. Não importa as circunstâncias, se você está no palácio ou na favela. O todo-poderoso pode sempre nos tocar e nos levar ao seu trono. O lugar do exílio tornou-se a ante-sala da
glória. Ilustração: com o banimento Roma conseguiu resultado exatamente oposto - A rainha da Inglaterra em 1553 a 1558.
4. A revelação é dada para ser transmitida
• João recebeu esta revelação no dia do Senhor, dia que a igreja celebra a vitória do seu Senhor sobre a morte e também o dia da esperança, que dirigia seus sentidos para a consumação e a renovação do mundo. Na solidão da ilha, isolado e exilado João ouve uma voz. Roma pôde até proibir João de ter contato com os seus irmão perseguidos,
mas não pôde proibir João de ter contato com o trono de Deus. O mundo não pode proibir o nosso contato com o céu.
• João ouve a voz por detrás dele grande voz como de trombeta - A visão começa com uma audição. Por trás para que João não fosse confundido com vozes paralelas (Is30:21). A trombeta fala de uma voz sobrenatural, poderosa, assustadora.
• O que vês escreve em livro - A mensagem precisa ser registrada fielmente e perpetuamente. Essa ordem percorre todo o livro (2:8,12;
3:1,7,14;10:4;14:13;19:9;21:5). Isso eleva essa profecia a uma categoria normativa para toda a igreja em todos os tempos.
• Todo o plano de Deus deve ser escrito - O verso 19 fala de coisas passadas, presentes e futuras. O livro de Apocalipse é atual em todo o tempo. Ele descreve o que já foi, o que é e o que há de vir.
• Envia para as sete igrejas - Essas cidades eram sedes administrativas e já por isso
áreas de concentração do culto ao imperador.
III. A VISÃO É APRESENTADA
1. João tem a visão da Noiva de Cristo como a luz do Mundo - v. 12
• Antes de ter a visão do Cristo exaltado, ele teve a visão da igreja. O mundo vê Cristo
através da igreja e no meio da igreja. Isso significa que ninguém verá a Jesus em glória
senão por meio da sua igreja aqui na terra. Você precisa da igreja. Precisa se
congregar. O que é a igreja? Ela é a luz do mundo. Por isso, ele é candeeiro e estrela.
• João vê a igreja em duas figuras: sete estrelas e sete candeeiros. Tanto a estrela como
o candeeiro são luzeiros. Eles devem refletir luz. A igreja é a luz do mundo. Ela
resplandece no mundo. Se uma lâmpada deixasse de proporcionar luz ela era afastada
(2:5). A luz da igreja é emprestada ou refletida, como a da lua. Se as estrelas têm de
brilhar e as lâmpadas luzir, elas devem permanecer na mão de Cristo e na presença de
Cristo.
• Os sete candeeiros são as sete igrejas, mas o que são os sete anjos (v. 16,20)? Anjos
celestes, mensageiros, pastores ou uma figura da própria igreja? Hendriksen pensa que
anjos aqui são os pastores. Mas este livro usa a palavra "anjos" 67 vezes e em
nenhuma delas refere-se a seres humanos. Assim George Ladd entende que tanto os
candeeiros como as estrelas falam da igreja como luzeiros de Deus no mundo. Cristo
está não apenas entre a igreja, mas a têm em suas próprias mãos. Essas duas figuras,
portanto, são um símbolo incomum para representar o caráter celestial e sobrenatural
da igreja, seja através dos seus membros, seja através dos seus líderes.
2. João tem a visão do Noivo na sua glória excelsa - v. 13-18
• João vê dez características distintas do Noivo da igreja em sua glória e majestade:
1) Suas Vestes (v. 13) - Falam de Cristo como Sacerdote e Rei. Ele nos conduz a Deus e reina sobre nós.
2) Sua Cabeça (v. 14) - Falam da sua divindade, da sua santidade e da sua eternidade.
3) Seus Olhos (v. 14) - Falam da sua onisciência que a tudo vê e perscruta. Ele é o juiz
diante de quem tudo se desnuda.
4) Seus Pés (y.,1.5) - Isso fala da sua onipotência para julgar os seus inimigos.
Convém que ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo dos seus pés (1
Co 15:23).
5) Sua Voz (v. 15) - Isso fala do poder irresistível da sua Palavra, do seu julgamento.
No seu juízo desfalecem palavras humanas. A voz de Cristo detém a última palavra e é
a única a ter razão.
6) Sua Mão (v. 16) - A mão direita é a mão de ação, com a qual age e governa. Isso
mostra o seu cuidado com a igreja. Ninguém pode arrebatar você das mãos de Cristo
(Jo 10:28).
7) Sua Boca (v. 16) - Essa Palavra aqui não é o Evangelho, mas a Palavra do juízo. A
única arma de guerra usada pelo Cristo conquistador no capítulo 19 é a Espada que
saía da sua boca (19:5). Essa é a cena do tribunal, onde é proferida a sentença judicial,
e precisamente sem contestação.
8) Seu Rosto (v. 16) - A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso,
esbofeteado, com o rosto cuspido, mas do Cristo cheio de glória. A luz do sol supera o
brilho dos candeeiros.
9) Sua Perenidade - O Primeiro e o Último (v. 17) - Ele é o criador, sustentador e
consumador de todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as coisas.
Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte.
10) Sua Vitória Triunfal (v. 18) - João está diante do Cristo da cruz, que venceu a
morte. Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, ele
venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Quem tem as chaves tem
autoridade. Jesus recebeu do Pai toda autoridade no céu e na terra (Mt 28:18). Jesus
tem não apenas a chave do céu (3:7), mas também a chave da morte (túmulo). Agora a
morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os
túmulos e levar os mortos à vida eterna.
• Esse parágrafo pode ser sintetizado em três aspectos: 1)0 que João ouviu (v. 9-11); 2)
O que João viu (v. 12-16) e o que João fez (v. 17-18). Os dois primeiros pontos já
foram analisados. Vejamos agora, na conclusão, o último, o que João fez.
• A reação de João diante da visão do Cristo da glória:
Profundo quebrantamento (v. 18) - "Quando o vi, cai a seus pés como morto". O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai aos seus pés como morto.
Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo (Is 6:5; Ez 1:28; Dn 8:17; 10:9,11; Lc 5:8; At 9:3-4) passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a Deus, pois ele habita em luz imarcescível (1 Tm 6:16). É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. Ilustração: as pessoas que dizem cair diante da glória de Deus e se levantam do mesmo jeito.
2. Gloriosamente restaurado (v. 18) - Jesus toca e fala. A mesma mão que segura (v.16), é a mão que toca e restaura (v. 18). O mesmo Jesus que acalmou os discípulos
muitas vezes, dizendo-lhes, não temas, agora diz a João: Não temas. A revelação da graça de Jesus o põe de pé novamente para cumprir o seu ministério.

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