domingo, 23 de março de 2014

Apocalipse 4,5

Apocalipse capitulo 4


Exatamente como o livro do Apocalipse começa com uma referência ao trono de Deus, e a carta a última das sete igrejas termina com uma referência ao trono de Cristo, aqui, a primeira grande visão profética começa com a declaração, e eis armado no céu um trono (Dn. 7:9). Um trono é o símbolo do governo e poder. João tenta registrar uma visão de Deus semelhante a que foi vista por Moisés (Êx. 19:9,19), por Isaías (6:5), e por Ezequiel (1:26-28). O vidente compara o que viu a três pedras: jaspe, uma pedra transparente como vidro ou cristal de rocha; a sardônica, vermelha; e a esmeralda, verde. No peitoral do sumo sacerdote a primeira e a última pedras eram a sardônica e jaspe (Êx. 28:17, 20). Sugeriu-se que estas pedras representam santidade, ira e misericórdia. À volta do trono havia um arco-íris, o qual fala de graça, ou, como diz Hengstenberg, "da graça que retoma depois da ira".


APOCALIPSE 4:1-11
TEMA: O TRONO DE DEUS, A SALA DE COMANDO DO UNIVERSO
INTRODUÇÃO
1. A primeira visão foi do Cristo da glória no meio da sua igreja - Depois da primeira visão do Cristo exaltado que cuida de sua igreja e a protege, começa a revelação "do que acontecerá depois destas coisas". Primeiro, Cristo revelou-se como aquele que conhece a sua noiva no íntimo. Ele conhece todas as virtudes e fraquezas da sua noiva. Nenhum defeito da sua noiva está oculto diante do seus olhos. Contudo, o Cristo exaltado aponta para a sua noiva o caminho de retorno e diz que ele é o remédio para a sua própria igreja. Ele não rejeita a sua noiva, mas é o remédio para ela.
2. Agora a visão que segue será das grandes tensões que a Noiva enfrentará até a segunda vinda do Noivo - Esta revelação inclui a destruição dos poderes do mal, de
Satanás e da morte. Mas, antes de serem destruídas, estas forças más se empenharão num esforço desesperado de frustrar os planos de Deus, tentando destruir o povo de
Deus. Essa é a grande tensão entre o Reino de Deus e o reino de Satanás.
3. A mensagem central do livro de Apocalipse é mostrar para a Noiva perseguida, que o seu Deus está no Trono do Universo - Antes do mundo perseguir a igreja (a abertura dos sete selos), e Deus visitar o mundo com o seu juízo parcial (sete trombetas) e o seu juízo final (sete taças) é revelado a João que Deus está entronizado e governando o seu universo. Não importa quão temíveis ou incontroláveis forças do mal pareçam ser na terra, elas não podem frustrar os desígnios de Deus nem vencer a igreja, pois Deus está governando o Universo, a partir do seu trono.
4. O destino da Noiva não está nas mãos dos homens, mas nas mãos de Deus -Quando o mundo está incendiado pelo ódio, guerras, conflitos; quando a terra está cambaleando, bêbada de sangue, precisamos levantar os nossos olhos e ver o nosso Deus assentado sobre um Alto e Sublime Trono (Is 6:1). Ele é quem governa o universo. No meio das provas e tribulações, precisamos fixar nossos olhos naquele que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Somente quando olhamos todas as coisas (inclusive nossas tribulações, capítulo 6, desde o aspecto do trono) é que alcançamos o verdadeiro discernimento da história.

I. APOCALIPSE É REVELAÇÃO DO CÉU, NÃO DESCOBRIMENTO DA
TERRA - V. 1-2
1. Uma porta aberta no céu - O conhecimento do futuro não é alcançado mediante artes mágicas, ou leitura dos astros, nem mesmo por profecias humanas. Nós não podemos
conhecer nada do futuro, a não ser que Deus revele para nós. O futuro estará coberto por um véu, até que Deus abra a porta do céu. O céu aberto não libera apenas acontecimentos, mas também entendimento, pois João contempla o trono, antes de
contemplar os dramas da história. Muitas vezes, sentimos como se o céu estivesse fechado para nós: "Tornamo-nos como aqueles sobre quem tu nunca dominaste e como os que nunca se chamaram pelo teu nome. Oh! se fendesses os céus e descesses!
[...] para fazeres notório o teu nome aos teus adversários" (Is 63:19-64:2). No começo de Apocalipse aparecem as 3 portas mais importantes da Vida: 1) A porta da
oportunidade (3:8); 2) A porta do coração humano (3:20); 3) A porta da revelação (4:1).
2. Uma voz como de trombeta - Em (1:10), Jesus revelou-se a ele da mesma forma. Lá
bastou João voltar-se para ver Jesus (1:11). Agora, João precisa subir ao céu. Não muda apenas de posição, mas de lugar, pois agora não se trata mais de vislumbrar o
presente, mas o futuro e o futuro vem sobre nós a partir do Trono de Deus.
3. Sobe para aqui e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas -João é chamado ao céu para ver não o aspecto cíclico da história, não a história sem freios e
sem rumo, não a história dirigida pelos homens, mas para ver o que deve acontecer. O Deus que está no trono é quem determina tudo o que acontece. Não há acaso nem falta
de controle. O futuro está nas mãos de Deus. Não precisamos temer. Tudo o que acontece sobre a terra resulta de algo que sucederá no céu. A causa está no céu, e o
efeito se verifica sobre a terra.
4. Imediatamente, eu me achei em espírito - João já não vê com os olhos físicos nem escuta com os ouvidos físicos. Ninguém jamais viu a Deus. Ele habita em luz imarcescível. Em carne e sangue João não suportaria contemplar o esplendor da glória.Então, ele tem uma visão.

II. DEUS ESTÁ ASSENTADO NO TRONO DO UNIVERSO - V. 2-7
1. João viu um Trono no céu - v. 2
• O trono é um lugar de honra, autoridade e julgamento. Todos os tronos da terra estão sob a jurisdição desse trono do céu. O livro de Apocalipse é o livro da Soberania de Deus, da vitória de Deus. Aquele que criou todas as coisas, está no controle de tudo e levará a história para uma consumação final, onde ele sairá vitorioso. A essência desta revelação é mostrar que todas as coisas são governadas por aquele que está assentado no Trono.
• Das 67 passagens do NT que aparece "TRONO" 47 estão no livro de Apocalipse e 12
vezes só neste capítulo 4. Todos os detalhes estão orientados com vistas ao trono:
sobre o trono, em redor do trono, a partir do trono, diante do trono, no meio do trono.
O trono é um símbolo da soberania inabalável de Deus.
• O Trono é o verdadeiro centro do universo. Esse trono não está na terra, mas no céu.
O universo na Bíblia não é geocêntrico, nem hiliocêntrico, mas teocêntrico. Aqui temos a verdadeira filosofia da história.
2. João viu o glorioso Deus assentado sobre o Trono - v. 2
• Para uma igreja perseguida, torturada, martirizada (Roma, perseguições ao longo da história e Anticristo) esta é uma mensagem consoladora: saber que o seu Deus está no trono (Is 6:1; SI 99:1).
• O que João descreve não é Deus mesmo, mas o seu fulgor, seu esplendor, porque a ele não se pode descrever (Ex 20:4). Não há descrição do trono nem da pessoa que está assentado nele. O que João viu quando olhou para o trono só pode ser descrito em termos de brilho de pedras preciosas. João descreve a Deus como um ser absolutamente misterioso, único, singular, o totalmente outro. João diz que ele é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe (a mais cristalina, a mais pura, sem nenhuma poluição). É o nosso diamante. Há uma abundância de luz que emana dessa pedra. E de sardônio (cor vermelha, a mais translúcida que existe). João vê beleza,
riqueza, abundância de luz. Deus é luz e ele habita em luz inacessível. • A pedra de jaspe (branca) descreve a santidade de Deus e o sardônio (vermelho) o seu juízo. Tal é Deus, santo e justo!
Quais são as características do Trono de Deus - v. 3-7
A. O Trono de Deus é um trono de Graça e Misericórdia - v.3
> Ao redor do trono há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. O arco-íris é o símbolo da Graça e Misericórdia de Deus, da sua aliança com o seu povo, de que não
mais o destruiria. Normalmente o arco-íris aparece depois da tempestade, mas aqui, ele aparece antes dela.
> Para os filhos de Deus a tempestade já passou, porque Cristo já se deu a si mesmo para nos resgatar do dilúvio do juízo. Agora, temos o sol da justiça brilhando sobre
nós. Ainda que o juízo venha sobre os homens, a igreja de Cristo será poupada. O que foi redimido não pode ser destruído. Ainda que o mal nos alcance, Deus fará com que
todas as coisas aconteçam para o nosso bem.
> Antes de Deus derramar o seu juízo sobre a terra, ele oferece a sua misericórdia. Antes das taças do juízo, ele envia as trombetas de alerta.
B. O Trono de Deus é um trono de Juízo — v. 5
> Os relâmpagos, as vozes e os trovões são evidências de juízo e ira. O arco-íris foi visto antes dos relâmpagos. A graça sempre antecede ao julgamento. Aqueles que
recusaram a misericórdia terão que suportar o juízo. Quem não foi purificado pelo sangue, terá que suportar o fogo do juízo divino.
> Hoje os homens escarnecem de Deus. Cospem no seu rosto. Zombam da sua Palavra. A mídia diz que Deus está errado. Mas Deus está no trono e derramará o seu juízo. Precisamos tomar posição. Arco-íris vem antes dos relâmpagos e trovões. A graça vem antes do juízo. Compare Is 61:1-2 com Lucas 4:17-21. Na primeira vinda Jesus veio em graça, na segunda vinda virá em juízo.
> O trono de Deus se manifesta em juízo contra os homens ímpios (Dilúvio, Sodoma, Egito, Babilônia, Jerusalém).
> Esse juízo de Deus muitas vezes é em resposta às orações da igreja (8:3-5).
> O trono de Deus não é passivo. O cálice da ira de Deus está se enchendo. O juiz de
toda a terra fará justiça. Ninguém escapará!
> O Espírito de Deus aqui não se manifesta como pomba, mas como sete tochas de fogo (símbolo de combate - Gideão).
C. O Trono de Deus é um trono de santidade e transparência - v.6
> Esse mar de vidro está em contraste com o mar de sujeira e poluição do pecado (Is 57:20). Para estar diante do trono de Deus é preciso ser purificado, estar limpo. Não há sujeira diante do trono de Deus. Não há corrupção. Tudo é transparente, limpo, puro.Deus é santo. No céu não entra nada contaminado. Deus não se associa com o mal. Ele abomina o mal. Embora ele ame a todos, ele não ama a tudo.

III. A IGREJA GLORICADA PARTICIPA DO REINADO E DO
JULGAMENTO DO MUNDO - V. 4
1. Ao redor do Trono, há também, vinte e quatro tronos • Esses tronos estão ao redor e não no centro. Deus está no alto e sublime trono. Ele reina sobre todos os outros tronos.
2. Assentados neles, vinte e quatro anciãos
• Assentado fala de uma posição de autoridade e poder. A igreja tem a honra não apenas de ser salva, mas também de reinar no céu e ser assistente de Deus no seu
julgamento (Mt 19:27-29; 1 Co 6:2).
• Fomos constituídos reinos e sacerdotes (Ap 1:6). Os sacerdotes estavam divididos em
24 turnos (1 Cr 24:7-18). Aqui somos divididos em igrejas, denominações. Mas no céu seremos uma só igreja: os que foram lavados no sangue do Cordeiro. Ilustração: O
Sonho de João Wesley.
• Fomos constituídos. Nós julgaremos o mundo e os anjos (1 Co 6:2-3).
• Os 24 anciãos representam o povo fiel de Deus, a igreja do Velho e do Testamento.
A igreja dos Patriarcas e Apóstolos. A totalidade da igreja de Deus na história. Esses
vinte e quatro anciãos são identificados por suas roupas (brancas), incumbência
(assentam-se em tronos para reinar e julgar) e posição (coroas de vencedores).
3. Os 24 anciãos estão vestidos de branco, e usando coroas de ouro
• As vestiduras brancas falam da justificação. A vestiduras brancas são as vestimentas
que se prometem aos fiéis (3:4). Não há redenção para os anjos e sim para os homens.
Portanto, os 24 anciãos não são anjos, mas homens remidos.
• H. B. Swete afirma que o número vinte e quatro representa a igreja na sua totalidade.
É uma visão não do que é, mas do que há de ser. A igreja plena, como será na glória,
adorando e louvando a Deus diante do trono, nos céus.
• As coroas de ouro falam da posição de honra, autoridade e prestígio dos remidos no
céu. Essas coroas de vitória prometidas aos que permanecem fiéis mesmo diante da
morte (2:10; 3:11).
IV. A DOXOLOGIA DOS QUATRO SERES VIVENTES AO QUE ESTÁ ASSENTADO NO TRONO - V. 6-8
1. Quem são esses quatro seres viventes que estão no meio e ao redor do Trono?
• Arthur Bloomfield pensa que eles representam os quatro Evangelhos - O leão mostra Jesus como Rei (Mateus). O novilho mostra Jesus como servo (Marcos). O homem mostra Jesus como o homem perfeito (Lucas) e a Águia mostra Jesus como aquele que veio do céu e volta ao céu (João).
• H. B. Swete e William Barclay pensam que eles representam a totalidade da natureza - Os quatro seres viventes representam todo o nobre, forte, sábio e rápido da
natureza. Cada figura têm preeminência em sua própria esfera. O leão é supremo entre os animais selvagens. O boi entre os animais domésticos. A águia é o rei das aves. O
homem o supremo entre todas as criaturas viventes. Os quatro seres viventes,representam toda a grandeza, poder e beleza da natureza. Aqui vemos o mundo natural trazendo sua doxologia ao que está no trono. A natureza louva ao Criador (SI 19:1-2;
SI 103:22; Sal 148).
• William Hendriksen pensa que eles representam seres angelicais -Esses quatro seres viventes são querubins (Ez 10:20), anjos de uma ordem superior. Os querubins guardam as coisas santas de Deus (Gn 3:24; Ex 25:20). A canção deles é a canção dos anjos (Is 6:1-4). Eles são descritos como leão, novilho, homem e águia (fortaleza,capacidade para servir, inteligência, rapidez). Essas são características dos anjos (SI
103:20,21; Hb 1:14; Dn 9:21; Lc 12:8; 15:10). Quando a Bíblia quer usar a linguagem de toda criatura, o faz com precisão em (5:13).
2. O que esses quatro seres viventes fazem? - v. 8-
• Eles proclamam sem cessar. O livro de Apocalipse está cheio de cânticos de exaltação a Deus (4:8,11; 5:9-13; 7:12-17; 11:15-18; 12:10-12; 15:3-4; 16:5-7; 18:2-8;
19;2-6).
a) A santidade de Deus - Santo (descrição). Santo, Santo (ênfase). Santo, Santo,Santo (plenitude de santidade).
b) A onipotência de Deus - O Todo-poderoso. As pessoas para quem se escreveu o Apocalipse estavam sob ameaça de morte. Saber que Deus é soberano implica confiança no triunfo final.
c) A eternidade de Deus - Aquele que era, que é e que há de vir. Os impérios podem levantar-se e cair, mas Deus permanece para sempre.
• Eles dão a Deus glória, honra e ação de graças.
• O céu é lugar de celebração, louvor, glorificação ao nome de Deus. Veia que eles não
cessam de proclamar!
V. A DOXOLOGIA DA IGREJA AO QUE ESTÁ ASSENTADO NO TRONO -
V. 10-11


1. O objeto da Adoração
• Os remidos adorarão àquele que vive pelo século dos séculos. Também adoram o
Espírito Santo (1:4-5; 4:5). Igualmente adoram o Cordeiro (5:12,13).
2. Os atos de Adoração
• A igreja se prostra diante daquele que está assentado no Trono. A glória deles é glorificar ao que está assentado no Trono.
• Depositarão suas coroas diante do Trono - Sinal de total submissão e rendição.
3. As palavras da Adoração
• O que está assentado no Trono é Senhor e Deus - "Tu és digno, Senhor e Deus
nosso, de receber a glória, a honra e o poder". Ele é digno de receber a glória, eles não
são dignos de glorificar, por isso, se prostram e depositam suas coroas diante do
Trono. A visão do Trono de Deus levou Haendel a escrever a sua obra maior
"Aleluia".
• O que está assentado no Trono é o Criador de todas as coisas - O mesmo Deus
que criou tudo, sustenta tudo, levará o mundo, a história e a igreja à consumação final.





CONCLUSÃO

João é chamado ao céu para ver o Trono e o Entronizado. O Trono de Deus está no
centro do Universo. Tudo acontece a partir do Trono. Tudo está ao redor do Trono.
Graça e Juízo emanam do Trono. Todo o louvor e glória são dirigidos àquele que está assentado no Trono. A ele seja a glória para sempre, Amém!


Apocalipse capitulo 5


João acrescenta alguns detalhes com referência Àquele que está assentado sobre o trono, do qual se diz que tem em Sua mão direita um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Se este livro é um códice igual aos livros de hoje, com os sete selos distribuídos mais ou menos igualmente sobre os lados, a pane de cima e de baixo, ou um pergaminho com os sete selos em linha contínua, não sabemos. Ouve-se novamente uma voz, a de um forte anjo, perguntando quem é digno de abrir este livro (v. 2). A resposta é que ninguém no universo é digno. Então um dos anciãos (v. 5) anuncia que o Leão da tribo de Judá (Gn. 49:9), a Raiz de Davi (Is. 11:1, 10), é digno de abrir este livro, por dois motivos: primeiro, Ele venceu, o que parece se referir a derrota, na terra, de Satanás e todo o poder do mal; e, em segundo lugar, pela Sua obra redentora comprou-nos para Deus, com o Seu sangue (Ap. 5:9).


TEMA: PARA ONDE CAMINHA A HISTÓRIA?
INTRODUÇÃO
1. Toda a história começa com Deus, está sob o controle de Deus e terminará segundo
a vontade de Deus. Não são os poderosos deste mundo que determinam os rumos da
história. Não os historiadores que decifram os mistério da história. Não são os
filósofos que interpretam os segredos da história. Não são os futurólogos que retiram o
véu da história.
2. Duas são as visões humanistas da história:
a) A visão cíclica dos antigos gregos - A história não se move para uma meta. Não há esperança, não há redenção. O que é, é o que foi, o que foi será. Não há uma consumação.
b) A visão do existencialismo ateu - A história é uma sucessão de fatos sem significado. Não há plano, não há esperança. A novela de Albert Camus A PRAGA:
A cidade de Orán foi invadida por ratos que trouxeram a temida peste bubônica. O
médico e seus associados batalharam até vencer a epidemia. Mas no final do livro, o
médico disse: "É só uma questão de tempo, os ratos voltarão ". As coisas não vão mudar.
3. Qual é o sentido da história? Friedrich Hagel no seu livro "Filosofia da História"
disse que os povos e os governos nunca aprenderam nada da história. Winston
Churchill disse que os homens cresceram em poder e conhecimento, mas não
evoluíram moralmente. Sob pressão, o homem moderno praticará os mais terríveis
atos. O historiador Gibbon, no seu livro "Declínio e Queda do Império Romano" disse
que "a história é pouco mais que um registro dos crimes, loucuras e infortúnios da
humanidade."
4. Thomas More em seu livro "Utopia" antevê um tempo na terra em que o homem
construiria um paraíso por suas'mãos. Houve otimismo. Mas no século XX, assistimos
a duas sangrentas guerras mundiais. O mundo está como uma panela de pressão, quase
explodindo. Há alguma esperança para a história?
I. O DEUS QUE ESTÁ NO TRONO DO UNIVERSO TEM UM PROPÓSITO
PARA A HISTÓRIA - V. 1
1. A história tem sentido. Sua vida tem sentido. Você não caminha para um ocaso,
para um fim trágico. As forças do mal não prevalecerão. Deus está no trono. Ele reina.
Ele faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade.
2. Deus tem em sua mão direita um livro
> Deus tem um plano em cada criatura. Deus escreveu o livro da história, antes dela
acontecer. Ele conhece, controla e dirige todas as coisas para uma consumação final. O
livro tem seqüência e conseqüência.
> Toda a história da humanidade está na mão de Deus. Não importa a fúria de Satanás
ou a agitação do mundo, a história sempre estará na mão de Deus.
3. O livro da história está escrito por dentro e por fora
> Tudo está traçado, escrito e determinado. Nada foi esquecido nem omitido. Sua vida
não caminha ao léu. O futuro está nas mãos de Deus.
II. O DIGNO PROCURADO - NINGUÉM TEM CAPACIDADE DE
DESVENDAR NEM DE CONDUZIR A HISTÓRIA À SUA CONSUMAÇÃO -
V. 2-3
1. O livro está selado com sete selos - v. 1
a. Sete = completo. Totalmente selado. A história sem Deus é um livro lacrado. Só Deus pode dar sentido à história e à sua vida.
2. Ninguém foi achado digno de abrir o livro - v. 3
b) Nem no céu - Miguel, Gabriel, serafins, querubins, anjos, os remidos: Abraão, Moisés, Elias, Paulo, Pedro, Maria.
c) Nem na terra - Nenhum homem por mais poderoso e influente pode decifrar o
sentido da história.
d) Nem debaixo da terra - Nem o diabo, nem os demônios, nem os espíritos
atormentados podem revelar a você o sentido da história e da vida.
> Não há ideologia, nem partido político, nem sistema econômico que possa realizar
os sonhos e as esperanças do coração humano. Sozinha a humildade não vai para lugar
nenhum. Sozinha seu destino é o caos. Há uma impossibilidade radical de que o
homem seja o senhor do seu próprio destino.
3. A impotência humana para desvendar o, futuro - v. 4
> A grande questão: Quem é digno?
> A grande constatação: Ninguém podia abrir o livro.
> A grande decepção: e eu chorava muito.
a) A crise de João é a crise da impotência de todos nós - Olhamos ao nosso redor e
vemos o mundo em pé de guerra, o mal triunfando, a violência crescendo, o terrorismo
ameaçando, as guerras tornando-se cada vez mais encarniçadas, as famílias cada vez
mais barbarizadas, os jovens cada vez mais se drogando e a nossa reação é também
chorar.
b) Por que João chorou? - Primeiro, porque isso parecia frustrar a promessa de
Apocalipse 4:1. Segundo, porque a história estaria à deriva como um barco sem leme.
III. O DIGNO ENCONTRADO - A SOLUÇÃO PARA A HISTÓRIA VEM DO
CÉU - V. 5
1. Há consolo para nós - Não chores!

> Às vezes, choramos como João com medo do futuro. O que vem pela frente? Como.
será o meu amanhã, a minha velhice?
> A voz ecoa no céu: Não chores! O Senhor põe um basta à nossa angústia. Ele traz a
solução.
> Não chores. O digno procurado é agora o digno encontrado. Há alguém capaz de
dirigir a história e dar sentido à vida.
2. A solução da história está em Jesus - v. 5-7
a) O livro da história está nas mãos de Jesus - v. 7 - Ele tem todo o poder e toda autoridade. Ele é o criador, sustentador, redentor e Senhor. Só Cristo tem a chave da interpretação da história nas mãos.
b) Ele venceu para abrir o livro - v. 5 - Ele é o Leão de Judá e a Raiz de Davi. Ele
Venceu o diabo, o mundo, o pecado e a morte. Jesus só é apresentado como o Messias
Vencedor, porque antes foi o Messias Sofredor. Ele só é o Leão, porque antes foi o
Cordeiro.
c) O Jesus vencedor é o Cordeiro que foi morto — v. 6 —
> Sua marca - Como tinha sido morto - A sua vitória foi conquistada na cruz.
> Sua posição - Ele está de pé (ação e poder).
> Seu lugar - No meio do trono (autoridade).
d) Ele é digno de desvendar o sentido da sua vida - v. 6
> Porque ele é onisciente- Cheio de olhos
> Porque ele é onipotente - sete chifres
IV. QUAIS AS IMPLICAÇÕES DE JESUS ESTAR COM O LIVRO DA HISTÓRIA NAS MÃOS
1. Isso deve levar-nos a orar confiadamente acerca do destino das pessoas — v. 8
> As orações agora fazem sentido. Orar é falar com quem está com o livro da história
nas mãos.
2. Isso deve levar-nos a evangelização fervorosa - v. 9
> O v. 9 diz que Cristo morreu para comprar com o sangue pessoas que procedem:
a) Todo grupo étnico - tribo
b) Todo grupo lingüístico - língua
c) Todo grupo político - povo
d) Todo grupo social - nação.
3. Isso deve levar-nos a tomar posse da nossa alta posição espiritual - v. 10
a) Fomos constituídos reino - Já reinamos com Cristo espiritualmente, pois estamos assentados com ele nos lugares celestiais e reinaremos com ele plenamente na sua segunda vida.
b) Fomos constituídos sacerdotes - Agora temos livre acesso à presença do Pai, por
intermédio de Jesus.
4. Isso deve levar-nos a dedicar tudo que somos e temos ao Cordeiro - v. 11-12
a) A ele seja o poder - É entregar a ele tudo o que está em nossas mãos, todo o poder
e ingerência que temos.
b) A ele seja a riqueza, os nossos bens - A riqueza dos empresários cristãos, a riqueza
dos homens de negócio, a riqueza dos empregados.
c) A ele seja a sabedoria - A nossa inteligência, cultura, talentos, diplomas,
habilidade profissional.
d) A ele seja a força - A força da juventude até os últimos alentos da velhice ao
Cordeiro. Não há aposentadoria no Reino de Deus.
e) A ele seja a honra - A primazia, o melhor, as primícias do nosso tempo, da nossa
vida, devem ser dados ao Cordeiro.
f) A ele seja a glória - Só ele merece ser exaltado.
g) A ele seja o louvor - O culto precisa ser prestado só a ele.
V. O DIGNO PROCURADO E ENCONTRADO, AGORA É ADORADO - V. 8-
14
1. Ele é adorado por quem ele é - v. 5-7
a) Leão de Judá
b) Raiz de Davi
c) Cordeiro que foi morto
2. Ele é adorado por onde ele está- v. 6
3. Ele é adorado pelo que ele fez - v. 8-10
a) Foste morto
b) Com teu sangue compraste para Deus
c) E para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes
d) E reinarão sobre a terra.
e) Que tipo de cântico é esse que lhe é entoado?
1) Cântico de adoração - Tu és digno.
2) Cântico de pregação - "Porque foste morto". Em Gênesis 22 o cordeiro substitui
Isaque (Cristo oferecido para o indivíduo). Em Êxodo 12, na Páscoa, o cordeiro é
oferecido para uma família. Em Isaías 53:8 diz que o Cordeiro foi morto por uma
nação. Mas João 1:29 diz que o Cordeiro morreu para salvar os procedem de todo o
mundo.
3) Cântico Missionário - "compraste para Deus os procedem de toda tribo, língua,
povo e nação".
4) Cântico Devocional - E os constituíste reino e sacerdotes
5) Cântico Profético - E reinarão sobre a terra.
4. Ele é adorado por aquilo que ele tem - v. 11-14
> Os cânticos desses dois capítulos são dois grandes oratórios. 1) O oratório da
criação (cap. 4); 2) O oratório da Redenção (Cap. 5) - Oratório é um gênero
musical dramático, com solos e coros, acompanhados de orquestra. Aqui as vozes da
igreja glorificada, dos serafins, dos anjos e da natureza se unem para o louvor celestial.
i. O culto ao Criador começa com um quarteto, cantando o hino seráfico: Santo, Santo,
Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
ii. A isto segue o coro, constituído de vinte e quatro anciãos, a igreja, que prosseguem
o louvor do Criador: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o
poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir
e foram criadas.
iii. Então se ouvem os solistas: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?
iv. Vem o responso: O leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro
e os seus sete selos.
v. E quando o Cordeiro toma o livro da mão do Criador, ouvem-se em uníssono o
quarteto e o coro dos anciãos, no novo cântico Digno és de tomar o livro e abrir-lhe os
selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de
toda tribo, língua, povoe nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes;
e reinarão sobre a terra.
vi. Prorrompe o coro majestoso. São anjos que cantam. Vozes de milhões de milhões e
milhares de milhares avolumam o canto triunfal:
Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força,
e honra, e glória, e louvor.
vii. Prossegue o canto num crescendo arrebatador até alcançar o clímax de grandioso
final. Não somente a igreja, os serafins, os anjos se combinam, mas ouve-se "toda
criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que
neles há" louvando ao Criador e ao Redentor:
Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e
o domínio pelos séculos dos séculos.
viii. Por fim, quando serena o estrondo do coro universal, ouve-se grandioso
"AMEM", que parte dos lábios dos quatro seres viventes, os serafins. Segue-se um
silêncio ofegante, e os anciãos (a igreja) se prostra e adoram.
É assim a música do céu: Ao mesmo tempo em que ela é cheia de entusiasmo, produz
profundo senso de adoração, ao ponto da igreja prostrar-se! Ninguém pode contemplar
o Senhor na sua beleza e no seu fulgor, sem se prostrar.

CONCLUSÃO
A igreja na terra não tem o que temer, não importando "de quantos juízos esteja
repleto o rolo" da história humana. Porquanto o sentido da música é este: O Criador entregou ao Redendor "toda autoridade no céu e na terra, e os que o seguem jamais passarão despercebidos do seu amor e cuidado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário