quinta-feira, 12 de junho de 2014

Apocalipse 17 e uma síntese sobre o cânon biblico

APOCALIPSE 17:1-18
TEMA: ASCENÇÃO E QUEDA DA GRANDE MERETRIZ
INTRODUÇÃO

1. Estamos iniciando a sexta seção paralela (17-19). Mais uma vez veremos que ela culmina, e agora, de forma mais clara, na segunda vinda de Cristo, com sua vitória triunfal sobre seus inimigos.
2. Nessa seção uma forte ênfase é dado à grande Babilônia. Isso, porque esse foi e é um tema fundamental para a igreja de Cristo.
3. O livro de Apocalipse nos mostra cinco inimigos de Cristo: O dragão, o anticristo, o falso profeta, a grande meretriz e os homens que têm a marca da besta. Esse quadro é apresentado nos capítulos 12 a 14.
4. Agora vamos ver a queda desses inimigos em ordem decrescente: No capítulo 17
vemos a história da grande meretriz. NO capítulo 18 a sua queda completa. No capítulo 19 vemos Cristo triunfando sobre todos os seus inimigos em sua segunda vinda.
5. O capítulo 17 nos aponta três quadros: O primeiro faz uma descrição da grande meretriz. O segundo, descreve a besta. O terceiro, fala da vitória de Cristo e da sua igreja.

I. A DESCRIÇÃO DA GRANDE MERETRIZ - V. 1-6,18
1. O contraste entre a noiva e a meretriz e a nova Jerusalém e a grande Babilônia
• João recebe uma visão (17:1) e ele pode contrastar essa visão com outra (21:9). Ele é
chamado para ver a queda da falsa igreja e o triunfo da igreja verdadeira.
• O diabo sempre tentou imitar a Deus. Assim é que temos o contraste entre a noiva e a
meretriz, a cidade santa e a grande Babilônia. A noiva fala da igreja verdadeira, a
meretriz da igreja apóstata. A Babilônia fala da cidade do mundo, a nova Jerusalém da
cidade de Deus.
• As duas figuras representam a mesma coisa: a mulher e a cidade. Ambas as figuras
representam a falsa igreja.
• A mulher aqui descrita é o sistema eclesiástico de Satanás. Todos os sistemas
idolatras são meretrizes, suas filhas.
• A grande Babilônia não é apenas uma cidade, mas também é a grande meretriz. A Babilônia já havia sido mencionada (14:8; 16:19). Em ambas sua queda já havia sido prevista.
2. A grande meretriz é conhecida pela sua influência mundial - v 1,15
• A religião prostituída está presente em todos os povos. Onde Deus tem uma igreja verdadeira, Satanás levanta a sua sinagoga.
• A Babilônia não é apenas cultura sem Deus, mas também cultura contra Cristo. Ela sempre entra em conflito com seguidores do Cordeiro. Ela sempre tomará um rumo
anticristão se a igreja for verdadeiramente igreja.
3. A grande meretriz é conhecida pela sua riqueza - v. 4
• Suas vestes são de escarlate. Está adornada de ouro e pedras preciosas e pérolas. Ela segura em sua mão um cálice de ouro. A religião prostituída, o mundo, faz ostentação da sua riqueza e do seu luxo.
• Este quadro é uma descrição perfeita do mundo à parte de Cristo, blasonando de sua
riqueza, de sua alimentação, de seus banquetes, de seus carros, de seu equipamento, de seu vestuário e de toda a sua beleza e glória.
• A meretriz é atraente e repulsiva ao mesmo tempo. De baixo de suas vestes de
púrpura esconde suas abominações repulsivas.
4. A grande meretriz é conhecida pela sua sedução - v. 2,4,5
• A igreja falsa sempre se uniu aos reis e governos mundanos numa relação devassa. O estado sempre procurou se unir à religião para conseguir os seus propósitos.
• Essa meretriz não se prostitui apenas com os reis, mas dá a beber do vinho da sua
devassidão a todos os habitantes da terra. Ela é uma religião popular. Ela atrai as
multidões. Ela não impõe limites.
• As heresias, o liberalismo e sincretismo são expressões dessa grande meretriz que
seduz os homens a viverem na impiedade e na devassidão.
• O copo é de ouro, mas no interior do corpo tem devassidão (v. 4b). O que isso significa: As revistas pornográficas, o luxo, a fama, o poder mundano, as concupiscência da carne.
• Os governos anticristãos não destróem todos os edifícios da igreja, mudam alguns deles em lugares de diversão mundana. O mundo ao mesmo tempo em que seduz os
ímpios, persegue os cristãos. A ordem de Deus para os fiéis é sair do meio dela (Ap18:4).
5. A grande meretriz é conhecida pela sua violência - v. 6
• A meretriz que vive no luxo tem duas armas: sedução e perseguição. Ele seduz, mas também mata. Ela atrai, mas também destrói. Ela está embriagada não de vinho, mas do sangue dos santos e dos mártires. Não podemos fazer distinção entre o sangue dos santos e o sangue dos mártires. Eles são santos porque pertencem a Deus; são mártires porque morreram por ele.
• A Babilônia foi Roma, foi a Roma papal, é o mundo em todo tempo, em todo lugar que seduz e destrói aqueles que amam a Deus. A meretriz é aquela que sempre se opõe à Noiva.
• A meretriz sempre quis destruir a Noiva do Cordeiro. Ela tem perseguido e matado muitos crentes ao longo da história.
• Essa meretriz era Roma nos dias de João (Ap 17:18). Os santos eram despedaçados em seus circos para a diversão e passatempo do público. Depois vieram as fogueiras inquisitórias e os massacres dos governos totalitários. 150.000 pessoas morreram pelas mãos da inquisição somente em trinta anos. Desde o princípio da Ordem dos Jesuítas em 1540, supõe-se que 900.000 pessoas pereceram sob a crueldade papal.
6. A grande meretriz está associada com a besta - v. 3
• A igreja apóstata vai se aliar à besta. Ela está sentada sobre os povos (v. 1) e sobre a besta (v. 3) sobre os quais a besta governa (Ap 13:7-8).
• A besta é o movimento perseguidor anticristão durante toda a história, personificado
em sucessivos impérios mundiais. A besta é passada, presente e futura.
• A meretriz representa o mundo como o centro de sedução anticristã em qualquer
momento da história.
• Essa meretriz é personificada como a cidade de Roma na época de João (Ap 17:18).
A cidade imperial atraia com seus prazeres os reis das nações. Roma era uma cidade
louca pelos prazeres.
• No fim, a besta vai se voltar contra essa própria igreja apóstata para destruí-la, visto
que desejará ser adorada como se fosse Deus (v. 16).

II. A DESCRIÇÃO DA BESTA - V. 7-17
1. A besta que João vê é a mesma que emergiu da terra - v. 7-8
• Essa besta recebe o trono do dragão, seu poder e autoridade. Essa besta é temida e
ninguém é considerado capaz de enfrentá-la. Essa besta recebe adoração de pessoas de
todos os povos e nações. Essa besta é um sistema de governo anticristão e uma pessoa.
• A besta é uma expressão de todo o governo anticristão que persegue a igreja ao longo
dos séculos e será um homem escatológico que receberá o poder do dragão para
governar um breve tempo.
2. A besta tem algumas características distintivas
a) A besta era, não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição
(v. 8) - A besta foi a personificação dos grandes impérios do passado. Já não é porque
esses impérios caíram. Está para emergir porque antes da segunda vinda, o anticristo
se levantará para caminhar para a destruição.
b) As sete cabeças da besta são sete montes e também sete reis (v. 9) - Ao mesmo
tempo em que João descreve tanto o anticristo como a meretriz como Roma (v. 9,18).
A Roma imperial era a expressão do governo anticristão, que age com sedução e
violência. MAS João olha para o anticristo e vê nele também sete reis, ou sete reinos
mundiais anticristãos: Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia, Império Romano,
Reino do anticristo.
c) Cinco reinos caíram, um existe, e outro ainda não chegou e quando chegar terá
que durar pouco (v. 10) - Os cinco primeiros impérios já caíram. Agora João vê o
Império Romano. Mas o reino do anticristo escatológico ainda não chegou e quando
chegar vai durar pouco. Os Reformadores entenderam que essa sétima cabeça é o
Papado Romano.
d) Os dez chifres são dez reis (v. 12-13) - Esses reis são um símbolo de todos os
reinos do mundo que darão suporte para o levantamento do anticristo, para se levantar
contra Cristo e sua igreja.
3. A besta se voltará contra a meretriz para destruí-la - v. 16
• Aqui o quadro muda. Por uma razão não explicada se forma uma espécie de guerra
civil na sede da besta. A besta e os dez reis se voltam contra a meretriz para devastá-la.
É uma espécie de caos entre os inimigos de Deus, quando eles se levantam para se destruírem (Ez 38:21).
• O mundo vai destruir a si mesmo. O reino de Satanás vai estar dividido contra si mesmo e não vai prevalecer. Os homens estarão desiludidos com os seus próprios
prazeres.
• Babilônia será despida, ridicularizada e exibida em toda a sua imundícia como bruxa
que ela realmente é. A maquiagem e o adorno serão tirados, e ela será exibida em sua
terrível nudez e imundícia. A Babilônia vai cair! (Ap 18:2).
• Os homens vão estar enfatuados com seus prazeres, mas também não se voltarão para
Deus e por isso serão destruídos. Os prazeres do mundo passam. Eles não satisfazem a
alma.
• O sistema do mundo entrará em colapso. Os dez reis marcharão primeiro com a besta
para a batalha final contra o Cordeiro. Batidos pelo Cordeiro (v. 14), eles se voltam
com fúria cega contra a mulher, a fim de dilacerar aquela que até aqui carregaram com
admiração (v. 2). A derrota diante de Cristo, portanto, é seguida da autodestruição do
mundo anticristão. Assim, o mundo em discórdia contra o Cordeiro, cai em discórdia
contra si mesmo.
4. A soberania de Deus domina até mesmo sobre os seus inimigos - v. 17
• A soberania de Deus é absoluta no universo. Os reis da terra e até mesmo a besta
estão debaixo da soberania absoluta de Deus. Ele traz esses inimigos com anzóis em seus queixos para que eles bebam do cálice da sua ira e sofram a sentença do seu juízo
eterno.

III. A DESCRIÇÃO DA VITÓRIA DE CRISTO E DA IGREJA - V. 8,14
1. A vitória de Cristo é devida ao seu sacrifício - v. 14
• Cristo é o Cordeiro. O cordeiro foi morto e comprou com o seu sangue aqueles que
procedem de toda tribo, povo, língua e nação (Ap 5:9). A igreja vence o dragão pelo
sangue do Cordeiro (Ap 12:11). O Cordeiro de Deus é vencedor em todas as batalhas.
Cristo saiu vencendo e para vencer.
2. A vitória de Cristo é devida à sua suprema posição - v. 14
• Ele é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Seu nome é acima de todo nome.
Diante dele todo joelho precisa se dobrar. Quando ele vier na sua glória vai matar o
anticristo com o sopro da sua boca (Ap 11:11-19; 16:14-21; 19:11-21; 2 Ts 2:8).
• Pode parecer que durante algum tempo as forças anticristãs pareçam estar ganhando
o domínio (Ap 11:7; 13:7), mas quando o anticristo estiver parecendo vitorioso, sua derrota será fragorosa e final.
3. A vitória de Cristo será completa sobre todos os seus inimigos — v. 8-11, 12-14,15-16.
• A felicidade dos ímpios despedaça-se como felicidade falsa. João vê o fim da besta(v. 8-11), o fim dos dez reis (v. 12-14) e o fim da mulher meretriz (v. 15-16).
• Apocalipse 19:20 mostram que tanto o anticristo como o falso profeta serão lançados no lago do fogo.
4. A igreja vencerá junto com Cristo - v. 8,14
• A igreja é a Noiva do Cordeiro. Ela é a cidade santa. A igreja vence o dragão, a
meretriz e a besta. A igreja é mais do que vencedora. Embora, algumas vezes, é uma
igreja mártir, mas sempre uma igreja vencedora!
• Se a besta tem os seus selados, que vão perecer com ela. Cristo também tem os seus
selados, cujos nomes estão escritos no Livro da Vida e vão reinar para sempre com ele.
• A igreja não é apenas um grupo de chamados e eleitos, mas também de fiéis. A prova da eleição é a fidelidade a Cristo. Quem não é fiel não dá provas de que é eleito.


CONCLUSÃO
1. Os prazeres do mundo terminam em desilusão, fracasso, ruína, derrota e perdição eterna.
2. Aqueles que se deixam seduzir pela riqueza, prazeres do mundo, ao fim, estarão
fascinados pela besta em vez de serem seguidores do Cordeiro.
3. Aqueles cujos nomes estão escritos no livro da Vida enfrentarão vitoriosamente
quer a sedução do mundo, quer a violência do mundo. Eles vencerão com o Cordeiro.
4. A vitória de Cristo é completa e final!









Pergunta: "Como e quando foi compilado o cânone da Bíblia?"

Resposta: O termo “cânone” (ou “cânon”) é usado para descrever os livros que foram divinamente inspirados e, por isso, pertencentes à Bíblia. O aspecto difícil em determinar o cânone bíblico é que a Bíblia não nos dá uma lista dos livros que a ela pertencem. Determinar o cânone foi um processo, primeiro por rabinos judeus e eruditos, e depois, mais tarde, por cristãos primitivos. Certamente foi Deus quem decidiu que livros pertenciam ao cânone bíblico. Um livro ou Escritura pertenceu ao cânone a partir do momento que Deus inspirou sua autoria. É simplesmente uma questão de Deus convencer Seus seguidores humanos de que livros deveriam ser incluídos na Bíblia.

Em comparação ao Novo Testamento, houve pouca polêmica a respeito do cânone do Velho Testamento. Crentes Hebreus reconheceram os mensageiros de Deus e aceitaram o que escreveram como inspirado por Deus. Houve, inegavelmente, algum debate a respeito do cânone do Velho Testamento. Entretanto, por volta de 250 d.C. houve uma concordância quase universal a respeito do cânone das Escrituras Hebraicas. A única pendência foi sobre os Apócrifos... com algum debate e discussão que se estende até hoje. A vasta maioria dos eruditos hebreus consideraram os Apócrifos como bons documentos históricos e religiosos, mas não no mesmo nível das Escrituras Hebraicas.

Para o Novo Testamento, o processo de reconhecimento e compilação começou nos primeiros séculos da igreja cristã. Desde o início, alguns dos livros do Novo Testamento foram sendo reconhecidos. Paulo considerou os escritos de Lucas tão cheios de autoridade quanto o Velho Testamento (I Timóteo 5:18; veja também Deuteronômio 25:4 e Lucas 10:7). Pedro reconheceu os escritos de Paulo como parte das Escrituras (II Pedro 3:15-16). Alguns dos livros do Novo Testamento circulavam entre as igrejas (Colossenses 4:16; I Tessalonicenses 5:27). Clemente de Roma mencionou ao menos oito livros do Novo Testamento (95 d.C.). Inácio de Antioquia reconheceu cerca de sete livros (115 d.C.). Policarpo, um discípulo de João o Apóstolo, reconheceu 15 livros (108 d.C.). Mais tarde, Irineu mencionou 21 livros (185 d.C.). Hipólito reconheceu 22 livros (170-235 d.C.). Os livros do Novo Testamento que provocaram maior polêmica foram Hebreus, Tiago, II Pedro, II João e III João. O primeiro “cânone” foi o Cânon Muratoriano, que foi compilado em 170 d.C. O Cânon Muratoriano incluiu todos os livros do Novo Testamento, exceto Hebreus, Tiago e III João. Em 363 d.C. o Concílio de Laodicéia estabeleceu que somente o Velho Testamento (e os Apócrifos) e os 27 livros do Novo Testamento deveriam ser lidos nas igrejas. O Concílio de Hippo (393 d.C.) e o Concílio de Cartagena (397 d.C.) também afirmaram a autoridade dos mesmos 27 livros.

Os concílios se basearam em algo similar aos seguintes princípios para determinar se um livro do Novo Testamento era realmente inspirado pelo Espírito Santo: 1) O autor foi um apóstolo, ou teve uma estreita ligação com um apóstolo? 2) O livro é aceito pelo Corpo de Cristo como um todo? 3) O conteúdo do livro é de consistência doutrinária e ensino ortodoxo? 4) Este livro contém provas de alta moral e valores espirituais que reflitam a obra do Espírito Santo? Novamente, é crucial recordar que a igreja não determina o cânone. Nenhum concílio primitivo determinou o conteúdo do cânone. Foi Deus, e unicamente Deus quem determinou quais livros pertenciam à Bíblia. Foi simplesmente questão de Deus convencer Seus seguidores a fazer o que Ele já havia decidido. O processo humano de reunir os livros da Bíblia foi imperfeito, mas Deus, em Sua soberania, e apesar de nossa ignorância e teimosia, levou a igreja primitiva ao reconhecimento dos livros que Ele havia inspirado.

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