domingo, 10 de maio de 2015

Genesis 8

Gênesis 8

INTRODUÇÃO

Na última aula vimos que Noé entrou na arca junto da sua família e dos animais que Deus mandou,Noé e sua família devem ter imaginado se eles sairiam novamente da Arca. Entretanto, no tempo de Deus, o julgamento se completou e a terra voltou a ficar seca. Este foi um novo começo para a raça humana. Infelizmente, o caráter do homem não melhorou. Todavia, Deus deu novas manifestações de Sua graça e longanimidade.


Verso 1-3 Enquanto os dias se seguiam, provavelmente Noé sentiu-se esquecido. Esta é uma doença comum entre os servos de Deus. A frase "lembrou-se Deus", no hebraico, significa que Deus começou a agir em seu favor. Deus nunca se esquece do Seu povo [Isaías 49:15], como também na ocasião apropriada, Ele se levanta para socorrê-los. Neste caso, Deus se lembrou dos tripulantes da Arca, secando a terra para que eles a habitassem. A questão do que aconteceu com toda essa água, não pode ser afirmada. Nós não sabemos que mudanças ocorreram nas massas terrestres ou nas bacias oceânicas, nem qual a quantidade de água que retornou para debaixo da superfície da terra. Mas para nós é suficiente saber que Deus cuidou de tudo isso. A Bíblia fala do vento que passou sobre a terra e ajudou no processo de secá-la.

Verso 4 Ararate. No hebraico, deserto. Nome aplicado à região entre 0 rio Tigre e as montanhas do Cáucaso, conhecida como Armênia, mas chamada Urarti nas inscrições assírias. O nome veio a ser aplicado à cadeia montanhosa e, especial- mente, ao duplo pico em forma de cone, a pouco mais de onze quilômetros separados um do outro, respectivamente com 5.182 m e 4.265 m de altura. O pico de maior altura é chamado Massis, pelos nativos, ou, então, Varaz-Baris; e os persas lhe dão 0 nome de Kuhi-Nuh, “monte de Noé”. Seu cume é perpetuamente coberto de neve. Tradições nativas dizem que a arca repousou sobre sua vertente sul, mas as inscrições assírias identificam um pico um tanto mais ao sul, a saber. ־monte Nish’r, com 2,745 m. de altura, comumente identificado com 0 Pir Oma 0 Gudrun. Há relatos sobre 0 dilúvio por todo 0 Oriente, alguns dependentes da narrativa bíblica. Outros, porém, são independentes. Outrossim, essas narrativas sobre 0 dilúvio são universais, e supomos que a maioria delas, independentes dc relato bíblico. Os sacerdotes egípcios disseram a Heródoto; “Vocês, gregos, sã: apenas crianças. Vocês conhecem apenas um dilúvio, mas temos registros sobre muitos dilúvios”. Os registros geológicos, como a reversão do magnetismo das rochas, indicam que não apenas por uma vez, mas por muitas vezes (talvez ate quatrocentas vezes) os pólos têm mudado de lugar, com deslizes conseqüentes da crosta terrestre, produzindo, obviamente, grande destruição e imensos dilúvios Pensamos que 0 dilúvio de Noé tenha sido a última dessas grandes catástrofes, e que ainda haverá outras, no futuro. Ver 0 artigo sobre 0 Dilúvio.
No Oriente existem vários montes sagrados, assim feitos pelas tradições, que os identificam com 0 lugar onde a arca teria repousado, terminado 0 dilúvio  Portanto, além dos montes de Ararate, há outros picos que são assim considera- dos, como 0 Sufued Koh (Monte Branco), onde os afegãos dizem que a arca descansou. O pico de Adão, na ilha de Ceilão, é outro desses lugares,  que em Gên. 8.4 0 pentateuco samaritano diga Sarandib, nome árate para 0 Ceilão. Os versos sibilinos afirmam que as montanhas do Ararate ficava- ־na Frigia. Outros situam-nas na porção oriental da cadeia montanhosa antigamente chamada Cáucaso e Imaus, que termina nos montes do Himalaia, no norte s índia.

Verso 5 E as águas foram minguando até 0 décimo mês. A renovação divina prosseguia. As águas diminuíam rápida e continuamente. O novo dia estava prestes a raiar. No décimo mês, foi vista uma linda paisagem: apareceram os cumes dos montes. Fui criado na parte ocidental dos Estados Unidos, em uma área das Montanhas Rochosas. Lembro-me da primeira vez em que voltei do leste par0a oeste (pois eu estudara na parte leste do país). Passei através das Grandes Planícies, no meio-oeste norte-americano, ainda a grande distância de meu desti- no. E lá no horizonte estavam elas, as Montanhas Rochosas. Era a minha terra, e meu coração saltou dentro do peito. Assim também aqui, os montes apareceram, e ali estava novamente a terra. Podemos imaginar a alegria que esse acontecimento trouxe àqueles que estavam encerrados na arca, os quais nada tinham visto , senão água, pelo espaço de tantos meses.

Verso 6,7 Uma das cenas mais marcantes no relato do Dilúvio é a de Noé soltando algumas aves para obter informações sobre as condições fora da arca. As narrativas do Épico de Gilgamés e do Épico Atrahasis também mencionam um uso semelhante de aves. Em vez de enviar um corvo e depois uma pomba em três missões, en­contramos uma pomba, uma andorinha e um corvo, enviados cada um por sua vez. A pomba e a andorinha retornam sem encontrar lugar para pousar, en­ quanto o corvo é descrito, como em Gn 8.7, voando e dando voltas, sem, no entanto, voltar (Gilg. 11.146­ 54). Navegadores do mundo antigo faziam uso de aves para encontrar terra, mas Noé não estava nave­gando, pois já se encontrava em terra firme, logo seu objetivo ao soltar as aves não se referia a uma busca de direção. Sabe-se também que o padrão de vôo das aves muitas vezes servia como presságio, mas nem no Gênesis, nem no relato de Gilgamés aparecem observações sobre o vôo das aves enviadas.
8.7. hábitos dos corvos. Ao contrário dos pombos, que voltam após terem sido soltos, o corvo é usado pelos marinheiros com o fim de observarem sua linha de vôo. Com base na direção tomada pela ave, o marinheiro pode determinar a localização da terra. A estratégia mais sensata então, é soltar primeiro um corvo e depois usar outros pássaros para determinar a profundidade da água e as condições de pouso do lugar. Os corvos se alimentam de carne em decompo­sição e, portanto, teriam comida suficiente disponível.

Versos 8,11   . Os pombos têm uma auto­nomia de vôo limitada, e por essa razão, são usados pelos navegadores como meio para determinar a loca­lização de terra para pouso. Enquanto eles voltam, é sinal de que não há terra nas proximidades. O pombo vive em lugares pouco elevados e sua alimentação é à base de plantas.
A folha de oliveira trazida pela pomba sugere a duração de tem­ po necessária para que as folhas dessa árvore brotas­ sem, após ter ficado submersa - uma indicação sobre a profundidade das águas do Dilúvio. Também é um símbolo da nova vida e da fertilidade que viriam após o Dilúvio. A oliveira é uma árvore que dificil­ mente morre, mesmo depois de ter sido cortada. Esse broto recém-arrancado mostra a Noé que o período de recuperação já havia começado.

Verso 12 Estava terminado 0 terceiro período de espera. Algu- as vitórias ocorrem imediatamente, mas usualmente uma grande vitória é fruto de longos labores e muita paciência. Mas este texto mostra que 0 grande momento, finalmente, chegara. A persistência sempre será recompensada. A vida não é como uma corrida de cem metros. É como uma maratona. Precisamos de forças para a longa corrida.

Verso 13 Confrontando este versículo com 0 trecho de Gên. 7.11, concluímos por quanto tempo as águas prevaleceram sobre a terra. O dilúvio  durou pouco mais de um ano, ou seja, um ano e dezessete dias.

Verso 14  Para que a terra estivesse bem seca, foi mister passar-se pouco mais de um mês. Corria 0 mês de marchesvan, que correspondia ao nosso outubro/novembro.
Visto que os meses tinham exatamente trinta dias entre os judeus, alguns intérpretes calculam que a arca tenha ficado flutuando exatamente por um ano, e isso significaria que 0 dilúvio fora um ano de provação. Mas outros estudiosos adicionam dezessete dias a esse cálculo. A idéia de “um ano” exato parece ser a mais correta.

Verso 15,19 vamos perceber de fim clara que Deus estava no controle da situação ele mandou construir e entrar na Arca, agora ele mesmo manda sair.O comentarista Champlin nesse versículo diz que Os intérpretes judeus, que via de regra davam grande atenção a pequenos detalhes (além de adicionarem algumas idéias suas), observavam que a saída da arca ocorreu de modo ligeiramente diferente do que sucedeu na entrada. Na entrada, tinham ingressado os homens, e depois as mulheres. Mas na saída saíram juntos os casais. Mediante essa circunstância, eles entendiam que a ordem da multiplicação, que havia sido dada a Adão, estava sendo renovada, sob 0 símbolo dos casais juntos. O vs. 17 repete especificamente 0 comando acerca da fertilidade.

Verso 20 As coisas tinham agora um novo começo, na pessoa de Noé, tal como tinham começado na pessoa de Adão. Cada dispensação tem terminado em fracasso; mas cada uma delas representa um período especial de teste e de crescimento para os que têm agido bem. Agora os homens seriam submetidos a um novo teste. Eles organizariam suas próprias instituições e testariam sua capacidade de governar-se. Agora recebiam a responsabilidade de governar a terra inteira. Porém, tanto os judeus quanto os gentios têm provado somente que governam apenas para benefício próprio, e não para a glória de Deus. Por isso, estamos encaminhando-nos para um novo fracasso. A confusão dos idiomas (de forma simbólica) pôs fim a esse teste racial. Os cativeiros assinalaram 0 fracasso dos governos de Israel. A destruição da imagem do segundo capítulo do livro de Daniel mostra-nos 0 que, finalmente, acontecerá aos governos gentílicos. E, então, será armado 0 palco para 0 governo de Deus na terra, durante 0 milênio.

Verso 21,22 Andar com Deus governava a vida de Noé. O dilúvio em nada alterou isso. Noé havia feito provisão para holocaustos, ao fazer entrar na arca certos animais de sete em sete, ou seja, três pares e um macho extra, designado para ser sacrificado. Ver Gên. 7.2,3. Destarte, a adoração foi renovada, para começar a generalizar-se. Noé não negligenciou 0 lado espiritual das coisas. Há uma fábula judaica que faz desse altar 0 mesmo sobre 0 qual Adão ofereceu holocaustos, ao ser expulso do jardim do Éden. É possível que Noé tenha erigido um altar no monte Ararate, antes mesmo de procurar um novo local de residência.
Alguns intérpretes aceitam literalmente essa afirmação, como se Deus tivesse 0 sentido do olfato e tivesse apreciado 0 aroma de carne queimada. Mas a maioria deles explana a questão em sentido metafórico, e não em termos de antropomorfismo. É verdade que os povos antigos imaginavam que as divindades não diferiam grande coisa dos homens, deleitando-se em holocaustos em sentido literal, sentído aplacados por tal coisa, 0 que os induziria a conceder favores. É patente que Paulo aludiu a este versículo em Efésios 5.2. Ali, Cristo aparece como 0 sacrifício que agradou a Deus, 0 que é simbolizado aqui pelo aroma suave do sacrifício.
O Senhor... disse consigo mesmo. Continua a descrição antropomórfica. Alguns autores judeus dramatizaram a cena, imaginando Deus a fazer um jura- mento solene, de mão direita erguida, em consonância com 0 trecho de Isaías 54.9. Mas a lição que temos aqui é que agora a voz divina revertia certos aspec-
tos da maldição original, além de dar as promessas que ajudariam no progresso do novo começo.
Consigo mesmo. Trata-se de uma autodeterminação. A decisão foi firme, por não depender do homem quanto ao seu cumprimento. Deus foi aplacado em face do sacrifício, 0 que é uma antiga noção. Essa noção retrata Deus como alguém insatisfeito e irado,para em seguida sentir-se de espírito leve, ao ver 0 homem a conduzir-se de forma apropriada, ocupado em seus deveres espirituais e ritos religiosos.
Não tornarei a amaldiçoar a terra. A antiga maldição imposta ao solo, por causa do pecado de Adão (Gên. 3.17), que foi confirmada e agravada por causa do pecado de Caim (Gên. 4.12), era agora aliviada, embora não anulada completamente, segundo a história subseqüente nos mostra claramente.
Depravação Total do Homem. O ser humano é inerentemente mau. Todos os seus pensamentos são iníquos, desde a sua juventude, e os seus atos são correspondentemente malignos. Essa foi a causa do dilúvio (Gên. 6.5). Deus não esperava que agora essa atitude mudasse. Mas apesar do fato de que essa maldade humana continuaria, Deus mitigou a maldição antiga e proferiu certas bênçãos, a fim de melhorar 0 caráter do novo começo da humanidade. Como é óbvio, esse foi um ato de pura graça.
Nem tornarei a ferir todo vivente. Grandes juízos divinos haveriam ainda de sobrevir, mas nenhum tão drástico quanto 0 do dilúvio. Mas questionamos isso, quando lemos 0 livro de Apocalipse. Todavia, nem ali há a ameaça de uma destruição tão completa de vidas humanas.
Os críticos imaginam nesse ponto uma contradição. Uma profunda iniqüidade fora a causa do dilúvio, mas aqui vemos essa iniqüidade como uma razão da misericórdia divina. Este versículo permite-nos compreender que, a despeito da contínua grande depravação dos homens, Deus nunca mais agiria de forma tão drástica e radical como fizera por ocasião do dilúvio.
Está em foco a longanimidade de Deus. Ver no Dicionário 0 artigo intitulado Longanimidade. O homem mostra-se obstinado em seu pecado, mas a longanimidade de Deus prevalece. O homem aprende com extrema lentidão, mas Deus espera com paciência; 0 homem é irremediavelmente mau, mas Deus é infinitamente amo- roso. O homem aprende afinal a confiar, apesar de sua maldade inerente e ativa.

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