domingo, 4 de outubro de 2015

Genesis 12

Gênesis 12

Introdução

Aqui começa de fato a história de um dos principais personagens bíblicos Abrao que posteriormente se transformaria em Abraão.
Abraão (em hebraico: אברהם, Avraham ou ’Abhrāhām) é um personagem bíblico citado no Gênesis a partir do qual teriam se desenvolvido três grandes vertentes religiosas da humanidade: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.[1] Até hoje, os arqueólogos não encontraram nenhuma prova da existência de Abraão,[2] embora tenham sido, recentemente, encontradas aldeias com nomes dos familiares de Abraão (seu avô e seu bisavô, Naor e Serugue) numa área da atual Turquia, identificada como a região de Harã.[3] É o primeiro dos Patriarcas bíblicos e fundador do monoteísmo dos hebreus.[4]
Abraão viveu 300 anos lunares ou 175 anos normais, dentre várias características que a Bíblia nos revela sobre ele, uma se destaca a de amigo de Deus conforme Thiago 2:23 e cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus.

Verso 1,4  A narrativa bÍblica esclarece que antes de migrar para a Palestina, Abrão teve duas residências. Passou seus primeiros anos de vida em Ur e então um longo período em Harã. Cada uma dessas comunidades foi o seu lar. Ele teve de deixar amigos, vizinhos, e parentes quando saiu de Ur e outros tais quando partiu de Harã. Em cada caso, o triplo laço de terra, povo e parentes foi seccionado. O Bispo Ryle diz que Abrão recebeu a ordem de "a) renunciar às certezas do passado, b) enfrentar as incertezas do futuro, c) olhar e seguir a direção da vontade de Deus" (Gênesis na Cambridge Bible, pág. 155). Foi uma grande exigência (cons. Hb. 11:8). Provações severas estavam à espera dele Este chamado deve lhe ter sido feito enquanto ele ainda vivia em Ur (Atos 7:2). Foi renovado muitos anos mais tarde em Harã.Para a terra que te mostrarei. Nesta ocasião Jeová não disse o nome da terra nem a descreveu. Assim, Abrão teve de enfrentar um novo teste de fé. O Senhor encontrou o homem para o Seu propósito, alguém que podia ser colocado sob fortes tensões, um homem que desejaria fazer a vontade de Deus como a coisa mais importante de sua vida.
Sê tu uma bênção (bereikâ). A forma imperativa expressa realmente uma conseqüência – "para que sejas uma bênção". O ilustre viajante que partiu da Mesopotâmia politeísta fora divinamente comissionado a entrar no mão de pessoas completamente estranhas de alguma nova terra. Ele e seus descendentes constituiriam um canal pelo qual Deus abençoaria todos os povos da terra.
De ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Deus fortaleceu grandemente Abrão com as promessas da aliança – prosperidade, abundante posteridade e importância. A promessa da divina bênção garantia a Abrão tudo o que ele pudesse desejar. Cada necessidade seria suprida. Até vizinhos hostis viriam a considerá-lo como o líder do povo de Deus. Através dele todos os povos da terra receberiam bênçãos. E seu nome seria respeitado e reverenciado por toda parte. Hoje, Abrão é reconhecido e respeitado como o "pai" dos cristãos, judeus e maometanos. Deus escolheu Abrão e seus descendentes para levar o Seu Evangelho ao mundo. Da linhagem de Abrão, viria Cristo, para cumprir os propósitos divinos. E através dos homens e mulheres "nascidos de novo", Seus ideais seriam cumpridos. O plano de Deus estava tomando forma.Esta é a primeira menção na Bíblia de Canaã como a terra. A região era habitada por pessoas que estavam envolvidas com idolatrias (Gn 15.16). Deus prometeu esta terra a Abrão e Sara e a seus descendentes.

12.6 — E passou Abrão por aquela terra. O verbo passar aqui se assemelha à palavra ‘ibriy [pessoa de além de], hebreu (Gn 14.13). Aqui, o hebreu Abraão estava passando por aquela terra, atravessando o seu destino.
Até ao lugar de Siquém. Essa cidade é antiga; ficava na parte central de Canaã. Mais tarde, sob a liderança de Josué, as pessoas comemorariam ali a aliança com Deus (Js 24.1).
Até ao carvalho de Moré. Essa antiga e grande árvore de carvalho serviria como um permanente marco para as futuras gerações (Gn 13.18; 18.1; 23.17). O termo Moré significa professor. Está relacionado à palavra torah, que significa instru­ ção. Aqui Abraão começa simbolicamente a to­ mar posse da terra que, um dia, seria o território do grande Mestre, Jesus, e de Sua instrução.
E estavam, então, os cananeus na terra. A terra já estava ocupada pelos cananeus (Gn 13.7), mas Deus havia prometido que a entregaria aos des­ cendentes de Abraão.

12.7 — E apareceu o Senhor a Abrão. Esta foi a primeira vez que Deus apareceu (uma possível teofania, manifestação divina visível) a Abrão na terra de Canaã, mas certamente não foi a última (Gn 13.14-17).
E disse: À tua semente darei esta terra. A terra de Canaã era um presente aos descendentes de Abrão. Toda a terra pertence a Deus (SI 24-1). Ele pode fazer o que quiser. As pessoas de Canaã perderam o direito de ocupar tal lugar devido à sua terrível perversidade (Gn 15.16). Sendo as­ sim, Deus declarou que aquela terra se tomaria a terra de Israel (Gn 15.18-21; 17.6-8).
Esse versículo faz parte da aliança abraâmica (Gn 15.1-21). Abraão mencionou o episódio a seu servo muitos anos depois (Gn 24-7).

12.8 — Moveu-se [Abrão] dali para a montanha à banda do oriente de Betei e armou a sua tenda, tendo Betei ao ocidente e Ai ao oriente, e edificou ali um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor. Mais tarde, no tempo de Jacó, Betei teria um importante papel na história (Gn 28.10-22). Ai significa ruína. O termo sugere as ruínas de uma antiga cidade. Abrão respondeu à aparição de Deus edificando um altar dedicado ao Senhor e invocando o Seu nome (ver Gn 4.26; 21.33; 26.25). Provavelmente, essa invocação do nome do Senhor não era uma oração pessoal, mas um
clamor ou uma proclamação pública. Abrão, de certa forma, estava falando a outros a respeito do Senhor e sendo uma bênção para todas as nações, como Ele lhe ordenara (Gn 12.22).

12.9 — Depois, caminhou Abrão dali, seguindo ainda para a banda do Sul. Abrão caminhou em direção ao Neguebe, em hebraico Neqeb, caverna (Gn 13.1; 24.62). A população de Canaã, que já estava estabelecida no lugar com seus rebanhos, impediu que Abrão achasse um local para pasto­ reio. Ele continuou em direção ao sul, até que conseguisse encontrar um espaço para seu grupo.
12.10 As fomes eram freqüentes em Canaã. Nada se podia fazer para evitá-las. O único remédio era mudar-se para o Egito, onde o Nilo fornecia água para o gado e plantações. Abrão e seu grande grupo foram para o Egito. A palavra hebraica gûr, ficar, indica que se antecipava uma permanência temporária. Tão logo a fome abrandasse, Abrão estaria de volta à Palestina. Nenhuma indicação foi feita para determinar qual o Faraó que governava o Egito naquela ocasião.

12.11 — E aconteceu que, chegando ele para entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista. Raramente na Bíblia vemos menção da aparência física de uma pessoa. Só por motivos especiais, como no caso da descrição de José, em Génesis 39.6, e a de Davi, em 1 Samuel 16.12. A referência à beleza de Sarai pode ser comparada à descrição da apa­rência física de Rebeca (Gn 24.16) e de Raquel (Gn 29.17). A beleza física de Sarai era notável dada sua idade avançada (cerca de 65 anos). Sarai era aproximadamente dez anos mais nova que Abrão (Gn 12.4; 17.17).

12.12 — O ponto principal aqui é que Abrão e seu séquito não poderiam entrar no Egito secre­tamente. Eles eram muitos, carregando posses e rebanhos. Os egípcios provavelmente os nota­ riam, e Abrão sabia que a beleza de Sarai também não passaria despercebida.

12.13,14 — Dize, peço-te, que és minha irmã. Sarai, de fato, era a meia-irmã de Abrão, filha do mesmo pai, mas não da mesma mãe (Gn 20.12).
A Prosperidade de Abraão. Quando chegou no Egito, Abraão já era um homem rico. E agora, tendo sido favorecido pelo próprio rei, como futuro cunhado, muito aumentaram as suas possessões materiais e o seu prestígio. Tornou-se dono de toda espécie de animais domesticados (o que, naquele tempo, era um dos itens mais importantes nos bens de alguém), além de muitos escravos e escravas. Ver no Dicionário o artigo intitulado Escravo, Escravidão. O trecho de Gên. 13.2 relata que Abraão tomou-se rico em gado, prata e ouro. O quadro que temos assim pintado implica a passagem de um tempo considerável, e alguns Intérpretes supõem que Sara tenha acabado incorporada, por muito tempo, ao harém de Faraó; mas sobre isso 0texto sagrado nada nos diz. Podemos supor, contudo que grande parte das riquezas acumuladas por Abraão se devia a gene­rosos presentes dados por Faraó. Os intérpretes judeus comentaram como faraó abriu as portas de seus tesouros e se mostrou generoso com Sara e Abraão, incluindo a concessão de muitas terras. (Ver Pirke Eliezer, c. 26.)

12.17Grandes pragas. Na introdução às notas sobre Gên. 12.10 alistei certos paralelos que esse relato tem com a servidão do povo de Israel no Egito, e por quais razões alguns críticos supõem que temos aqui uma “mistura de lendas”, histórias alinhavadas umas às outras, a fim de ser produzido esse incidente da vida de Abraão, para emprestar um senso dramático à sua vida. Seja como for, as pragas aqui mencionadas fazem-nos lembrar 0que sobreveio ao Egito tempos mais tarde, por causa da presença do povo de Israel naquela terra. Tais calamida­des tinham por fim levar Faraó a liberar Sara e a expulsar do Egito Abraão e sua gente.
Intérpretes judeus deixam sua imaginação correr solta aqui, procurando iden­tificar quais teriam sido essas pragas. Eles pensam que doenças alcançaram  0 Faraó, que suas terras foram devastadas, que enfermidades diversas atacaram 0 seu gado, que ele sofreu derrotas em batalha etc. Ou 0 pais inteiro enfermou, e várias calamidades atingiram a nação.
Mas Deus protegeu 0 inocente, a despeito dos lapsos de Abraão.
2.18 Chamou... Faraó a Abrão. O rei não demorou a reconhecer aue 0terror que 0atacava tinha sua causa naquele estrangeiro que vivia com tanto luxo nas dependências do palácio real. E não só isso, mas Faraó também chegou à con­clusão seguinte: “A mulher é esposa de Abraão, e não irmã dele!’ . O texto não nos revela como 0 Faraó chegou a reconhecer isso, ou seja, por quais meios ele chegou àquela conclusão. O fato é que, antes de ter chamado Abraão, já possuía aquela informação. Notemos sua abordagem direta. Ele não perguntou a Abraão se Sara era sua mulher. Simplesmente afirmou que sabia disso. John Gill (ip loc.) sugeriu que ele havia consultado seus sacerdotes e adivinhos. É verdade que um bom dom psíquico poderia ter dado a Faraó essa informação, sem nenhuma dificulda­de; e talvez tenha sido assim que Faraó descobriu a verdade. E então, sem dúvida, 0Faraó ficou indignado. E vergastou Abraão com suas palavras, indican­do que ele tinha sido enganado e estava ofendido, para nada dizer sobre os muitos desastres provocados pelas pragas contra o rei e contra seus súditos.
Que é isso que me fizeste? Depois de termos cometido algum erro, depois de termos ofendido alguém,depois de as coisas terem saído erradas, é então que, com freqüência, perguntamos por que fizemos aquele erro. O texto mostra- se direto. Nem ao menos nos permite ouvir as desculpas esfarrapadas de Abraão. O texto poupa-nos disso.

12.18,20 Em sua indignação, o faraó dis­ pensou Abrão e Sarai. Deus protegeu o casal por causa do seu importante papel na história da salvação.E acompanharam-no. A até fora das fronteiras do Egito, em desgraça. Po­ demos ter certeza de que ele não conseguiu levar consigo todas as suas rique­zas. Ele levou 0bastante, mas sua situação financeira sofreu um prejuízo, e quase todos os seus escravos ficaram no Egito, a fim de servirem a outrem. O fato é que ele teve de ser expulso do Egito. Abraão poderia ter-se fixado ali, gozando de uma vida confortável de forma permanente. Mas assim 0propósito de Deus quanto a Canaã teria falhado. Algumas vezes tornam-se necessárias gran­des mudanças, se tivermos de cumprir devidamente o nosso destino. Tais mudan­ças são intervenções divinas, sem importar se produzem felicidade ou infelicida­de. Deus nos leva adiante, chegado 0momento certo da mudança. Deus havia dito: “Sai da tua terra.. Abraão obedecera. E assim acabou ele chegando ao Egito. E então, por meio do Faraó, Deus lhe disse: “Agora, sai do Egito”. A família patriarcal precisou ser livrada do Egito, e, para tanto, foi mister Deus enviar pragas. A embaraçosa situação de Abraão havia posto em perigo o plano divino. Algumas vezes, ficamos atolados em esquemas que nós mesmos traçamos, e isso força Deus a intervir em nossa vida.
O Ludibrio Produziu Prosperidade. É admirável 0 bem que 0 dinheiro pode trazer! Algumas vezes, todavia, as riquezas materiais resultam do mal que é praticado. Abraão enriqueceu ao enganar o Faraó. Mas isso só poderia terminar trazendo-lhe maus resultados.
Hagar. Talvez tenha sido por essa altura dos acontecimentos que Hagar tornou-se parte do grupo que seguia Abraão E isso abriu a porta para um novo drama, pleno de alegrias e tristezas, de coisas soas e coisas ruins (Gên. 16.1 ss.).
O Faraó agiu com maior retidão do que Abraão. É triste quando alguém espiritualmente menos dotado repreende ou age melhor do que 0homem espiritu­al,para não julgarmos Abraão de acordo com os padrões do cristianismo bíblico. Ele viveu em outra epoca quando prevaleciam outros padrões de comportamento. Ele era um estrangeiro em um país hostil. Abraão fora submetido a um grande teste, e falhara. Com grande freqüência caímos por razões triviais.

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