sábado, 31 de outubro de 2015

Gênesis 13

Genesis 13

Introdução

Vimos na aula passada o começo da história de Abrao e Sarai, vimos que ele mentiu e que saiu do Egito como muita prosperidade vimos também que ele começou sua peregrinação.
Neste capítulo vamos estudar sobre a relação dele com Ló e da escolha que seu sobrinho fez.

Versos 1-6 Foi impossível para a família do patriarca estabelecer-se no Egito, em uma vida luxuosa. Ainda havia muitas batalhas a serem enfrentadas, antes que Israel fosse estabelecida como uma nação, na Palestina. O Egito era incompatível com o plano de Deus. Abraão fora expulso do Egito por haver enganado ao Faraó no tocante a Sara, tendo-a chamado de sua irmã, a fim de preservar sua própria vida. Tinha havido a intervenção divina (pragas enviadas para castigar o Egito e o Faraó), o que proporcionou a Abraão a oportunidade de sair dali. Ver a história em Gèn. 12.9-20. Algumas vezes surgem ocorrências desagradáveis em nosso caminho, a fim de impelir-nos para alguma nova direção. De outras vezes, há mudanças produzidas por acontecimentos harmoniosos e agradáveis. Quem dera que sempre sucedesse assim conosco! O fato foi que Abraão retornou ao lugar de onde havia partido. Estava sendo atraído por suas raízes. Algumas vezes, nossa vida segue em espirais, não se movendo em linha reta até alguma situação nova. Abraão, pois, precisou voltar ao altar que havia erigido em Betei (vs. 3), que ele tinha erguido antes de errar. Dali por diante, retomaria o caminho das bênçãos de Deus.
Por quanto tempo teria estado Abraão no Egito? Os comentadores judeus variam em sua opinião a respeito. Alguns falam em poucos meses. Mas outros calculam nada menos de vinte anos. Esse tempo, todavia, não foi tempo perdido, pois Abraão aprendeu lições durante esse tempo. Mas agora, tudo isso ficara para trás.
13.2
Era Abrão muito rico. Ele possuía todas aquelas coisas pelas quais eram aquilatadas as riquezas, no mundo antigo: gado (sem dúvida toda sorte de ani­mais domésticos, conforme nos indica Gên. 12.16), prata e ouro (não menciona­ dos no capítulo doze, mas certamente sempre uma parte apreciável da abastança material). Mas de fora ficam as pessoas (incluindo os escravos, Gên. 12.16) que também distinguiam um homem rico de um homem pobre. E, como é claro, apesar de seus lapsos, ele era espiritualmente rico.
O dinheiro é um mal necessário. Contudo, o dinheiro pode ser um bem positivo. O próprio Jesus disse: “.. .vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas" (Mat. 6.32), O dinheiro é como um sexto sentido, sem o qual não podemos tirar vantagem dos outros cinco. O dinheiro é o óleo lubrificante que faz a máquina movimentar-se. Paulo sabia o que era estar abatido e o que era gozar de abundân­ cia material (Fil. 4.12). Se você estiver tentando fazer aigc de significativo, sempre será melhor ser rico do que ser pobre. Por outra parte, há aquelas tentações e armadilhas que o dinheiro traz. Algumas pessoas chegam mesmo a abandonar projetos, uma vez que tenham muito dinheiro, e, então, desperdiçam sua vida em viagens e em uma vida de luxo. Contudo, dispomo-nos a arriscar nessas escorregadelas e fracassos. O temor faz-nos buscar dinheiro; os prazeres inspiram- nos a dar valor exagerado às coisas materiais; o senso de segurança segreda para nós: “Consiga agora tudo quanto lhe for possível!”. Não obstante, há muitas coisas boas que podem ser conseguidas pela abundância material. Paulo prometeu aos que dão que certamente obterão. A chave para a obtenção é o ato de dar: “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra” (II Cor. 9.8). Notemos que o contexto desse suprimento abundante (que deve ser usado visando às boas obras) é a generosidade com outras pessoas (vss. 6 e 7). Trata-se da lei da colheita conforme a semeadura, conforme esta passagem esclarece. O segredo do suprimento eterno é a nossa generosidade para com outras pessoas.
mundo, para então terem de reparar os danos sofridos. Por outra parte, alguns religiosos nunca mais voltam da excursão, preferindo permanecer no Egito e mostrar que são homens maus.
Cada novo começo tem início defronte do altar, ou assim, pelo menos, deve­ ria ser. A vida é sagrada e deveria ser vivida no espírito da adoração, no serviço do Senhor. Essa é a nossa grande oportunidade. Todo homem precisa da luz e da orientação do alto. Todo homem precisa de uma renovação periódica.
Conheci um pastor que, quando era preciso recarregar suas baterias espirituais, sempre voltava à mesma cidade e até à mesma igreja, e ali permanecia por algum tempo. E, então, voltava ao seu próprio estado e cidade, e ali reiniciava o seu trabalho.
Abraão voltou humilhado e arrependido. Ele havia cometido um erro. Agora, porém, buscava renovação. Esta está sempre à nossa disposição, conforme afir­ma o trecho de Tiago 1.5. Era ótimo ter aquele dinheiro todo. Mesmo que alguém se sinta mal por dentro, é melhor gozar conforto em meio à miséria íntima. Contu­do, a pobreza espiritual é um estado pior do que a pobreza material.
O Enfoque Incide sobre Deus. Abraão era uma figura exaltada, mas a Bíblia não oculta de nós as suas falhas. A Bíblia enfoca a pessoa de Deus, e não o homem. Abraão cometeu seus equívocos, mas isso não arruinou o desígnio de Deus quanto à sua vida.
13.5
Ló Também Enriquecera. Ló havia acompanhado Abraão por todo o caminho, mas agora os dois teriam de separar-se. Ele tinha acumulado riquezas, tal como Abraão. Agora, tio e sobrinho tinham de tornar-se entidades distintas. As divisões no seio das famílias são sempre coisas difíceis, mas tornam-se simplesmente intoleráveis quando envolvem conflitos. Parece que Ló havia prosperado no Egito. Como homem menor, agora ele teria de tomar uma decisão muito pior do que aquela que Abraão tinha feito. E haveria de ir escorregando até a pior região do mundo, Sodoma, onde havia todas as formas de maldade, em abundacia. Have­ria de tentar criar sua família em um lugar imundo. E ali não havia altares.
13.6
Uma Terra Frágil. Abraão e Ló eram ricos demais, possuíam muito gado e ocupavam muito espaço. E a terra não podia sustentar ambos. Não havia espaço, naquela região, para aqueles dois homens tão abastados. Isso impôs a necessi­dade de eles se separarem. Não haveriam de dividir uma herança, o que, por muitas vezes, causa brigas em famílias, mas teriam de dividir as terras, o que, potencialmente, causa muitas contenções. Usualmente, os membros  de uma fa­mília vivem juntos quando os recursos financeiros deles são limitados. Neste caso, porém, achamos a situação oposta. A maioria dos homens nunca chega a perceber esse outro lado da moeda.
Declarou Martinho Lutero: “Os filhos de famílias ricas raramente se saem bem na vida. Eles são complacentes, arrogantes e cheios de si. Pensam que não precisam aprender coisa alguma, porque têm muito com que viver, afinal de contas" (McGiffert, Martin Luther, pág. 4). Sem duvida, Lo ilustrava o mal que o dinheiro em demasia pode fazer a uma família.
Embora rico, agora Abraão voltava ao seu altar, em Betel. Essa é a grande lição da passagem.

Versos 7-18  — Abrão agiu com benevolência, evi­tando brigar com seu sobrinho e os pastores deste. Deu a Ló a oportunidade de fazer uma es­ colha. Ao fazer isso, Abrão não só demonstrou o despedimento quanto aos bens, como também A jornada deAbraão
a confiança de que Deus continuaria provendo tudo a ele.
13.10-12 — Ló era ganancioso. Ele preferiu a campina verde e bem regada do Jordão, perto do mar Morto. Próximas dali ficavam as pecaminosas cidades de Sodoma e Gomorra, antes de serem destruídas pelo juízo divino (Gn 18— 19). Os primeiros leitores ficariam perplexos ao saber da quantidade abundante de água que a região outrora desfrutou. Era como o jardim do Senhor. Esta exuberante comparação relembra as condições do Éden (Gn 2.10). Em uma região árida, a abun­dância de água evoca a imagem do paraíso. A pequena cidade de Zoar mais tarde figuraria na vida de Ló (Gn 19.22).
18— 19). Ao resto da população de Canaã foram dados 400 anos até que sua idolatria e maldade demandassem julgamento (Gn 15.16). A Sodoma e a Gomorra, não.
13.14-17 — Esta seção é parte do conjunto de passagens que preparam o terreno para a alian­ça abraâmica (Gn 15.1-21). Esta seção se edifica em Génesis 12.1—3.7, a passagem na qual Deus faz Sua primeira grande promessa a Abrão.
13.14 — O Senhor reafirmou a promessa a Abrão após a falta de fé demonstrada por este no Egito (Gn 12.10-20) e após a separação de Ló.
13.15-17 — Toda esta terra que vês te heí de dar a t i e à tua semente, para sempre. Nenhuma parte da terra de Canaã ficou de fora da promessa de Génesis 13.15-17
13.13 — A escolha de Ló da área aparente­ Deus a Abrão e à sua descendência, designadamente mais favorável levou-o até um território que era habitado pelo pior grupo de cananeus: as perversas e infames pessoas de Sodoma (Gn pela palavra semente (hb. zerá). Algumas vezes este termo pode referir-se aos muitos descenden­tes, e outras vezes a apenas um indivíduo.
Todo o território que Abraão contemplou para o norte, o sul, o leste e o oeste, pertencia a ele, e então seria o mesmo transferido à sua posteridade. Deus nada lhe negaria. Sua misericórdia é tão vasta quanto o mar. A Abraão foi prome­tida a grandeza:
1. A grandeza inclui uma significativa missão espiritual e a visão de vê-la e
reconhecê-la, para então ativar-se a fim de desenvolvê-la.
2. A grandeza de um homem reflete-se nas coisas que ele procura promover.
3. A grandeza de um homem é garantida por sua capacidade de persistir em
seus propósitos e levar suas idéias à plena fruição.
4. A grandeza de um homem reflete-se em sua capacidade de sofrer cerdas,
mas recuperar-se e renovar o seu zelo.
5. Um grande homem está sempre em uma cruzada. Ele nunca descansa em
Sião.
6. A vitalidade e a força não reside nas coisas materiais, mas na fé que cultiva­mos. Abraão erguia um altar por onde quer que fosse.
7. Ao homem nômade foi prometida uma pátria grandiosa, por ser ele o homem
escolhido para aquela hora, a fim de cumprir o propósito de Deus. A vontade de Deus sempre coincide com a verdadeira grandeza.
Em Abraão, o povo de Israel seria grande. A promessa tinha âmbito univer­sal. Não se destinava somente a Abraão. O Messias levantar-se-ia dentre Israel, estando Ele destinado a uma missão universal: na terra, no hades e nos lugares celestiais.
Percorre esta terra. Conta-se a história do homem a quem foram prometidas todas as terras que ele pudesse percorrer, correndo ou andando, durante um dia. Sentiu grande entusiasmo ao ser-lhe feita a promessa. E assim, cedo pela manhã, ele começou a correr. Ele correu e correu, andou e andou, e tornou a correr um pouco mais. Seu zelo obteve assim uma grande realização. Foi capaz de cobrir um vasto território durante aquele dia. Tudo seria dele. No entanto, esforçou-se de tal modo que seu coração não agüentou o esforço. No fim ao dia, morreu. A Abraão foi dito que caminhasse e percorresse toda a terra. Onde quer que ele pusesse os pés, aquilo lhe pertenceria. Em contraste com o homem daquela história, Abraão deveria continuar vivendo, e sua posteridade também. É que Deus foi para ele o poder sustentador.
A Terra Prometida não era grande, de acordo com os padrões modernos. A Palestina inteira não tem tanta área quanto o estado brasileiro de São Paulo. No entanto, não devemos olvidar que a herança espiritual de Abraão haveria de abran­ger a terra inteira, incorporando todas as nações, povos e famílias. Ló, por sua vez, foi residir em Sodoma. A terra inteira seria o local da residência de Abraão.
Alguns intérpretes imaginam Abraão, o nômade, a viajar como um turista, atravessando toda aquela boa terra, divertindo-se enquanto prosseguia. Tudo era dele, e, sem dúvida, ele gostava do que estava fazendo.
13.18
Nos carvalhais de Manre. Abraão deixou o altar em Betei e foi para Manre, em Hebrom, e imediatamente erigiu outro altar. Assim, ele caminhava de altar em altar. A espiritualidade era a base de tudo quanto Abraão fazia, bem como a essência de seu ser. Isso explica a grandeza dele. Um santuário especial dedica­ do a Yahweh foi erigido naquele lugar, e por longo tempo seria importante.
Carvalhais, conforme lemos aqui, em algumas traduções aparece como “planí­cie”. Mas nossa versão portuguesa dá a tradução mais provável, pois um bosque seria um lugar apropriado para a adoração e para que ali fosse erigido um altar. A Septuaginta e a versão siríaca também dizem “carvalhais”, parecendo que assim dizia o original.
Essa cidade ficava no sul da Palestina, no território de Judá, cerca de vinte e nove quilômetros ao sul de Jerusalém. Essa é a cidade da Palestina situada à maior altitude, 972 metros acima do nível do mar Mediterrâneo. A cidade moderna tem uma população de talvez sessenta mil pessoas. O nome desse lugar significa aliança, talvez uma referência à confederação firmada entre Abraão e os amorreus que residiam na região. Provavelmente, esse nome foi inicialmente aplicado ao distrito, e só depois â cidade construída no local. Ao que tudo indica, Manre ficava a pouca distância de Hebrom, mas os intérpretes opinam quanto a variadas distâncias. Várias localidades modernas competem pela honra de ser o local da antiga Manre.

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