sábado, 28 de novembro de 2015

Gênesis 14

Gênesis 14

Introdução

Gênesis é a narrativa mais polêmica da Bíblia sagrada muitos não acreditam na veracidade deste livro devido à poucas ou quase nada de provas de seus eventos, porém para aqueles que crêem em Deus sabe que isso aconteceu dentre várias histórias deste livro sem dúvida o personagem Abraão é que mais se destaca vimos em anteriormente que ele aparece no capítulo 12, também vimos a sua peregrinação e a separação de Ló seu sobrinho.
Neste capítulo 14, vamos estudar sobre o sequestro de seu sobrinho, sobre reinado e sobre Melquesedeque.

14.1,2 — Muitos estudiosos não sustentam mais que seja possível que Anrafel, rei de Sinar, tenha sido o famoso Hammurabi, da Babilónia.
Dentre esses Reis destaca-se Hammurabi primeiro rei da babilônia o criador do famoso código de Hammurabi
O Código de Hamurabi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurabi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”.
As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura. Escrita em caracteres cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e punições para eventos da vida cotidiana. Tinha como objetivo principal unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso, Hamurabi mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.
As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras estabelecidas em várias áreas como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agricultura, pecuária, etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na hierarquia social.
O código é baseado na antiga Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Logo, para cada ato fora da lei haveria uma punição, que acreditavam ser proporcional ao crime cometido. A pena de morte é a punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de desculpas ou de desconhecimento das leis.
Algumas leis do Código de Hamurabi:
- Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deverá ser condenado à morte.

- Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.

- Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.

- Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e ser enterrado.

- Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar 10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.

- Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem.

- Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.

Verso 3,4 O vale de Sidim provavelmente está submerso sob as águas do mar Morto.Os reis da Mesopotâmia forçaram os reis das cidades localizadas no vale de Sidim a pagar tributos. Por isso, houve uma guerra.

Verso 5 Quedorlaomer. Ele foi um matador de homens, sempre ocupado nesse mister. A cena à nossa frente, provavelmente, era típica da vida diária naqueles tempos. Pequenos chefes (prefeitos de pequenas cidades-estados) viviam em choques armados constantes, matando e sendo mortos, nunca felizes, nunca em paz, impelidos pelo ódio, cruéis, prontos a matar os inocentes, seqüestran­do mulheres e gado e roubando prata e ouro, se por acaso achassem esses metais. Algumas das vítimas de seus ataques súbitos foram mencionadas por nome.
Refains. Eram populações de estatura gigantesca que habitavam na Transjordânia.
Asterote-Carnaim. No hebraico. Asterote dos dois chifres, ou, então, Asterote perto de Camaim (dois chifres). Era uma cidade habitada pelos gigantes 'efams. Ficava a cerca de trinta e sete quilômetros a leste do mar da Galiléia. A palavra Camaim não aparece nas referências bíblicas como uma referência separada, embora figure como tal em I Macabeus 5.26, onde é descrita como cidade grande e fortificada. Fortificada como era, a cidade era quase inexpugnável, porquanto os vales que a cercavam eram por demais estreitos. Na época de Abraão, Asterote começou a ser ultrapassada em importância por Carnaim: e, na época dos araneus e sírios, Carnaim havia substituído Asterote como capita! regional.
Zuzins. Ao que parece, eles também eram uma raça de gigantes da antiguidade, talvez da mesma origem a que pertencia Gonas. Esse nome significa “murmuradores”. En­ tretanto, outros estudiosos insistem em que não devemos confundir os zuzins com os zanaumins.
Hã. Esse era o nome de uma cidade  cujos habitantes, os zuzins, foram derrotados por Quedorlaomer e os reis seus aliados, nos dias de Abraão. Desco­nhece-se atualmente o local dessa antiga cidade, e nenhuma iluminação nos tem sido dada vinda de qualquer fonte. Alguns pensam que o nome reflete o nome de Cão, filho de Noé, mas até isso é incerto.
Emins. No hebraico, “terrores”. Esse nome, que está no plural, designava uma numerosa raça de gigantes que, nos dias de Abraão, ocupavam a região do outro lado do Jordão, um território que os moabitas, tempos mais tarde, vieram a ocupar (Gên. 14.5; Deu. 2.1). Os emins ocupavam a área ao redor de Quiriataim ,que ficava a leste do mar Morto. O trecho de Gênesis 14.5 diz que eles foram derrotados pelas tropas dos quatro chefes locais invasores. Pare­ ce que foram os primeiros habitantes históricos conhecidos da área envolvida. Talvez o nome venha de aima, caso em que significa “tribo” ou “horda.” A Bíblia informa-nos que várias etnias ocuparam o lado oriental do rio Jordão, incluindo os refains (em Basã), os zanzumins (terras dos amonitas posteriores), conforme se vê em Deuteronômio 2.20,21. E também havia os horeus, cujas terras acabaram ocupadas pelos idumeus, descendentes de Esaú.
Savé-Quiriataim. No hebraico, planície de Quinataim, ou seja, ‘planície das Cidades Gêmeas". Foi nesse lugar que Quedorlaomer derrotou os emins, gigan­tes da antigüidade. Esse antigo rei derrotou outras tribos de gigantes, em outros lugares, como os refains e os zuzins (Gên. 14.5). Foi ali, igualmente, que Absalão ergueu uma coluna memorial (II Sam. 18.18). De conformidade com Josefo, essa cidade ficava a cerca de quatrocentos metros de Jerusalém, ou seja, muito provavelmente, no setor mais amplo, ao norte do vale de Hinon, que, então, se estreita para formar uma ravina, em seu setor mais baixo. Entretanto, com uma pequena modificação consonantal, essa palavra pode passar a significar “feia”, o que apontaria para uma aldeia de localização topográfica desconhecida.


6. E aos horeus no seu monte Seir. A arqueologia tem contribuído muito para estabelecer a historicidade básica destas antigas narrativas. Esse povo, chamado os horeus, são agora bem conhecidos como os humanos, um grupo não semítico. Suas inscrições, descobertas por arqueólogos em Nuzu, têm lançado muita luz sobre os costumes dos patriarcas. William F. Albright crê que estes humanos destacaram-se em cerca de 2400 A.C., e foram rivais dos hititas e sumerianos na supremacia da cultura e saber. Devem ter emigrado para a região sul do Mar Morto bastante cedo. Foram desalojados da região do Monte Seir pelos descendentes de Esaú (Dt. 2:22).
7,10 Cades (santuário). Um local antigo onde saía água de uma rocha, e o julgamento era feito por um santo homem que recebia revelação divina. Ficava às margens do Edom, cerca de 80 kms ao sul de Berseba e a 112 kms do Hebrom. Aqui os israelitas aguardaram toda uma geração à espera da ordem de Deus para penetrarem na Palestina. Miriã foi sepultada em Cades, uma viagem de onze dias do Sinai. Amalequitas. Rudes e predatórios saqueadores que perambulavam pela área deserta ao sul da Palestina. Provaram ser constante ameaça aos israelitas durante todos os dias do reino. Neste exemplo o povo de Canaã foi severamente castigado pelos invasores ocidentais.
10. Poços de betume. Poços do qual se extraía petróleo líquido. Os buracos deviam ainda estar parcialmente cheios do líquido borbulhante. Os guerreiros, tentando desesperadamente escapar à fúria do ataque inimigo, caíram nesses buracos e foram destruídos. Os invasores orientais escaparam com o produto do saque e muitos prisioneiros, que seriam feitos escravos.

11,12 A Grande Pilhagem. Eles mataram e saquearam. Todos os bens materiais que as pessoas dali tinham podido acumular no decurso de anos se perderam; também perdeu-se todo o alimento estocado, deixando os sobreviventes passan­do fome. Sodoma e Gomorra tinham sofrido muitos prejuízos, mas nada que se comparasse com o que sucederia em seguida, quando Deus visitasse a área, por causa dos pecados de seus habitantes. A predação, a pilhagem e o saque sem­pre foram ingredientes comuns das guerras.
Adolescentes Morais. O General Omar Bradley, discursando no Dia do Armistício, em 1948, disse algumas coisas significativas sobre os guerreiros que dominam o nosso planeta:
“Nosso conhecimento científico já ultrapassou em muito a nossa capacidade de controlá-lo. Temos muitos homens de ciência, mas pouquíssimos homens de Deus. Temos conseguido manusear os mistérios do átomo, mas temos rejeitado o Sermão da Montanha. O homem está tropeçando cegamente em meio às trevas espirituais, ao mesmo tempo em que brincamos com os precários segredos da vida e da morte. O mundo tem obtido resplendor sem sabedoria, poder sem consciência. Nosso mundo é de gigantes nucleares e de infantes éticos. Sabemos mais sobre a guerra do que sobre a paz, mais sobre como matar do que sobre como viver. Essa é a nossa reivindicação à distinção e ao progresso, neste nosso século XX”.
E o mesmo militar também queixou-se de como este mundo tem-se tornado vitima dos adolescentes morais. Á quantidade de poder destrutivo tem aumentado a sabedoria, mas não a qualidade da sabedoria.

13. Abrão, o hebreu. Rapidamente a notícia da batalha alcançou Abrão no Hebrom. Ele não fora envolvido na luta, mas uma vez que o seu sobrinho fora feito prisioneiro, sentia-se sem dúvida obrigado a tentar um salvamento. Esta é a primeira vez que as Escrituras usam a palavra hebreu (hei'ibri). A origem exata do nome ainda é questão discutível. Era usada por estrangeiros para designar os descendentes de Abraão e dos patriarcas. Provavelmente significa "um descendente de Éber" ou "alguém do outro lado" (do rio). Isto se aplica a Abrão como alguém que emigrou da Mesopotâmia. Alguns têm identificado os hebreus com os habiru, que se destacaram na arqueologia através das cartas de Tel el Amarna encontradas nas placas de Nuzu e Mari, no Egito e na Mesopotâmia. O caráter desses nômades perturbadores não os recomendaria como filhos de Abrão.
14. A palavra hebraica riq (E.R.C., armou) descreve o trabalho rápido e completo de Abrão convocando cada homem capaz para a ação imediata. Foi traduzido, literalmente, para fez sair, como a uma espada de sua bainha. Nenhum homem ficou para trás. Trezentos e dezoito homens atenderam ao chamado e seguiram seu respeitável líder. Para guardar uma propriedade como a do patriarca, tornava-se necessário possuir um grupo forte sempre disponível, Além desses homens prontos e capazes, Abrão levou consigo exércitos de seus amigos confederados, Aner, Escol e Manre, que foram leais com o seu bom amigo na hora da emergência. Os invasores fugitivos do oriente dirigiram-se rapidamente para Dã nas fronteiras do norte de Canaã. A cidade se aninhava aos pés do Monte Hermom, a uma certa distância ao noroeste de Cesaréia de Filipos. Naquela ocasião tinha o nome de Leshem ou Laish (cons. Jz. 18:7). Os danitas a tomaram anos mais tarde e a denominaram Dã.
15,16. Hobá era uma cidade a menos de cinqüenta milhas ao norte da antiga cidade de Damasco. Depois do ataque em Dã, Abrão e Seus guerreiros perseguiram o exército de Quedorlaomer por umas cem
milhas. No ataque de surpresa, eles seguiram no encalço do inimigo e conseguiram recuperar o despejo e os prisioneiros. Ló estava novamente seguro sob a proteção do seu tio. E Abrão estabeleceu o seu poder em Canaã, pois os povos vizinhos ficaram admirados com alguém que podia desferir golpes tão violentos.
17. Retornando ao seu próprio distrito, Abrão foi recebido pelo rei de Sodoma, que expressou sua profunda gratidão pelo livramento notável. Encontraram-se no lugar chamado sove, ou o vale do Rei. A palavra Savé significa "uma planície". Provavelmente ficava perto de Jerusalém.
18-20. Melquisedeque, rei de Salém. O nome do misterioso personagem significa "rei de justiça" ou "meu rei é justiça", ou "meu rei é Zedeque". Zedeque é a palavra hebraica para "justiça", e também o nome de uma divindade cananita. Melquisedeque era o rei-sacerdote de Salém, que é uma forma abreviada de Urusalim, "cidade de paz", identificada com Jerusalém. As placas de Tel el Amarna identificam Salém com a Jerusalém de 1400 A.C. Shalom é a palavra hebraica para "paz", e Shalom era provavelmente o deus da paz cananita.
Este benevolente rei-sacerdote, reconhecendo a nobreza e o valor de Abrão, forneceu um lanche para o exausto guerreiro e os seus homens. Era um sinal de amizade e hospitalidade. Melquisedeque louvou El Elyon, seu Deus (o Deus Altíssimo) por ter concedido a Abrão o poder de alcançar a vitória. Abrão reconheceu o El Elyon de Melquisedeque como Jeová, o Deus que ele mesmo servia. O nome Deus Altíssimo foi encontrado nos documentos do Ras Shamra que datam do século quatorze A.C. Evidentemente Melquisedeque tinha firmeza nas doutrinas de sua fé, que eram tão verdadeiras e básicas como aquelas que Abrão trouxe da Babilônia. Cada uma destas colunas tinha algo a dar e algo a aprender. (Veja Sl. 110:4; Hb. 5:9, 10; 7:1-7 para o desenvolvimento do conceito do sacerdócio ideal e aplicação disto à doutrina de Melquisedeque.) O autor de Hebreus declara que Cristo foi de uma ordem sacerdotal muito mais antiga que a de Arão e portanto o seu
sacerdócio foi superior ao sacerdócio araônico. Reconhecendo a posição sacerdotal de Melquisedeque, Abrão lhe trouxe dízimos como oferta religiosa.
21-24. Ao falar com o rei de Sodoma, o patriarca recusou aceitar parte dos despojos ganhos na batalha. Ele não empreendera a guerra com o intuito de se enriquecer, mas para garantir o livramento de Ló. Ele não receberia o lucro de maneira nenhuma, mas queda que os seus aliados recebessem uma quantia razoável para pagamento de suas despesas. Evidentemente não havia nada mesquinho, egoísta ou ganancioso em seu caráter.

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