sábado, 12 de abril de 2014

Apocalipse 8e9

Apocalipse 8

Na pesquisa de Charles Spurgeon esse capitulo trata de mostrar a importância das trombetas nas escrituras.
8:1-6. Os juízos das trombetas são revelados nos capítulos 8 e 9, e tal como aconteceu com os sete selos, os quatro primeiros vão juntos. Antes que uma trombeta seja tocada por um dos anjos, temos declarações referentes às orações dos santos (vs. 3,4). Talvez Todd esteja certo em pensar que podemos deduzir disto "que os juízos preditos nesta profecia serão a conseqüência, de algum modo notável, das orações dos santos clamando a Deus a que complete rapidamente o número dos Seus eleitos e que apresse a vinda do Seu reino" (op. cit., pág. 131). Não há nenhuma referência aqui à doutrina católico-romana da intercessão pelos anjos ou santos. O trovão, as vozes, os relâmpagos e os terremotos são os precursores simbólicos dos juízos divinos que estão por vir sobre a terra.
Antes de examinarmos os juízos propriamente ditos, fazemos bem em recordar o significado das trombetas nas Sagradas Escrituras. Todos estes fenômenos (com exceção do terremoto) encontram-se na narrativa de Deus descendo ao Monte Sinai para se encontrar com Moisés, onde temos a primeira referência feita à trombetas na Bíblia (Êx. 19:16). O tocar das trombetas convoca os israelitas a receberem instruções (Nm. 10:3, 4) ou dando sinal de partida (Nm. 10:3-7); também os reunia para a guerra (Jr. 4:19; 42:14, etc.), e também para o retorno da dispersão (Is. 27:13); anunciava a libertação no ano do jubileu (Lv. 25:8-10), e aqui anuncia o juízo. Os juízos das trombetas são bastante semelhantes às pragas que Deus enviou ao Egito por ocasião da libertação de Israel, embora não aconteçam na mesma ordem.
7-13. O resultado do tocar da primeira trombeta é a consumação pelo fogo da terça pane da flora da terra. Ao tocar a segunda trombeta, uma terça parte do mar se transformou em sangue, um terço das criaturas do mar morreram, e uma terça parte dos navios foi destruída (cons. a primeira praga, Êx. 7:20-24). Com o tocar da terceira trombeta, uma grande estrela, ardendo como uma tocha, cai sobre os rios e fontes da terra, transformando-os em absinto e causando morte em larga escala. Os dois primeiros juízos afetaram a natureza, e o homem apenas indiretamente, mas a terceira provocou a morte de muitos. O tocar da quarta trombeta provoca distúrbios celestes, de modo que a terça parte do sol, lua e estrelas foi ferida, e sua luz diminuída (cons, com a nona praga, Êx. 10:21-23). Este milagroso eclipse do sol, da lua e das estrelas foi predito por Amós como um sinal da vinda do dia do juízo (Amós 8:9; veja também Joel 2:2, 10). Observe que todos estes quatro juízos relacionam-se com algum desastre incidindo sobre a natureza. (Weidner, op. cit., tem um excelente resumo das diversas interpretações fantásticas desses quatro juízos das trombetas, págs. 343-345). Antes dos juízos das duas trombetas seguintes, ouve-se uma águia voando e gritando pelo meio do céu, Ai, ai, ai, dos que moram na terra. Esta é a primeira vez
que a palavra traduzida para ai! aparece no Apocalipse.


Na visão de Hernandes Dias Lopes, o mundo vai sofrer catástrofes devido a oração dos santos.



 APOCALIPSE 8:1-13
TEMA:AS TROMBETAS COMEÇAM A TOCAR
INTRODUÇÃO
1. Até aqui vimos duas seções: os sete candeeiros (1-3) e os sete selos (4-7). Agora,estudaremos sobre as sete trombetas (8-11).
2. Não há sucessão cronológica. Este livro tem sete seções paralelas, todas trazendo uma abordagem que vai da primeira à segunda vinda de Cristo. Embora paralelas, são também progressivas. À medida que avançamos para o fim, as cenas vão ficando mais claras. As trombetas falam de um juízo parcial, enquanto as taças falam de um juízo
total.
3. O sexto selo falou de catástrofes cósmicas que identificarão a vinda do dia do Senhor (6:17). De maneira semelhante a sétima trombeta anuncia a vinda do fim (11:15).
4. Os selos falam do sofrimento da igreja perseguida pelo mundo (6:9). As trombetas falam do sofrimento do mundo incrédulo em virtude das orações da igreja (9:4). Os selos mostram o que vai acontecer na história até o retorno de Cristo, dando particular
atenção ao que a igreja terá de sofrer. As trombetas, começando no mesmo ponto,descrevem o que vai acontecer na história até o retorno de Cristo, dando ênfase no sofrimento que o mundo irá sofrer, como expressão da advertência de Deus.
5. Tanto os selos como as trombetas são interrompidos por um interlúdio (cap. 7)e(cap.
10-11)
I. ANTES DAS TROMBETAS TOCAREM, HOUVE SILÊNCIO E SÚPLICAS
NO CÉU-v. 1-5
1. O silêncio no céu pode representar duas verdades - v. 1
a) O céu fica em silêncio para ouvir as orações dos santos - As orações dos santos estão a ponto de serem elevadas para Deus. Quando os santos oram
todo o céu faz silêncio para que se possa escutar. As necessidades dos santos significam muito mais para Deus do que todas as músicas do céu. A música celestial silencia para que o clamor dos santos chegue ao trono de Deus.
b) O céu fica em silêncio como atitude de suspense e tremor diante do julgamento
de Deus ao mundo - Antes desse tempo havia apenas regozijo e música no céu.
Houve a celebração da igreja, dos querubins, dos anjos e de todo o universo. Agora toda a música cessa. Os exércitos celestiais, vendo os julgamentos de Deus que desabarão sobre o mundo, ficam em silêncio. É o silêncio da terrível expectativa dos
acontecimentos que estão por vir.
2. As orações dos santos que chegam ao céu - v. 3-5
a) As orações dos santos sobem aos céus - v. 4 - Orar não é apenas um exercício
meditativo. Nossas orações sobem à presença de Deus. Quando oramos, unimo-nos a
Deus no seu governo moral ao mundo. Assim como o juízo de Deus veio ao Egito
como resposta ao clamor do povo de Israel (Ex 3:7-8), assim também, em resposta ao
clamor dos santos Deus envia o seu juízo aos ímpios (6:9-10; 8:3-5).
b) As orações dos santos provocam o justo juízo de Deus sobre os ímpios - v. 5 - O
mesmo incensário que leva as orações é o incensário que derrama o juízo. O mesmo fogo que queimou o incenso sobre o altar, causa destruição sobre a face da terra. As orações dos santos desatam a vingança de Deus sobre os ímpios. Os trovões, vozes,
relâmpagos e terremoto são sinais da advertência do julgamento de Deus que se aproxima. O mundo que perseguiu e oprimiu a igreja agora está sendo alvo do juízo divino em resposta às orações dos santos. Quem é inimigo do povo de Deus é inimigo
de Deus. Quem toca na igreja, toca na menina dos olhos de Deus. O julgamento de Deus cairá sobre o mundo em resposta a oração dos santos. "Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-
los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça" (Lc 18:7-8). A igreja que ora faz história.
c) As orações dos santos provam que o altar e o trono estão muito próximos - As orações que sobem do altar chegam ao trono. Orar é algo extremamente sério. Quando oramos, estamos nos unindo ao que está assentado no trono. Altar e trono trabalham
juntos. Somos cooperadores de Deus na medida em que oramos. Não podemos afastar o altar do trono.
d) As orações são de todos os santos e não apenas dos mártires - v. 3 - Isso é uma forte evidência de que o Apocalipse está se preocupando com o destino de toda a igreja na terra em todas as épocas. Os julgamentos de Deus atingem a terra em
resposta às orações dos santos.

II. AS TROMBETAS SE PREPARAM PARA TOCAR - V. 6
1. As trombetas são divididas em dois grupos: catástrofes naturais e sofrimentos
impostos diretamente aos homens
• As quatro primeiras trombetas falam de catástrofes naturais que atingem a terra, o mar, os rios e os astros. As três últimas trombetas falam de sofrimentos impostos diretamente aos homens. Elas são chamadas também de AIS.
• Em Mateus 24:4-8 e 24:13-22 encontramos uma divisão semelhante.
• As quatro primeiras trombetas se distribuem sobre a terra. mar. rios e astros. Deus
derruba o edifício cósmico, que ele próprio levantara (14:7). Seu habitante, o ser
humano, até agora tão familiarizado com sua moradia, instalado nela de maneira tão
segura, experimenta esse "e houve". Sua casa está sendo demolida de fora para dentro,
o telhado descoberto de cima para baixo e o chão abalado de baixo para cima. Essa
irrupção do caos anuncia a ira de Deus.
• As trombetas falam dos juízos divinos que precedem a volta de Cristo. Considerar
tais descrições como profecias de sentido literal, ou procurar interpretar os símbolos
em termos de eventos específicos seria enveredar pelo caminho da fantasia e do
grotesco.
• Essas trombetas indicam uma série de calamidades que ocorrem muitas vezes durante
toda esta dispensação.
2. As trombetas têm o propósito de advertir os homens e chamá-los ao arrependimento
• O propósito desses juízos preliminares é levar os homens ao arrependimento (9:20).
Antes de Deus derramar o seu completo juízo sobre a terra, ele oferece uma
oportunidade de arrependimento aos homens. Essa é a ira misturada com a graça.
. • Em sua ira Deus se lembra da misericórdia. Entretanto, o sofrimento em si não é
suficiente para levar os ímpios ao arrependimento (9:20; 16:9-10).
• Calamidades terríveis sucedem aos ímpios com o fim de castigá-los por sua oposição
à causa de Cristo e por sua perseguição aos santos. Mas por meio desses juízos, Deus
está continuamente chamando os ímpios ao arrependimento. A função das trombetas é
admoestar.
3. As trombetas são o símbolo das intervenções de Deus na história
a) Pode ter o sonido do alarme convocando para a batalha -É a chegada do perigo.
O Cordeiro que está no trono também é o juiz que julga o mundo (SI 2:1-5). As
trombetas avisam a chegada do juízo de Deus sobre a terra.
b) Pode ter o sonido que anuncia a presença gloriosa de Deus - O Sinai tremeu pela
manifestação de Deus e ouviram o sonido de fortes trombetas (Ex 19:16,19). A
segunda vinda de Cristo, em sua gloriosa manifestação, será acompanhada com
clangor de trombetas (1 Co 15:52-53; 1 Ts4:16).
c) Pode ter o sonido de convocação do povo - Foi uma voz como de trombeta que
convocou João ao céu (4:1). Mateus fala do sonido da trombeta que reunirá os escolhidos (Mt 24:31).
4. As trombetas são semelhantes às pragas enviadas ao Egito
• As pragas no Egito foram a manifestação do juízo de Deus em resposta ao clamor do
povo de Israel oprimido no cativeiro. Assim, também, as trombetas anunciam os juízos
de Deus sobre os habitantes da terra em resposta às orações dos santos.
• A primeira trombeta relaciona-se à sétima praga; a segunda trombeta relaciona-se à
primeira praga; a terceira trombeta às águas amargas; a quarta trombeta relaciona-se
nona praga.
5. As trombetas mostram que os juízos de Deus são universais
• Estas trombetas de juízo afetam as diferentes partes do universo: terra, mar, rios,
astros. Não há em nenhuma parte refúgio para os maus. As quatro primeiro trombetas
fazem dano aos maus em seu ser físico; as últimas três causam angústia espiritual: o
próprio inferno é aberto.
III. AS TROMBETAS COMEÇAM A TOCAR - V. 7-13
1. A Primeira Trombeta - v. 7
• Há uma tempestade de granizo, fogo e sangue que atinge a terra. Ela é semelhante à
sétima praga no Egito com uma chuva de pedra com fogo (Ex 9:23). Aqui, porém,
acrescenta-se sangue, o que acentua o seu caráter destrutivo.
• Nessa forma simbólica, o livro de Apocalipse bem como todas as Escrituras, nos diz
que calamidades tais como terremotos, vulcõee são parte do seu método de castigar o pecado e de anunciar ao mundo que ele não
pode perseguir o seu povo impunemente. Ele é Senhor e exerce punição por tais atos.
• O significado é que o Senhor que está reinando afligirá os perseguidores da sua
igreja, desde a primeira até a segunda vinda com vários desastres que sucederão na
terra. Esses eventos não podem ser datados. Mas o espaço de habitação das pessoas e
seu alimento são durante atingidos.
• Esses desastres "foram atirados à terra". Esses desastres são controlados no céu. São
enviados por aquele que está no trono. Todas as coisas acontecem sob total controle de
Deus.
• A destruição ainda é parcial. É apenas o prelúdio do fim. Ainda há chance de
arrependimento.
2. A Segunda Trombeta - v. 8-9
• Desde a primeira vinda de Cristo é que os ímpios têm perseguido a igreja. Deus tem enviado o seu juízo sobre o mundo em forma de catástrofes, tragédias, calamidades terríveis, pestilências que atingem a terra e agora também o mar.
• Esta trombeta fala das espantosas calamidades marítimas, bem como de todos os
desastres que acontecem no mar. Esse juízo é mais severo que o primeiro. Pois aqui
não só há dano na natureza, mas também danos materiais e por inferência de pessoas
que viajavam nessas embarcações.
• A ira de Deus queimará todas as seguranças deste mundo. A pesca e a navegação são
submetidas a uma tragédia. Aqui tanto o comércio como vidas estão sofrendo. São
desastres ecológicos e econômicos em proporções gigantescas.
• A segunda trombeta é semelhante à primeira praga no Egito quando as águas do Nilo
transformaram-se em sangue e os peixes morreram (Ex 7:20-21).
• Mais uma vez o juízo permanece delimitado. O juízo ainda não é total.
3. A Terceira Trombeta - v. 10-11
• O juízo agora é que a água doce é transformada em água amargosa, o contrário do
que aconteceu em Mara (Ex 15:25). A bênção torna-se maldição. Deus faz sua criação
retroceder. Deus ataca a água potável. Estima-se que o maior problema do século XXI
não será de energia nem de petróleo, mas de água potável. Os recursos naturais estarão
entrando em colapso.
• Pragas têm visitado o mundo, doenças têm provindo de rios e fontes poluídas, e
inundações têm ocorrido. Pessoas têm sido destruídas nesses castigos divinos, que são
a vara da ira de Deus contra um mundo hostil à sua igreja.
• Os perseguidores ímpios não encontrarão em nenhuma parte do universo verdadeiro
descanso nem tampouco gozo permanente. Não somente a terra e o mar, mas também
as fontes e os rios durante essa época, estarão contra essas pessoas malignas.
• Às vezes nos esquecemos que as enchentes, as inundações são atos do juízo de Deus.
Os jornais anunciam sobre tempestades, inundações, epidemias originados por essas
calamidades, mas não explicam que estes juízos são a voz de Deus admoestando os
ímpios. Esses desastres naturais são trombetas de Deus chamando os homens ao arrependimento.
• Uma aflição amarga encherá o coração dos ímpios como resultado dessa praga indicada. Muitos homens morrem, mas nem todas. O juízo ainda não é final (8:11).s e inundações estão sob a mão de Deus Consequentemente, esse juízo é mais grave do que os outros dois primeiros, pois aqui a morte de pessoas é explícita.
4. A Quarta Trombeta - v. 12
• Os astros, o sol, a lua e as estrelas, desde as suas órbitas lutam contra os inimigos da
igreja de Deus. Deus está usando os astros celestes para admoestar aqueles que não lhe
servem e perseguem os seus filhos.
• Calamidades têm vindo à humanidade como resultado das coisas que ocorrem nos
céus, meteoros caindo sobre a terra, eclipses, tempestades de areia, furacões, tornados
e outras calamidades terríveis vindas do céu têm visitado a terra. Essas tragédias são
trombetas de Deus alertando os homens a se arrependerem.
• A terra, o mar, os rios e os astros são trombetas de Deus que anunciam o seu juízo e
convocam os homens ao arrependimento. O ser humano encontra adversidade em
quatro lados, isto é, por todos os lados. É terrível como a bênção vai abandonando uma
região após a outra e como o caos vai tomando conta.
5. Uma águia voando no céu, avisando sobre o caráter trágico das últimas três
Trombetas — v. 13
• João vê e ouve uma águia predizendo as calamidades mais terríveis que sobrevirão
aos homens como resultado das últimas três trombetas. Em outras palavras ele estava
dizendo: "Se vocês pensam que as coisas que já aconteceram são terríveis,
simplesmente esperem, pois coisas piores virão".
• Em grande voz a águia dizia: "Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das
restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar". A tríplice repetição
é ênfase superlativa. As últimas três trombetas são denominadas "Ais", e isso
demonstra que serão pragas extremamente severas. A quinta e a sexta pragas
destruirão os homens, enquanto a sétima destruirá as obras dos homens.
• Essas três últimas calamidades serão piores que as primeiras. Elas atingirão não os elementos da natureza, mas diretamente os homens.
• Assim como o povo de Israel foi poupado das pragas que sobrevieram ao Egito, a
igreja será poupada das pragas decorrentes das trombetas.
Enquanto os selos tratam da perseguição do mundo à igreja, a grande tribulação; as
trombetas falam do juízo da ira de Deus sobre o mundo. A igreja não sofrerá essa ira.


CONCLUSÃO
• O que Deus está fazendo aqui, nessas quatro primeiras trombetas?
1) Um dano terrível é infligido à terra e à vegetação, ao mar e seus navios, às águas
que o homem bebe e à luz pela qual o homem vê - o meio ambiente, o comércio, os
recursos naturais e a visão.
2) Mas o dano é parcial (um terço) e não total; as trombetas soam para advertir e não
para destruir totalmente. A maioria da raça humana sobrevive, vendo a ira de Deus
manifesta contra o pecado, e tem uma chance para arrepender-se. Aqui vemos a ira
misturada com graça. Esses atos de juízo são também expressões de bondade.
3) Os selos mostraram a igreja sofredora clamando por justiça. As trombetas mostram
a misericórdia sendo oferecida ao mundo pervertido. A oferta é recusada, e o mundo,
de fato, não se arrependerá (9:20).
4) Nunca poderemos afirmar que Deus não deu ao homem a oportunidade de
arrepender-se, movendo para isso céus e terra.



APOCALIPSE 9:1-12
TEMA: A CAVALARIA DO INFERNO
INTRODUÇÃO
1. As trombetas são os juízos de Deus sobre os ímpios, em resposta às orações dos santos. Esses juízos não são finais, pois visam o arrependimento. Na sua ira, Deus se lembra da sua misericórdia.
2. As quatro primeiro trombetas foram juízos que atingiram a natureza: a terra, o mar, os rios e os astros. Mas agora os terrores do tempo do fim vão aumenta em tensão e
intensidade. Agora não são calamidades naturais, mas terrores demoníacos invadem a terra para atormentar os homens.
3. As últimas três trombetas trazem juízos mais severos e estes atingem os homens ímpios diretamente. São "ais" que lhes sobrevirão.
4. Essa quinta trombeta fala de um tormento imposto aos homens que não têm o selo de Deus. Há inquietação no mundo. As pessoas não têm paz. Elas buscam refúgio na religião, no dinheiro, na bebida, no sexo, nas drogas, na fama, mas o vazio é cada vez
maior. A degradação de valores aumenta. As famílias estão se desintegrando. A imoralidade campeia. A violência aumenta. Os conflitos se avolumam. Vivemos dias difíceis, ferozes (2 Tm 3:1; Mt 8:28).
5. Para um mundo que rejeita a Deus, a maldição é receberam o que desejam, os próprios demônios. Um inundo sem Deus somente pode existir como um mundo em que penetra o satânico. Deus dá aos homens o que eles querem e nisso está a sua maior ruína (Rm 1:18-32).
6. Deus usa ainda a obra do diabo como um castigo e uma admoestação aos maus (9:20,21).

I. O REI DA CAVALARIA DO INFERNO - V. 1,11
1. Ele é uma estrela caída do céu - v. 1
• Os anjos são descritos na Bíblia como estrelas (Jó 38:7). Lúcifer, rebelou-se contra Deus e foi lançado para fora do céu. "Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitas as nações" (Is 14:12). Jesus diz:
"Eu vi a Satanás como um raio, que caía do céu" (Lc 10:18).
• A estrela que João viu foi a estrela caída. João não viu uma estrela caindo. A estrela já estava caída. A queda de Satanás é fato passado. Ele é um ser caído, decadente,derrotado.
2. Ele tem um caráter pervertido, ele é destruidor - v. 11
• Os demônios que saem do poço do abismo são liderados por esse ser maligno. Ele é assassino. Ele é ladrão. Ele é mentiroso. Ele veio roubar, matar e destruir (Jo 10:10).
• Há um espírito gerador de crise na política, na economia, nas instituições. Há um espírito gerador de conflitos dentro do homem, entre os que homens e entre as nações.
Ele é o deus deste século, o príncipe da potestade do ar. O diabo é esse espírito terrível que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:3).
3. Ele tem sua autoridade limitada - v. 1.4,5
• 0 diabo é um ser poderoso, mas Deus é todo poderoso. O diabo não tem autoridade de agir a não ser que Deus o permita, como aconteceu no caso de Jó.
a) A autoridade para abrir o poço do abismo - v. 1 - O diabo não tem a chave do poço do abismo. Essa chave lhe é dada. É Jesus quem tem as chaves da morte e do inferno (Ap 1:18). Ele solta um bando de demônios que estavam presos (Jd 6).
Existem dois tipos de demônios: os presos aguardando julgamento em algemas eternas
e aqueles que estão em atividade. Parte daqueles que estavam presos são liberados aqui (2 Pe 2:4). Nos abismos do inferno existem anjos guardados para o juízo. Agora Satanás recebe permissão para que esses demônios saiam e perturbem os homens.
b) Autoridade limitada quanto à ação - v. 4,5 - Os gafanhotos são insetos que destroem a vegetação (Ex 10:14,15; Jl 1:4). Mas esses gafanhotos aqui são seres malignos. 1) Eles não podem causar dano à erva da terra (v. 4); 2) Eles não podem matar os homens, mas apenas atormentá-los (v. 5); 3) Eles não podem atormentar os homens selados por Deus.
c) Autoridade limitada quanto ao tempo - v. 5 - Cinco meses não deva ser entendido aqui como um tempo literal. Cinco meses é a duração da vida do gafanhoto, da larva à
plenitude da sua ação. Ele não tem poder para agir todo o tempo. Ele está limitado em sua ação e em seu tempo.
II. CARACTERÍSTICAS DOS GAFANHOTOS QUE SAEM DO ABISMO -V 7-11
• Do abismo sobem gafanhotos e eles são como cavalos preparados para a peleja (v. 7)
e ferroam como escorpiões. Os gafanhotos são insetos insaciáveis. Eles comem e defecam ao mesmo tempo. Quando passam por uma região devastam tudo. Em 1866 uma praga de gafanhotos invadiu a Argélia e tão grande foi a devastação que 200.000 pessoas morreram de fome nas semanas seguintes por falta de alimento.
• Contudo, esses gafanhotos que João descreve não são insetos, mas demônios. Em certos períodos da história parece que todo o inferno é liberado para agir na terra sem restrição divina (Rm 1:18-32). Deus o permitiu. Deus os entregou. Assim, o terrível
problema moral que assola o nosso século é o castigo'divino aos homens que o desprezam e zombam da sua Palavra. Deus retirou suas restrições. Esse é o toque da quinta trombeta.
• Como eles são? Quais são suas características?
1. Espírito de obscuridade - v. 2-3
• O diabo é das trevas. Ele não suporta a luz. Seus agentes também atual onde há fumaça, onde a luz é toldada, onde o sol da verdade não brilha, onde reina a confusão.Onde prevalece as trevas, aí os demônios oprimem.
• Esses agentes do inferno criam um nevoeiro na mente das pessoas com falsas filosofias, com falsas religiões. O diabo cega o entendimento dos incrédulos. O grande projeto desses demônios é manter a humanidade num berço de cegueira, numa vida de
obscurantismo espiritual e depois levá-los para o inferno.
2. Espírito de destruição - v. 11
• É difícil imaginar uma praga mais devastadora do que um bando de gafanhotos (Ex 10:15; Jl 1 e 2). Esses demônios que saem do abismo têm uma ânsia destruidora. Eles são capitaneados por Abadom e Apoliom. Ele são implacáveis, impiedosos,
destruidores.
• Os gafanhotos não têm rei, agem em bando. "Os gafanhotos não têm rei, contudo marcham todos em bandos" (Pv 30:27). Esses espíritos malignos, porém, agem sob o comando de Satanás se infiltram nos lares, nas escolas, nas instituições, na televisão,
no cinema, no teatro, na imprensa, nas ruas, na vida dos homens e como uma cavalaria de guerra em disparada provocam grande tormento.
• Esses espíritos malignos têm atormentado vidas, arruinado lares, jogado jovens na vala lodacenta das drogas, empurrado jovens para a prática da imoralidade, semeado a ganância criminosa no coração de homens depravados. Eles destroem a paz. Essa cavalaria do inferno em sua cavalgada pisoteia crianças, jovens, famílias, trazendo grande sofrimento por onde passam.
3. Espírito de poder e domínio - v. 7
• Esses demônios atuam nos filhos da desobediência (Ef 2:3). Eles mantém no cativeiro seus escravos (Mt 12:29). Os ímpios estão sob o domínio de Satanás (At 26:18) e estão no reino das trevas (Cl 1:13).
• O diabo é o deus deste século (2 Co 4:4), é o príncipe da potestade do ar (Ef 2:2) e o espírito que atua nos filhos da desobediência (Ef 2:3). Há pessoas que vivem debaixo de reinado de medo e terror. Há pessoas que são verdadeiros capachos de Satanás, indo
a cemitérios para fazer despachos. Outros são ameaçados de morte ao tentarem sair dos seus tentáculos. Ilustração: O lenço branco.
• Esses espíritos controlam a vida daquelas pessoas que vivem na prática da mentira, pois o diabo é o pai da mentira.
• Esses espíritos controlam aqueles que vivem com o coração cheio de mágoa e ressentimento (Mt 18:34; 2 Co 2:10-11).
• Esses espíritos cegam o entendimento dos incrédulos, mantendo as pessoas no cativeiro da incredulidade (2 Co 4:4).
4. Espírito de inteligência - v. 7
• Esses espíritos malignos podem discernir os que têm o selo de Deus daqueles que não o têm. No reino espiritual anjos e demônios sabem quem é você. Encantamento não vale contra a tenda do povo de Deus. O diabo não lhe toca. O diabo e seus demônios não podem atingir você a não ser que Deus o permita.
• Esses espíritos possuem uma inteligência sobrenatural. Eles são peritos estrategistas.
Precisamos ficar atentos contra as ciladas do diabo. Eles são detetives invisíveis. Eles armam ciladas, criam sutilezas, inventam filosofias e religiões para torcer a verdade.
Esses gafanhotos invadem a imprensa, as universidades, a televisão e até os púlpitos.
5. Espírito de sensualidade - v. 8
• Devemos fugir daquela idéia medieval que pinta o diabo como um ser horrendo. Ele se dissimula. Ele aparece como anjo de luz. Ele usa uma máscara atraente.
O culto mais popular da Ásia era a Dionísio, voltado à sensualidade. Nesse culto, os adeptos se extasiavam loucamente, meneando o cabelo volumoso, em danças obscenas. Esses espíritos despejam no mundo uma torrente de sensualidade. Não obstante a impureza proceder do nosso coração pecaminoso, esses espíritos malignos promovem toda sorte de sensualidade. A orgia, a pornografia, o homossexualismo, e toda sorte de depravação moral estão enchendo a nossa cultura como uma fumaceira que sobe do abismo.O sexo no namoro, a infidelidade conjugai e as aberrações sexuais estão se tornando coisas normais para essa sociedade decadente. A pornografia industrializou-se poderosamente sob a indiferença de uns e a conivência de outros.
6. Espírito de violência - v. 8b
Dentes de leão falam de poder de aniquilamento (Jl 1:6). Dentes como de leão retratam o poder destrutivo e devastador desses demônios. Eles não brincam. Eles não descansam. Eles não tiram férias. Eles são atormentadores. Eles agem com grande violência. Eles estão por trás de facínoras como Hitler. Eles estão por trás de gangues de narcotráficos. Essa cavalaria do inferno por onde passa deixa um rastro triste de violência e destruição.
7. Espírito de inatingibilidade - v. 9
Esses espíritos são seres invisíveis, inatingíveis que não podem ser atacados por armas convencionais (Jl 2:7-9). Eles não podem ser detidos em prisões humanas. Eles não podem ser destruídos por bombas. Precisamos de enfrentar essas hordas com armas espirituais. Não podemos enfrentar esses gafanhotos na força na carne. Não podemos entrar nesse campo sem o revestimento do poder de Deus.
Esses gafanhotos têm couraças de ferro. Eles parecem inatingíveis. São como os esquemas de corrupção do crime organizado que se instalam nas instituições que resistem à ação repressiva da lei.
IH. A MISSÃO PRINCIPAL DESSES GAFANHOTOS QUE SAEM DO
ABISMO-V. 4-6,10
1. Atormentar os homens - v. 4-5
• João vê que, ao ser aberto o abismo, sobem imediatamente do poço colunas de fumaça, semelhantes à fumaceira de uma grande fornalha. E a fumaceira da decepção e do erro, do pecado e do vício, da violência e degradação moral. Tão lôbrego é esse fumo, que são entenebrecidos o sol e o ar. Isso é símbolo da terrível cegueira moral e espiritual provocada por essas forças terríveis que agem na terra (v. 3).
 Essa estrela caída é um dragão cheio de cólera (Ap 12:12). Esses gafanhotos são como uma cavalaria infernal que pisoteiam e fazem trepidar a terra e como escorpiões que ferroam os homens como o seu terrível veneno.
João está falando de uma invasão extraterrestre, de forças cósmicas do mal invadindo
a terra. Há um cerco de demônios em volta da terra. Os homens estão cercados pelos gafanhotos do inferno.
• Esses gafanhotos tomam a vida dos homens um pesadelo... Eles despojam os homens de toda perspectiva de felicidade. Eles tomam a vida humana um palco de dor e um picadeiro de angústias infernais. Eles ferroam os homens como escorpiões cheios de veneno (Ap 9:5,10).
Esses gafanhotos tiram a paz da terra. O homem vive atormentado, inquieto. Não há paz para o ímpio. Não há paz nas famílias. O mundo está em conflito. Nesse desespero existencial os homens buscam a fuga do misticismo, das drogas, do alcoolismo, mas não encontram alívio.
 O sofrimento que esses gafanhotos provocam não é imaginário, mas real. Não é apenas espiritual, mas também físico. Não é apenas um sofrimento escatológico, mas histórico, presente.
2. Causar dano aos homens - v. 4,10
 Esses seres malignos receberam poder (v. 3), para causar dano aos homens (v. 4,10).
Ah! Quantos danos eles têm causado aos homens! Quantas perdas, quantas lágrimas, quanta vergonha, quanta dor, quanta angústia nos lares arrebentados, quantas vidas iludidas, quantas pessoas com a esperança morta.O diabo é um falsário, ele promete prazer, mas só dá desgosto. Ele promete vida, mas provoca a morte. Onde ele age, há danos e perdas.
3. O tormento que eles causam é pior do que a morte - v. 6
Como em Apocalipse 6:15-16, as pessoas buscam a morte em lugar de Deus (Ap9:6). Essas pessoas não têm nenhuma disposição para o arrependimento (Ap 9:20). O espírito da época consiste de saturação da vida e de medo indefível de viver, atraíd misteriosamente pelo jogo com o desespero. O ser humano desperdiça-se, sem livrar-se de si mesmo. Ele transforma-se no suplício em pessoa.O tormento causado por esses gafanhotos é tão grande que os homens buscarão a morte a fim de encontrar alívio para a agonia que sentem, mas nem mesmo a morte lhes dará alívio.Hoje, muitos flertam com a morte e preferem-na à vida. Pior que qualquer ferida é
querer morrer e não poder fazê-lo. Os homens verão a morte como alívio, mas até a morte não lhes trará alívio, mas tormento eterno. A morte não consegue matar esse desespero.Esse tormento é pior do que a morte.Soren Kierkegaard retratou isso bem: "(9 tormento do desespero é exatamente esse, não ser capaz de morrer. Quando a morte é o maior perigo, o homem espera viver; mas, quando alguém vem a conhecer um perigo ainda mais terrível que a morte, esse alguém espera morrer. E, assim, quando o perigo é tão grande que a morte se torna a única esperança, o desespero consiste no desconsolo de não ser capaz de morrer.'" O sofrimento é tal que a morte seria preferível. Os homens verão a morte como um alívio. Mas nem a morte pode livrá-los desse indescritível sofrimento. Jó 3:20,21 fala desse sentimento: "Por que se concede luz ao miserável e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem? Eles cavam em procura dela mais do que tesouros ocultos ".
IV. A CONDIÇÃO DO POVO DE DEUS DIANTE DESSA CAVALARIA DO
INFERNO - V. 4b
• O diabo e seus demônios conhecem aqueles que são de Deus e não lhes tocam -Quando você pertence à família de Deus você se torna conhecido no céu, na terra e no inferno. Quem é nascido de Deus, Deus o guarda e o maligno não lhe toca (1 Jo 5:18). Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo (1 Jo 4:4). Nenhuma arma forjada contra nós prosperará (Is 54:17). Porque Deus é por nós, ninguém poderá ser contra nós e nos destruir (Rm 8:31). Agora estamos nas mãos de Jesus (Jo 10:28).O povo de Deus é distinguido dos ímpios pelo selo de Deus - A igreja é o povo selado de Deus (Ap 7:4). Aqueles que receberam o selo de Deus são protegidos do ataque desse bando de gafanhotos (Ap 9:4b). O selo de Deus é o Espírito Santo que recebemos quando cremos -O Espírito Santo é o selo e o penhor da nossa redenção (Ef 1:13-14). Somos propriedade exclusiva de Deus. Somos o povo genuíno de Deus. Somos invioláveis. O diabo não pode nos tocar. Os selados estão livres dos tormentos - Aqueles que estão debaixo do abrigo do sangue do Cordeiro não estão debaixo do tormento dos demônios. "A maldição do Senhor habita na casa do perverso, porém a morada dos justos ele abençoa" (Pv 3:33).


APOCALIPSE 9:13-21
TEMA: O JUÍZO DE DEUS SOBRE OS ÍMPIOS
INTRODUÇÃO
1. Vimos até aqui que o livro de Apocalipse não é um livro fechado e misterioso, mas um livro aberto que revela a vitória retumbante de Cristo e da sua igreja.
2. Vimos que este livro é dividido em sete seções paralelas, e que em cada uma, a inteira dispensação da graça é revelada, mostrando-nos os fatos que vão da primeira à
segunda vinda de Cristo.
3. Vimos que os sete candeeiros falam da igreja como noiva de Cristo sob o seu olhar investigador, corretor e restaurador.
4. Vimos que os sete selos falam da perseguição do mundo à igreja e como Deus selou o seu povo e o conduziu à glória, enquanto entregou os ímpios ao mais completo
desamparo.
5. Vimos que as sete trombetas falam do juízo de Deus ao mundo dos ímpios, em resposta às orações dos santos e como essas trombetas são agentes do juízo de Deus
que recaem sobre a terra, mar, rios, astros e homens.
6. Vimos que na quinta trombeta Satanás recebeu autoridade para abrir o poço do abismo e de lá saíram demônios para atormentar os homens, não podendo estes,porém atacar aqueles que tinham recebido o selo de Deus.
7. Agora, na sexta trombeta vamos observar como o juízo de Deus avança para um desfecho final e como as coisas se agravam. A quinta trombeta trouxe sofrimento, a sexta traz morte.

I. O JUÍZO DE DEUS QUE DESABA SOBRE OS ÍMPIOS É RESULTADO
DAS ORAÇÕES DOS SANTOS -V. 13-15
1. As grandes operações de Deus na terra vêm em resposta às orações do povo de Deus
• Foi assim no Êxodo (Ex 3:7,8). Tem sido assim ao longo da história. Sobretudo, o livro de Apocalipse revela essa conexão entre o altar e o trono.
• Apocalipse 6:9-11 revelam as orações dos mártires e o resultado está descrito em Apocalipse 6:12-17, na cena do juízo.
• Apocalipse 8:3-5 mostra as orações dos santos subindo do altar ao trono e descendo do trono em termos de juízos de Deus conforme Apocalipse 8:5-6.
• Agora, novamente, em Apocalipse 9:13-14 somos informados que a voz procedendo dos quatro ângulos do altar de ouro, o altar da oração é que desencadeia a soltura dos quatro anjos do juízo sobre os ímpios.
• Quando a igreja ora ela se une ao Deus soberano em seus atos de justiça na história.Quando a igreja, Deus se manifesta.
II. O JUÍZO DE DEUS É EXECUTADO PELOS QUATRO ANJOS QUE
ESTÃO ATADOS JUNTO AO RIO EUFRATES - V. 14
1. Esses anjos são agentes da justiça divina
• Esses anjos são anjos maus, anjos caídos, que executam o juízo de Deus sobre o mundo. Eles se agradam de precipitar os homens à guerra.
• Quatro é o número do mundo. Representa aqui que o mundo inteiro está em vista.
2. Esses anjos estão atados junto o rio Eufrates
a) Foi justamente aqui no rio Eufrates, onde ficava o Éden, que os poderes satânicos, levaram nossos país à queda.
b) Havia uma previsão profética de invasão de cavalos vindos do Norte (Ez 38:14; Is 5:26-30: Jr 6:22-26). João transformou essa expectativa militar em uma invasão de hordas de demônios.
c) O Eufrates torna-se materialização de uma barreira, atrás da qual se represam tragédia e juízo, barrados por Deus ou liberados por ele com ira.
d) O Eufrates é o limite oriental da Terra prometida, onde estavam os terríveis inimigos do povo de Deus: a Assíria e a Babilônia. Assim este rio representa a Assíria e a Babilônia, ou seja, o mundo ímpio.
e) Isaías 8:7: "O Senhor fará vir sobre eles as águas do Eufrates, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria...". Isaías descreve uma invasão desses inimigos como se fosse uma enchente do Eufrates. Uma enchente quebra barreiras, seguindo-se a destruição.
f) O ponto central aqui não é a geografia do Eufrates. Eufrates é apenas um símbolo.Esses cavalos da destruição virão de toda parte, do mundo inteiro.
III. O JUÍZO DESENCADEIA-SE NO TEMPO DETERMINADO POR DEUS -
V. 15
1. A soberania de Deus controla os agentes, o espaço e o tempo
• Deus está no trono. Nada acontece sem sua permissão. Ele está no controle. É ele quem dá autoridade para Satanás abrir o poço do abismo. E ele quem ordena, em resposta às orações dos santos, soltar os quatro anjos do juízo. E ele quem determina de onde esses anjos procedem. É ele quem determina o tempo exato da ação desses anjos do juízo.
• Esses anjos do juízo não são livres para agir da forma que querem e quando querem.Eles estão debaixo de autoridade. Eles foram preparados para essa hora definida. Eles só podem agir no tempo estabelecido por Deus.
• No tempo que Deus determinar, esses duzentos milhões de cavalos serão soltos, e uma enchente de poderes demoníacos vai transbordar sobre o mundo civilizado. O fato de serem soltos representa a liberação da ação punitiva no prazo previsto por Deus.
• Ao permitir que esses anjos sejam desatados, Deus usa a guerra como uma voz de admoestação aos maus (Ap 9:20). A guerra também está incluída no decreto de Deus, havendo sido determinada há sua hora.
IV. O JUÍZO DESENCADEADO PELA SEXTA TROMBETA É MAIS
SEVERO DO QUE O ANUNCIADO PELA QUINTA TROMBETA - V. 15
1. Os juízos vão se intensificando à medida que a história caminha para o seu fim-v. 15b
• Os gafanhotos que saíram do poço do abismo tinham limites bem definidos sobre o que podiam e o que não podiam fazer. Os demônios estão debaixo da autoridade
absoluta de Deus. Até eles estão sob as ordens de Deus e precisam cumprir os propósitos soberanos de Deus.
• Eles não podiam destruir a vegetação, nem matar os homens, nem tocar nos selados de Deus. Mas, agora, eles recebem poder para matar uma terça parte dos homens.
• Há uma semelhança entre os gafanhotos da quinta trombeta e os cavalos da sexta trombeta: Em ambos os casos a natureza demoníaca dos seres torturadores são vistos em figura de escorpiões nos (v. 3,5) e em figura de serpente no (v. 19). Em ambos os casos o poder desses seres reside na cauda. Sua atividade é causar dano (v. 4,19). São comparados com leões (v. 8,17) e cavalos de batalha (v. 7,16). Ambos os textos falam
de fumaça infernal (v. 2, 17,18). Mas a intensificação do flagelo na sexta trombeta é inegável, no lugar de tortura (v. 5) aparece agora a matança (v. 15,18,20).
2. Os juízos descritos na sexta trombeta descrevem a guerra - v. 15
• Não é uma guerra particular, mas todas as guerras, passadas, presentes e futuras.
Sobretudo, a sexta trombeta fala daquelas guerras espantosas que abalarão o mundo à medida que avançamos para o fim.
• A guerra aqui não é apenas um castigo, mas também, uma voz de admoestação de Deus aos ímpios.
• As guerras resultam da resistência contra a honra de Deus e do Cordeiro. Elas são anticristãs. Significam sempre: quem não quiser ouvir, terá de sofrer! Quem não dá ouvidos aos mandamentos de Deus e pratica o mal, experimentará que o mal não vai bem, porque Deus vive!
3. Os agentes do juízo são uma multidão incontável - v. 16
• João não vê o exército, ele ouve o seu número: vinte mil vezes dez milhares, ou seja, um exército com duzentos milhões de cavalos. Esse número é simbólico, representa uma multidão incontável.
• É uma espécie de invasão demoníaca com sede de sangue que invade a terra. Essa cavalaria não apenas atormenta, mas também mata uma terça parte dos homens.
Tornam os homens serem ferozes, malignos, violentos.
4. Os agentes do juízo transformam-se em máquinas assassinas - v. 17-19
i. Eles são seres inatingíveis - v. 17 - Eles têm couraça de fogo. Não podem ser destruídos com armas convencionais. Eles são seres mistos (cavalo, leão e serpente),
ii. Eles são seres ferozes - v. 17b - Eles parecem leões, símbolo de força, ferocidade e poder destruidor,iii. Eles são peçonhentos como serpentes - v. 19 - Esses cavalos têm um grande poder destruidor. São altamente letais e venenosas. Eles não são cavalos ordinários,
eles simbolizam máquinas e instrumentos de guerra de toda classe: tanques, canhões,aviões de combate, bombas, armas nucleares, químicas e biológicas.
iv. Eles flagelam e matam os homens - v. 18 - Esses espíritos malignos agem nos homens e através dos homens e os atormentam e matam. Três flagelos são
mencionados: fogo, fumaça e enxofre. O fogo queima, a fumaça tira a visibilidade, o enxofre polui. O propósito deles é destruir. Por meio deles matam uma terça parte dos homens. Isso fala das guerras em sua truculência, ferocidade e poder destruidor. Essas
guerras sangrentas têm o poder de matar uma terça parte dos homens. Quando os homens tentam se desvencilhar de Deus, eles começam a lutar uns contra os outros e a destruir uns aos outros em grande número. Vejam as atrocidades das guerras: nos
impérios antigos, guerras na Europa, guerra civil nos Estados Unidos, guerras tribais, guerras étnicas, guerras religiosas, as duas guerras mundiais, as guerras atuais. O arsenal de morte armazenado hoje. v. Eles têm o controle da imprensa -
v. 19 - O poder desses agentes destruidores está na boca. Eles têm a comunicação em seu poder. Eles dominam a imprensa. Eles controlam o mundo pela sua filosofia. O poder está na boca e o peçonha na cauda. Eles têm poder quando falam e através da
cauda destilam letal peçonha.
V. O JUÍZO DE DEUS NA SEXTA TROMBETA, POR MAIS DRAMÁTICO É
AINDA LIMITADO - V. 15,18,20,21
1. A ira de Deus ainda está misturada com a misericórdia
• Deus impõe um limite. Esse limite não pode ser ultrapassado. É uma terça parte dos homens e nada mais. Deus está no controle, mesmo quando os agentes do juízo estão em ação na história.
2. Essa trombeta é a última chamada de Deus aos ímpios antes do juízo completo de Deus chegar.
• A sexta trombeta é a última advertência aos habitantes da terra. A advertência é a morte de uma terça parte dos homens. Um terço da raça humana é destruída, com o objetivo de levar os outros dois terços ao arrependimento.
• Quando chegar a sétima trombeta, será tarde demais. A cena da sétima trombeta é a cena do juízo final. Então, não haverá mais chance (11:15-18).
• As sete taças falam da consumação da cólera de Deus (15:1).
3. O propósito da sexta trombeta é dar aos homens uma chance de
arrependimento antes do fim
• As Tragédias que desabam sobre a história não são fruto do acaso, nem apenas desastres naturais. Eles são trombetas de Deus, chamando os homens ao arrependimento.
• As guerras na sua fúria e fealdade são trombetas de Deus convocando os homens a se voltarem para Deus.
• As guerras que têm destruído vidas não são apenas provocadas por problemas econômicos e políticos, mas Deus falando à humanidade. punindo o mundo de homens e mulheres que não lhe dão ouvidos. Não obstante, eles ainda não se arrependerão.
Muitos cristãos pensam que se houver uma guerra, um terremoto, as multidões voltar-se-ão para Deus e haverá um grande reavivamento. Muitos pensaram assim no final da
segunda guerra mundial. Mas isso é um engano. Só o Espírito de Deus pode levar uma pessoa ao verdadeiro arrependimento.
VI. OS JUÍZOS MAIS SEVEROS NÃO PRODUZEM O ARREPENDIMENTO
DOS ÍMPIOS-V. 20-21
1. Os ímpios desperdiçam suas últimas oportunidades
• Eles são cegos para perceberem a mão de Deus nos juízos sobre a história. Eles vêem os ímpios morrendo na sua impiedade c não se apercebem de que Deus está lhes embocando a sua trombeta, chamando-os ao arrependimento. Em vez de se voltarem
para Deus, eles continuam na prática de seus abomináveis pecados (v. 20,21).
• Não apenas não se voltam para Deus e continuam nos seus pecados, mas se rebelam ainda mais contra Deus (Ap 16:9-11). O mesmo refrão chocante perpassa em Amos 4:6,8-11, bem com o coração cada vez mais endurecido de Faraó.
• A impenitência é a causa não somente do derramamento das taças da ira final (Ap 15 e 16), mas também é a razão da culminação esta ira no juízo final.
2. O pecado da impiedade conduz ao pecado da perversão, ou seja, a idolatria produz a imoralidade - v. 20-21
• A falsa religiosidade, produz a falsa moralidade. A teologia determina a ética. A idolatria promove a imoralidade. Esse é o ensino de Paulo em Romanos 1:18-32.
3. A idolatria conduz ao pecado da adoração de demônios - v. 20
• Os ídolos são obras das mãos do homem: são feitos de ouro, prata, cobre, pedra e pau. Eles não podem ver, nem ouvir, nem andar. Eles precisam ser carregados. Eles podem ser quebrados. Eles não são nada (1 Co 8:4). Mas por trás do ídolo estão os
demônios (1 Co 10:19-20). Os homens adoram os demônios que estão nos ídolos.
• As pessoas passam a confiar em ídolos feitos por suas próprias mãos (Os 4:12) e são enganadas por um espírito de prostituição.
4. Os ímpios quebram as duas tábuas da lei de Deus - v. 20-21
• Eles deixam de adorar o Deus vivo para se prostrarem diante de ídolos, quebrando os dois primeiros mandamentos da primeira tábua da lei (9:20). Esse tempo do fim é marcado por intensa religiosidade, mas uma religiosidade falsa: adoração de ídolos e
demônios.
• Eles quebram o sexto, o sétimo e o oitavo mandamentos da segunda tábua da lei
(9:21).
5. Os ímpios encharcam-se de perversão e transformam a sociedade em um caos -v.21
i. Não há respeito à vida - As pessoas perdem o respeito pela dignidade da vida.
Assassinatos cruéis, brutais. A vida se torna sem valor,
ii. Não há respeito à lucidez - Feiçarias vêm de farmakeia, de onde vem drogas. É uma geração entorpecida, drogada,iii. Não há respeito à pureza moral - Os homens não respeitam o casamento, nem a castidade. A imoralidade é aplaudida. É uma sociedade pansexual.
iv. Não há respeito à propriedade privada - Impera nessa sociedade caotizada a exploração, o roubo, o furto, a desonestidade, a corrupção dos valores morais.

CONCLUSÃO

• Ódio às pessoas, mesclado de venenos intelectuais, infidelidade e exploração do ser humano pelo ser humano - esse é o semblante de uma sociedade, contra a qual se dirigem a ira do Cordeiro e todos os flagelos de Deus.
• O objetivo sempre presente de Deus, no entanto, é chamar o homem ao arrependimento. O que mais nos choca neste capítulo 9 de Apocalipse não é tanto o severo juízo de Deus sobre os ímpios, mas a persistência deles em continuarem pecando contra Deus enquanto Deus os está julgando.
• Em lugar de voltar-se para Deus, acontecem iniciativas cada vez mais precipitadas de afastar-se dele. Essa é uma época em que a pregação de arrependimento se torna notoriamente difícil, notoriamente rara e notoriamente urgente!


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